Quando publiquei o primeiro post deste blog, deixei o meu email para que possíveis interessados mandassem “depoimentos sobre como a leitura de blogs de beleza teve um impacto negativo na sua vida”. Eu sempre soube que a leitura de determinados blogs que alentam o consumismo de uma forma exagerada poderia ser prejudicial a muita gente. Óbvio, pois nem todas as pessoas têm a mesma estrutura. Basta uma descomprometida olhadela às caixas de comentários desses blogs para sentir isso. Não, eu não quero abrir outra discussão sobre blogs de moda aqui, por favor. O assunto foi discutido à exaustão naquele famoso post que chegou a quase 800 comentários, lembram?
Pois bem, o que quero dizer é que, nos últimos tempos, tenho recebido diversos depoimentos que provam que os famigerados blogs de moda e de beleza são apenas uma peça mais de uma engrenagem bem complexa. Não nos iludamos, eles são apenas uma peça mais. Os depoimentos que me chegam – muitos deles nem sequer com a intenção de serem publicados – revelam como a aparência (ter) ganha cada vez mais peso sobre a essência (ser). São os valores da nossa sociedade, apenas posso lamentar. Meus caros, aquele que pensou que esse embate estava superado se enganou. Ele continua mais atual do que nunca. E, pelos depoimentos que recebo, ele ainda precisa de muitas respostas. Será que elas existem? Busquemos a luz.
O depoimento que publico hoje me comoveu. Recebi-o quando um post sobre compradores compulsivos – ou doentes pela moda – já ganhava teias de aranha na minha caixa de rascunhos. Não quero dizer que a pessoa que me enviou o depoimento seja uma compradora compulsiva, longe de mim. O depoimento de hoje é a prova de como o nosso desejo de ter, de consumir e de pertencer muitas vezes pode desencadear consequências gravíssimas para a nossa vida. O ponto é: que preço estamos dispostos a pagar pela nossa aparência? Que espaço da nossa vida queremos reservar para os objetos? Lembrando que um vestido, uma bolsa ou um blush são meros objetos e ponto. Que protagonismo essas coisas – sim, coisas – terão na nossa vida?
Pessoas bem-resolvidas, desculpem-me o tom quase piegas do texto, mas lembrem-se de que cada pessoa tem as suas vivências, experiências, o seu entorno, a sua estrutura, a sua personalidade. E eu sou daquele tipo de gente que gosta de ouvir as demais, por muito diferentes que elas sejam de mim. Gosto de aprender com as experiências alheias e sei que muita gente também. Por isso, gosto tanto de receber e de publicar esses depoimentos.
Shopaholic Anônima foi o apelido que escolhi para manter esse toque de humor e de ironia. A Síndrome da Compra Compulsiva é um caso sério, muito triste e, por isso, merece um post especial. Também quero aproveitar para dizer à Shopaholic Anônima que dedico uma canção a você e que sei que tudo vai dar certo, pois o principal você já tem. O seu relato revela isso. :-)
Lembrem-se: um diamante é eterno, mas um abraço é gratuito.
Querida dechanel,
Queria em primeiro lugar lhe parabenizar pelo belo blog e lhe dizer que invejo (inveja boa, claro) sua boa comunicação e português perfeito, sem contar sua inteligência e o bom humor. Mas antes que isso aqui vire uma sessão de puxa-saquismo e seja comparado aos inumeros comentários de blogs de moda, digo, pelo menos estou elogiando algo mais consistente do que sua roupa de marca.
Enfim, continuando…
Sigo seu blog faz algum tempo, nunca comento, mas sempre leio e me indentifico com algo. Acredito que este meu depoimento não seja muito diferente dos demais que já foram publicados. Sim, sou mais uma garota que se perdeu por ai, aluciiiinada, nesse mundo de consumos e futilidades.
E o mais ruim, comecei a perder minha identidade e ideais com isso tudo que vem acontecendo.
Sempre gostei de roupas, sapatos e moda e desde pequena sempre fui louuuca por maquiagens, acessórios e todas essas coisas que mexem com o universo feminino.
Quando comecei a trabalhar eu era estagiária e ganhava mísmeros 300,00 por mês, mas mesmo com pouco fazia tanto! Pensava nos meus gastos, sabia que não podia ter tudo.
Nunca fui ligada a marcas e grifes famosas, para mim qualidade não está relacionada a uma etiqueta.
De uns tempos para cá não sou mais a mesma. E a situação piorou mais ainda nos ultimos meses quando passei a ser uma endivida com o banco e por culpa de toda essa futilidade que passou a fazer parte dos meus dias.
To endividada, não tenho construido nada de sólido na minha vida, tenho apenas trabalhado, tranquei meu curso de design de interiores, queria fazer um profissionalizante em moda, mas por conta dos gastos (desnecessários) fiquei sem grana, quero casar e não tenho dinheiro para isso também e tudo isso por conta das minha futilidades!
Durmo e acordo pensando nisso. Penso o tempo todo! Comprar, comprar… Sempre parece que preciso de mais alguma coisa, mesmo tendo um guarda-roupa cheio.
A cada estação quero mais e mais as coisas que aparecem nas vitrines. Porém minhas condições financeiras não seguem esse padrão de vida.
Com a invasão de blogs de moda no meu dia-a-dia fiquei mais alucinada ainda.
Todas aquelas meninas que aparentavam um poder aquisitivo invejável e todas aquelas roupas, marcas famosas e as marcas conhecidas patrocinando seus blogs impecaveis… Meninas formadas, bem sucedidas, cheia de seguidores, etc…
Cheguei a me sentir do tamanho de uma noz depois de descrobrir o chamado “mundo da blogosfera”.
Na época eu tinha um humilde blogzinho onde eu não postava looks diários, mas postava fotos de roupas que eu gostava, minhas humildes roupitchas compradas com muito suor e em 5x no cartão em lojas ditas com tom de desdém por estas blogueiras como loja de departamentos ou fast fashion… Não que as lojas não sejam, mas não vejo inferioridade em tais por serem menos caras ou não terem uma etiqueta com um nome famoso. Também gostava de postar meus achados nestas lojas, comprei muita coisa com preços cortados e é assim que tenho muitas coisas no armário hoje.
Não me envergonhava disto, aliás, eu era feliz assim.
Mas depois de conhecer os demais blogs queria ser “cool” também. Queria ser “fashion”.
Queria ter variados modelitos para postar e queria um novo blog onde eu evitasse citar as palavras renner, cea e moleca (marca da sapatilha comum) sempre.
Comecei a sentir vergonha do meu blogzinho.
Primeiro passo foi parar de postar. O segundo foi excluí-lo por achar que não estava à altura dos demais.
O terceiro, foi comprar enlouquecidamente tudo que eu via, nas mesmas lojas que já comprava lógico, mas eu pensava, se eu tiver uma variedade grande, tanto faz a marca é só não postar onde comprei.
Bobagem! Quanta besteira! Quanta mente vazia e quantas atitudes sem sentido. Aliás, quanta falta de atitude!
Conclusão: Estou com dívidas gigantes e sem condições de pagar. Não tenho dinheiro pra pagar meus cursos e nem para construir uma vida sólida, com um lugar digno para residir, com condições de um futuro melhor. E o novo blog nunca saiu dos planos.
Mas que planos?? de ficar exibindo roupas na internet? Isso pode ser considerado como um plano, um objetivo, um projeto?
Ridículo.
E a culpa não é de mais ninguém além de mim.
A falta de descontrole foi minha.
Cada ato de impulso foi meu.
A burrice, bobice, infantilidade.
A mente fraca. A fraqueza de espírito e sim, digo, a fraqueza de personalidade.
Agora que estou aos poucos colocando meus pés no chão e caindo na real, quero me livrar das contas que fiz e focar em algo que seja realmente importante para mim.
Não deixarei de gostar de moda e coisas do tipo, mas sei que não posso ter tudo que está na lojas, seja elas ‘fast fashion” e de departamentos.
Quero voltar a ser a mesma menina que sabia se virar com o que tinha, sempre com bom humor e apreciando o que a vida tem de melhor, que vai muito além que um pedaço de pano da estação.
Farei meus cursos de moda e de costura. Tenho criativa de sobra. Terei em minhas mãos uma forma de mexer com a moda, de ganhar uma grana extra com essa minha paixão e de, o melhor de tudo, produzir minhas próprias roupas.
Sabe, aprecio coisas simples… o cheiro das estações do ano, as cores, o vento, as sensações. Há tantas coisas que o dinheiro não compra.
Quero ser a mesma de antes e voltareia te mandar um depoimento depois da minha evolução.
Obrigada por tudo, abraços carinhosos e sucesso para você!
Marilia Costa disse:
Olha, eu também gosto de ler/ouvir as demais e de aprender com a experiência alheia. Eu também. E aprendi a não julgar quem se envolve assim com moda ou maquiagem ou qualquer outra coisa.
Nem sempre é personalidade fraca. Às vezes é apenas um momento de fraqueza que nos leva a fazer coisas assim. E muitas vezes não conseguimos sair desse momentos porque nos vemos presos a um turbilhão de coisas.
Espero de verdade que a shopaholic consiga pagar suas dívidas e que consiga continuar ligada à moda, sem essa compulsão toda.
E, sim, também acho que é tudo parte de algo maior que apenas os blogs. Observando os dois últimos depoimentos, vemos que as motivações são semelhantes: vontade de ser aceito em um determinado meio.
Paula disse:
Poxa, nem sei o q dizer pra Shopaholic Anônima…
Eu acompanhei um caso parecido de perto, a minha irmã mais nova entrou numa de gastar, gastar, gastar como uma louca, se endividou no cartão de crédito, aí parcelou a dívida (o q significa q paga os juros mais altos que existem), fora q ela já tinha outro empréstimo, já viu né? Ela teve q pedir ajuda pros meus pais e pro namorado dela também pq só com o salário dela não dava pra pagar as dívidas, só q o pior é q ela continuava com esse impulso pra comprar. Era ridículo, toda vez q ela saía ela tinha q comprar qualquer coisa nem que fosse uma tiara de cabelo na loja de 1,99, enfim… Ela tá endividada até hoje, vai comprando uma coisa da mac aqui, uma calça jeans dali, e explorando os meus pais q nessa altura da vida podiam curtir mais o dinheiro deles, passear, viajar, ir a restaurantes…
Não sei o que dizer porque eu sinto uma mistura de pena e de raiva também… Mas acho q no fundo a gente acaba entendendo as pessoas que agem assim…
Isabela disse:
Paula,
Um conselho curto e grosso de quem já passou por isso: passar a mão na cabeça da sua irmã não vai ajudá-la de modo algum! Dê bons conselhos, mas não baixe a guarda, e oriente seus pais a fazerem o mesmo. Não negue a ela amor e carinho, mas não estimule o consumismo, nem mesmo por omissão!
Acho que é o mesmo tratamento de drogado, sabe? A família tem de ter amor exigente, o que é muito mais difícil do que simplesmente ignorar ou fazer concessões. Dar limites é mais difícil, com certeza.
Andrea disse:
Achei lindo e comovente. Querida depoente, esteja certa de que você não está só. Não se sinta boba nem diminuída por isso. Você já detectou seu problema e está disposta a resolvê-lo. Força e boa sorte!
E acho que o post rende um assunto que anda muito junto do tema consumo: o desejo da fama. O desejo de mostrar, publicar, divulgar, estar na vitrine. O próprio eu se torna objeto de consumo e se perde entre bolsas e sapatos. Daí nossa amiga Shopaholic sentia-se compelida a ter um blog, para estar à altura das outras meninas: quem é famoso é que é bacana, e o blog é a vitrine prá isso.
Então, De Chanel, quem sabe um dia você escreve sobre o desejo (patológico, em muitas pessoas) de serem famosas e reconhecidas, como se isso fosse um objetivo de vida em si mesmo? :-) (Acho que eu até já escrevi sobre isso em algum dos meus blogs, mas não me lembro! ahahah)
saiadamoda disse:
Muito boa observação, Andrea! Hoje as pessoas querem mostrar tudo. o que são, o que compram, o que comem…tudo numa busca louca pelo reconhecimento e fama. Na verdade, isso sempre existiu, mas… agora ficou mais fácil, né? O mais triste é a cultura do eu sou o que eu tenho.
O bom é ver que, também, tem muita gente lúcida e questionadora!
Alice disse:
Exatamente! Hoje todo mundo pode ser famoso, tudo mundo quer mostrar o que tem, o que faz, onde frequenta, quem sao seus amigos, vide orkut, facebook, my space, blogs e agora, youtube tambem!!! A ultima no You tube sao os chamados Vloggers, que mostram o que compram e fazem comentarios sobre suas compras!!! Uma falta do que fazer!!! Chega a ser pior que blogs, onde as meninas mostram os seus “looks do dia”, so para ter a oportunidade de anunciar que tem a bolsa X e o sapato Y, o oculos Z… Agora eu me pergunto: Sera que essas pessoas tem vida alem das compras? Parece que suas roupas e sapatos e bolsas e as proximas compras valem mais do que viver, valem mais do que experiencias…
Amo moda disse:
Sou quase que nem a shopaholic anônima…tô um pouco melhor pq casei e o maridão fica de guarda…rs
Mas o assunto é sério…essas meninas fazem lavagem cerebral e em algum momento da vida eu me deixei levar…quero trabalhar com moda pq amo moda, a história da moda, o comportamento humano com relação a esse universo! Tenho um trabalho bacana numa Instituição Federal, salário atraente…mas simplesmente não gosto do que faço…digo para algumas amigas que aceitaria receber 200,00 pra trabalhar com o que gosto…quem compra compulsivamente para estar bem sabe que essa sensação de “leveza” dura do momento da compra até o momento que você guarda a peça no seu armário…game over…no dia seguinte já tm outra coisa “tem-q-ter”…
Sou do RJ e hoje faço um curso ná área…levo duas horas pra chegar no tal curso e duas pra voltar pra casa…é longe…chego em casa super cansada, porém, FELIZ! Se alguém aí tiver alguma oportunidade ná área…tô dentro e encaro qualquer parada…
Dechanel, parabéns de verdade!!!
Paula disse:
De Chanel, esqueci de dizer q foi meu primeiro comentário no blog mas q te leio há muito tempo, no mesmo dia q descobri o blog ele já foi pro meu google reader. Curto muito mesmo. Parabéns e um grande beijo.
Janaína disse:
Quando começou essa onda de blogs de moda eu também percebi uma mudança em mim. Pensava em compras o tempo todo, como se eu precisasse daquela saia, por exemplo, pra viver. Comprava e quando chegava em casa já não era mais tão importante. Mas a gente vê tanto consumismo – e exibicionismo – que acaba se sentindo inferior no caso de não conhecer ou não ter algo que ao olhos de algumas blogueiras é essencial e te torna super cool. Felizmente, depois de um longo tempo, eu aprendi: São apenas coisas! Acho legal maquiagem, roupas… Mulher por natureza é vaidosa e isso certamente gera gastos. Mas não precisa ser prioridade e definitivamente eu não quero me tornar uma pessoa que tem como objetivo principal comprar, comprar, comprar.
Isso tudo sem entrar no mérito da falsa riqueza. Mal sabemos se todos aquelas bolsas caras e maquiagens importadas vieram do dinheiro suado dos pais ou, pior, ainda nem foram pagos. Enquanto muitas “endeusam” a maioria das blogueiras de moda, eu tenho dó. Claro que não são todas e eu reconheço que não só leio blogs de moda como acho que é um meio de informação interessante e divertido. Eu sou contra mesmo é essa lavagem cerebral e essa idéia que nos é passada de que se você não tem determinada coisa você é uma coitada.
michelle disse:
Um bom autor para tentar entender o consumismo é o sociólogo Zygmunt Bauman.
beijos, michelle.
Andrea disse:
Verdade! Tou de olho também no livro Amor Liquido dele! :-)
Marilia Costa disse:
Vale a pena, Andrea
Marilia Costa disse:
Eu amo o Bauman.
Muito bom mesmo.
Anônimo disse:
EU já passei por essa situação e acho que só quem passa por isso pode opinar. Eu tive essa fase de comprar compulsivamente e eu posso garantir que NINGUÉM me apoiou o suficiente, ninguém me entendeu. É tão fácil julgar quem tem esse problema de fútil, cabeça oca, retardado. Concordo com a De Chanel que a engrenagem que leva uma pessoa a atuar assim é complexa e vai muito além de “li blogs de moda e quis comprar tudo que eu vi neles”, embora é claro que os blogs também influem. Afinal, tudo influi. Mas o que leva uma pessoa a atuar assim é algo muito mais complexo e embora seja duro admitir, o problema é mesmo de AUTO-ESTIMA. Por isso o que EU tenho a dizer para a Shopaholic é que vc precisa do apoio e da compreensão das pessoas, especialmente das que te rodeam. Elas tem que te ajudar a encontrar o equilíbrio. Eu lembro que muitas vezes pedia aos meus amigos e familiares que não deixassem eu comprar nada, e quando eles faziam o que eu tinha pedido eu ficava com raiva deles, e eles de mim. Só com força de vontade e muita determinação vc vai conseguir vencer as dívidas e começar a fazer compras de maneira racional e não impulsiva, mas um abraço de compreensão das pessoas próximas, um afago, uma palavra amiga, às vezes é tudo que vc precisa. Quem me dera o de Chanel existisse naquela época de estrago na minha conta e na minha auto-estima. Obrigada por existir, De Chanel na Laje. Melhor blog ever!
saiadamoda disse:
Triste, né? O pior é saber que acontece com muita gente.
Eu me formei em moda há uns 4 anos e hoje fico meio confusa em ver no que ela se transformou (ou no que a transformaram), como qualquer um fala como crítico e entendido no assunto e formador de opinião (pavor de como essa expressão é usada) . Veja bem, não estou falando q tem que ser formado e especialista em moda para falar sobre o assunto, só que é preciso muito cuidado e pesquisa. E, ainda bem, tem muitos blogueiros super centrados e que respeitam, muito, seus leitores!
O maior problema é que as pessoas esquecem que moda não é só produto e roupa.Uma das principais característica da moda é a da comunicação (eu digo a da moda mesmo. pq a função da roupa é cobrir o corpo), é a de vc conseguir comunicar uma parte da tua personalidade e o que vc gosta. Se vc usa tudo que é tendência ou o que os blogs dizem que vc TEM que ter…a coisa toda meio que perde a função. Não importa o preço ou a marca da tua roupa, o importante é o que tem dentro dela…vc!
Claro que toda mulher quer ficar mais bonita,né? Mas, não existe nada mais bonito do que gente alegre e que se gosta…o resto é só adereço!
beijos
Ah! deixo claro q não sou contra blogs de beleza ou de qualquer outro tipo.Eu leio e gosto de muitos, apesar da minha total falta de talento para essas coisas. Tudo depende da maneira como as coisas são comunicadas.
Lívia disse:
Adorei o depoimento! Mostra como as pessoas sempre acham que precisam ter mais e mais. São inúmeras por ai! Já passei por isso, mas não neste grau. Mas sou consumista sim e sei que poderia economizar mais, para a longo prazo conseguir comprar coisas mais substanciosas ou quem sabe pagar uma viagem. Tenho um blog que não é nada “famoso” e não me preocupo se é pequeno ou pouco acessado. É meu e pronto! Faço para fugir da loucura do dia a dia e não tenho roupas de marcas famosas para colocar nele. Visto C&A e Renner também, onde tem uns achados maravilhosos. Seja vc , cuide de vc porque ninguém fará isso querida. Beijinhos
gi disse:
O que eu acho mais estranho dessa “lavagem cerebral” gerada por blogs é a não-obrigatoriedade da leitura. Não é como propaganda de tevê – que mesmo se você opte por não assistir, acaba vendo algumas coisas por tabela, em casa de amigo, parente, consultório médico -, outdoor etc. Sei que vicia acompanhar blogs, mas em algum momento a opção é feita. No caso da nossa amiga shoppaholic, o contexto do problema dela foi maior e os blogs vieram como fator agravante, ok, mas é realmente comum que em círculos sociais existam blogs que são “leitura obrigatória” do mesmo jeito que, nesses mesmos grupos, existem padrões de vestimenta e acessórios cool?
Ainda sobre o depoimento, fico feliz por observar a vontade dela de mudar as coisas, de fazer coisas realmente relevantes, e não simplesmente se afogar mais e mais. Vaidade e blog, no meu ponto de vista – sei, no entanto, que existem pessoas que vivem disso -, são inofensivos enquanto distrações, e não prioridade…
Janaína disse:
Mas quando começou essa febre por blogs de moda, o que chamou a atenção foi o acesso fácil à uma temática que é gostosa e que antes era difícil de encontrar. Num primeiro momento não cai a ficha de que junto do que se procura está também algo que todo mundo condena: o exibicionismo. Ninguém vai atrás de um blog querendo ver isso e querendo desenvolver o lado consumista, mas é o que acontece. Eu, por exemplo, não vou parar de ler blogs porque de fato tem muita coisa interessante mas isso implica em correr esse risco que não é consciente. Se fosse, ninguém caía.
Bruna disse:
Acho que como a Anônima comentou só quem passa por isso pode saber como é a situação. Eu sou justamente o contrário, sou super controlada com as contas e com os gastos. Nem sempre eu consigo relaxar e aproveitar o lado bom de poder comprar coisas e usufruir delas. A última viagem que fiz foi um bom exemplo disso, pois fui para os EUA em plena época de liquidação e não aproveitei quase nada. Eu gostava de uma coisa e pensava: “não, acho que não preciso disso, vou esperar para ver se acho algo que eu goste mais”. E foi assim a viagem inteira. Inclusive na hora de entrar num restaurante, eu sempre preocupada com os preços do cardápio, escolhendo a opção mais barata. Conclusão? Agora fico com peso na consciência, pensando que poderia ter aproveitado mais, também estou arrependida de não ter comprado várias coisas que seriam muito úteis e necessárias, como roupas e sapatos baratíssimos, quase de graça comparando com os preços no Brasil. Quando leio depoimentos desse tipo fico com mais medo ainda, aumenta a minha insegurança. Eu tenho um medo absurdo de algum dia precisar de dinheiro e não ter, sabe? Ou de ficar endividada, passando sufoco. Acho que o ideal é saber economizar e saber aproveitar o dinheiro de uma forma equilibrada, nem 8 nem 80. Mas assim como eu não consigo dizer: “vou comprar isso” sem ficar com mil caraminholas na cabeça, sofrendo até o último minuto na fila do caixa e sempre me questionando depois se eu deveria ter comprado aquilo ou não e quase sempre pensando que não, que fui fútil, que não era necessário, as pessoas que são compradoras compulsivas não conseguem dizer não a um impulso, a uma atração por determinado produto.
Esse post veio em bom momento…
É bem provável que volte a opinar pois esse assunto muito me interessa.
Ca disse:
Parabéns, você tem grandes chances de vir a ser dona dessas lojas que o povo endeusa e gasta rios de dinheiro, rs.
Abraços
Camila disse:
Me identifiquei demais com vc! Eu tb acabo de viajar, fui para Roma, epoca de liquidaçao!Nao comprei NADA!Qd digo nada é nada MESMO!
Mas em compensaçao fui em todos os museus mais importantes, e vi tooooda a cidade de cabo a rabo! A unica coisa em que nao economizei foi na MASSA! hehe…
Mas nem me dá dor na consciencia de nao comprar, pq se fosse ESSENCIAL eu teria comprado.
E penso que para mim, com a crise que estamos enfrentando aqui na Espanha, essencial é só pao e agua.
Alice disse:
Entao Camila, acho que numa viagem e’ bem mais interessante explorar a cidade, visitar museus, conhecer mais a sua historia e peoplewatching (Não me refiro a observar pessoas pelo que vestem, como essas it girls fazem), comer em restaurantes legais, conhecer a culinaria da regiao. Eu acho isso TÃO interessante e enriquecedor quanto fazer compras! Aliás, fazer compras vai te deixar enfurnada dentro de lojas, experimentando roupas, sapatos e maquiagem e isso toma tanto tempo.
Anos atrás, antes de eu viajar para NYC, eu nunca pensanva em ir fazer compras la. Essa nunca foi a minha intenção! Eu queria conhecer a cidade, ver as pessoas, ir a museus, andarilhar sem destino.Quando eu ouvia as pessoas falarem que nao se tinha nada a fazer em NY a não ser compras, eu me perguntava se isso era verdade! Obviamente, essas pessoas estavam focada no outro lado de NY. NYC é muito mais que shopping. E se voce gasta tanto do seu tempo fazendo compras (se vc ficar por um período curto la), voce definitivamene estaria perdendo tempo e conhecendo a parte mais superficial de NY.
Eu nunca fui a Italia, mas eu planejo levar uma quantia extra reservada para comida!!! Eu volto uma vaca gorda, mas voltarei feliz da minha viagem de la! hahaha!
Amo moda disse:
Muito boa Camila!
“E penso que para mim, com a crise que estamos enfrentando aqui na Espanha, essencial é só pao e agua”.
Amélie disse:
Cada vez mais amo vir aqui!!!
Claro!
Sabe por que???
Aqui não vão me enfiar a idéia de usar clogs, ankle boots e o diabo a quatro!
Eu uso sapatilha! E aí? Vou arder no mármore do inferno?
Não sou da igreja nossa senhora da mac! Nem do nude! Nem da caveira!
Aliás, eu odeio caveira! Há! Venham me prender!
Alexander Mcqueen vai puxar minhas pernas??
Autenticidade é tudo!!!!!
De Chanel, escrevi um post sobre isso recentemente e dediquei a você!
Porque a moda blogueira está deixando todos iguais!
Todo mundo com suas caveiras, oxfords e looks copy paste que de tanto ver dão preguiça!
Ah e agora morreu a moda da chanel 2.55, joguem suas “chanéis” no lixo já!
Andrea disse:
Oi Amelie,
Acho que eu então, vou arder no mármore do inferno ou enfrentar o tribunal das IT Girls, afinal de contas eu uso calça de moletom e tennis para sair junto com a minha IT Surrada bag , unhas na cor paris, e batom Elke que lembra a MAC Lady GaGa vai… uma verdadeira heresia fashion!!!
Andrea disse:
Acredito que esses casos só tendem a piorar agora com a internet, antigamente para se ter acesso a uma revista completa de moda, ou ela era semanal ou mensal, então a informação era direcionada digamos que em doses mais baixas. Hoje, são vários blogs e sites que são atualizados diariamente e contemplam inúmeras informações sobre consumo, Must Have, Wish List enfim, de forma ágil e simultânea. Isso nos enlouquece, não conseguimos acompanhar, mal compramos e já queremos comprar de novo, é realmente difícil você manter o equilíbrio diante de tanta informação, promessas de felicidade e inclusão.
Eu já sofri por não ser um modelo IT, cheguei a sentir raiva por ler alguns blogs de moda, confesso, mas não entro para criticar e não me sinto no direito de detonar nenhum, apenas me posicionei de forma diferente, hoje opto pelos portais de moda que tratam do assunto de forma mais formal e informativa sem ter a pegada do exibicionismo e a massagem no ego.
Se eu puder dar um conselho para esta moça, já passei por isso e me livrei graças a deus, ignore por um tempo revistas, blogs, sites de moda pois eles irão lhe incitar a consumir e você sentirá necessidade de fazê-lo. Busque um Hobby qualquer e se dedique a ele, ninguém no mundo atrasou sua vida por deixar de ler revistas e blogs de moda, aliás, acho que isso é que muitas vezes nos atrasa.
Boa sorte pra ti.
Abraços
Andrea
Anonima disse:
Eu amo aprender com as experiencias alheias e acho super valido posts como esse. Na sou rica e compro em roupas de departamento,fast-fashion e ate boutique desde q eu goste , nao me importa se e vendida em um brecho ou em uma feira de rua.
Eu nao tenho o que reclamar da minha vida. Nao trabalho por enquanto e o marido me da otimas condicoes de vida e uma mesada razoavelmente boa para gastar comigo mesma. Nao tenho tudo o que desejo, mas nao me falta o que eu necessito.
Outro dia recebi a minha revista digital e lendo ela e etc… vejo a foto de um calcado muito lindo .
Dormi,acordei e ficava a todo momento pensando nele. Como eu postava os meus desejos no blog e o marido me concedia eu pensei: Vou por mais um e qm sabe ele me da.
Coloquei no blog e nada de ele falar algo. O meu marido e o meu fiel leitor,nao comenta sempre mas le todos os dias. E ele proprio me “manda” (sim ,manda mesmo) postar fotos de mim para ele ver, ja que no verao ele fica meses fora. Me pediram para dizer a origem do que eu uso e semana passada decidir colocar. Mas, nao e nada de exibicionismo,viu?! Mas, quem nao gosta de receber um comentario legal?
Antes tinha um blog que somente o meu marido acessava por meio de senha. Mas, depois ele mesmo viu que poderia expor e que nao haveria problema algum. Voltando ao bendito calcado, eu esperei ele dizer: Voce pode comprar os sapatos.
Mas, essas palavras eu nao ouvi. Liguei nas lojas de Tokyo e perguntei sobre os sapatos e qdo soube do preço resolvi ver no Net-a-Porter. A vendedora me disse que teria os sapatos e que nao tinha muitos pares do meu numero. Entrei em desespero e pensei: tenho que comprar pq se nao vai acabar. Comprei os benditos sapatos. O meu marido, viu no historico algo pendente de um valor alto( mais um pouco seria o valor do aluguel de nossa casa aqui),ele me ligou e disse:
– Ja recebeste os sapatos em casa? Ainda nao,certo?
– Eu disse: Nao!
Ele com uma voz de bravo disse:
– Liga e cancela!
Eu chorando disse: mas nao tem muitos pares e eu nao irei gastar muito no mes q vem, eu prometo!
Ele bravo disse:
Nao e o valor e sim a sua falta de juizo.Eu te dou tantos a cada 15 dias(o pag.dele e quinzenal) pq vc nao pega o q eu te dou e compra em vez de gasta-los e querer gastar mais.Eu nunca coloquei limite para voce antes. Mas, agora chega! Voce tem U$ 2000 por mes so para voce e voce me compra um sapato de U$1600 depois de ter gastado qse tudo o q vc tem? E os blogs nao e? Vou ligar no banco e abrir uma conta extra para voce e transferir somente U$1000 a cada 15 dias.
Na hora fiquei calada e pedi desculpas e disse: Sim! Mas, nao e o blog e sim o Christian Louboutin que me deixa doida.
ele manso e todo amoroso disse:
Eu entendo que voce tem saudades e queira comprar objetos para se sentir satisfeita. Mas isso e caso de voce ir ao counselling.
Voce ja ganhou um CL no mes passado e nesse mes voce quer mais um? Isso ta errado! E uma falta de respeito, voce deveria ter me comunicado antes e nao sair comprando o que ve pela frente. Liga e cancela.
Fiquei triste e parei pra pensar que se eu continuasse eu poderia ate mesmo arruinar meu casamento por causa de um par de sapatos. Que a Elle disse que “tinha que ter”. Ele nao abriu uma conta extra mas qdo recebe ele coloca tudo em savings e so deixa o meu.
Assim eu aprendi, lamento por isso pq perdi a confianca do meu marido. Valeu a pena? Nao! NAo tive os sapatos e perdi a confiança dele.
Agora vou ter que juntar para poder comprar o que eu quero e esperar o niver e o natal para ganhar um par de sapatos ou uma bolsa de luxo nova.
Enquanto isso, vou aprendendo com liçoes alheias e com as minhas tbm.
Mas, ainda bem que eu nao possuo cartao de credito, pq se eu tivesse ja estaria com uma divida enorme.
Enfim, vou continuar comprando os makes,esmaltes e coisas baratinhas q eu gosto e feliz que o marido me deu uma licao.
Qm repreende ama ne? E sinal q ele me ama. Bjss
arrependida disse:
me identifiquei muito com esse depoimento. passei por algo parecido quando passei para comunicação numa universidade pública. quando eu vi que tinha passado comecei a ficar cheia de preocupações em relação à roupas. sendo de uma família classe média baixa, vivia no subúrbio e tive que estudar muito para entrar na faculdade e tal. eu sabia que ia entrar num mundo diferente do meu, faculdade na zona sul, os alunos geralmente têm uma situação financeira boa…
a minha ficha foi caindo e eu meio que surtei nas férias antes das aulas começarem. queria mudar o meu cabelo, fazer ginástica, aprender a me maquiar, “ter um estilo”. com aquela euforia de ter passado no vestibular, os meus pais acharam que eu “merecia” tudo aquilo e fizeram muitas comprinhas para mim (quase todas parceladas, claro).
quando as aulas começaram eu vi que tinha razão. quase todo mundo na minha faculdade se vestia bem, inclusive o pessoal que fazia o estilo alternativo e que dizia que não liga para “essas futilidades”.
mesmo com os presentes que os meus pais tinham me dado eu ainda não me sentia bem. tudo o que eu tinha me parecia pouco, me parecia inferior, me deixava infeliz. e havia algo que mais me incomodava nisso tudo: algumas colegas de faculdade, facilmente classificáveis como patricinhas, tinham várias roupas de marca mas pareciam que não estavam nem aí para roupas e coisas do tipo. para elas era algo natural, para mim não. aquilo começou a me incomodar. elas que podiamm ter tudo não ligavam, por que eu ligava tanto?
e cada dia eu me importava mais. queria comprar mais roupas, mais sapatos, mais tudo. as despesas lá em casa aumentaram muito quando entrei na faculdade por causa de transporte, alimentação, xerox, tudo isso. os meus pais não podiam aguentar tanta carga, mas por outro lado eles achavam que eu merecia, inclusive a minha mãe sentia certo orgulho por eu estar sendo mais vaidosa. eu não vi que estava sufocando os meus pais e eles não me falaram nada.
quando comecei a fazer estágio, recebia uma bolsa de R$450 e foi aí que veio a notícia. me lembro daquele dia como se fosse hoje. os meus pais, aliviados mas constrangidos, perguntaram se eu não poderia usar o dinheiro da bolsa para ajudar nas despesas da faculdade pois eles estavam endividados com tantos parcelamentos e não queriam pedir empréstimo ao banco por causa dos juros.
uma filha consciente naquele momento teria aceitado, teria inclusive pedido desculpas aos pais que estavam naquela situação por causa dela. mas não. eu fiquei possuída, me descontrolei, falei coisas horrorosas, fui ingrata e egoísta. poxa, aquele dinheiro serviria para eu comprar mais roupas, para eu poder sair com os meus colegas no final de semana e não para pagar as minhas xerox ou o meu ônibus!
os meus pais disseram que tudo bem, que eles dariam um jeito. na primeira semana do pagamento eu gastava toda a minha bolsa e passava o resto do mês pedindo dinheiro aos meus pais. chegou um momento que eles começaram a negar, não o dinheiro do ônibus ou do lanche, mas sim o dinheiro para roupas e noitadas. fui ficando deprimida, comecei a comer muito, engordei, continuei comprando roupas sem parar.
tivemos as nossas primeiras crises familiares sérias. me lembro da minha mãe dizendo que essa menina só pensa em comprar, comprar, comprar. era verdade. no mesmo dia que eu descobria que os meus pais tinham acabado de pagar alguma parcela eu pedia pra minha mãe sair comigo para comprar só um vestido. só um vestido, o último, eu juro. falando assim, parecia uma drogada, né?
eu não vi o mal que estava fazendo pros meus pais. a minha mãe não comprava nada para ela, nenhuma roupa, nada. todos os esforços eram para mim. nossa, como eu fui escrota (desculpem) com os meus pais na época da faculdade.
hoje eu trabalho e pago as minhas despesas com o meu próprio dinheiro e sempre tento comprar presentes para os meus pais na tentativa de me redimir com eles. o tempo passa e a gente vai mudando…
de repente a menina shopaholic é muito novinha ainda, mas pelo menos a ficha dela já caiu. a minha caiu tarde e eu me arrependo muito, muito.
Teresa disse:
Viver é estar em constante evolução. O tempo perdido errando servirá para nos deixar mais preparados para vida, ao percebermos nossos erros.
Não tenha arrependimentos assim, você errou, machucou seus pais e se iludiu. Mas você notou o erro e hoje não o comete mais. Eu tenho certeza que seus pais percebem sua atitude.
Pais amam. Um erro é facilmente perdoado por um gesto de carinho, não se esqueça. Quem ama perdoa e você nem precisa pedir por perdão, apenas demonstrar em suas atitudes sua mudança.
Parabéns por postar sua experiência!
Lalá disse:
Ótimo depoimento.
Espero que sirva de alerta a muitas meninas que passam por isso. E não são poucas, viu…
Meninas, nunca troquem os seus sonhos por trapos. Objetos, coisas, como a De Chanel disse.
Diana disse:
“O ponto é: que preço estamos dispostos a pagar pela nossa aparência? Que espaço da nossa vida queremos reservar para os objetos? Lembrando que um vestido, uma bolsa ou um blush são meros objetos e ponto. Que protagonismo essas coisas – sim, coisas – terão na nossa vida?”
Já imprimi com uma fonte maneira e vai pro meu mural hoje.
De Chanel, te adoro!!! <3
Marcela Castro disse:
nossa estou até perdida aqui. o post é ótimo e faz refletir muito, e os comentários melhores ainda. TODO CUIDADO É POUCO, e a margem pra vc fazer besteira e querer aquilo que vc não pode comprar, é realmente muito fina.
Não temos que levar o consumo como algo simples e fácil de lidar porque realmente ele não é, e pra vc ficar doente nãonada díficil.
Acho que todas as blogueiras devem se preocupar sim com isso, para não ser “responsável”
pela desgraça do outra (leitora).
adorei o post e estou em ALERTA SEMPRE.
um grande abraço
Tatiane disse:
A internet popularizou o lifestyle das meninas ricas e a pessoa que paga 100 reais de internet mensais pensa que pode ter a mesma vida comprando as mesmas coisas, não pode.
O closet é apenas uma ínfima parcela da vida delas, existem os cursos, as viagens, os amigos, os contatos, frustração na certa. Não é comprando o batom que elas usam que sua vida mudará.
A maioria das meninas que postam são bilíngues, cursando faculdades renomadas e isso nesse país é básico pra ter pelo menos uma renda razoável. Papai investiu na educação delas, se não é o seu caso, invista na sua primeiro. Não adianta imitar apenas o batom, inspire-se pra ter uma educação melhor e um dia chegar lá.
Compre um livro do Pai rico Pai pobre, pelo menos os 2 primeiros e entenda que riqueza é o dinheiro que vc tem em mãos e não no closet. Ativos é o que coloca dinheiro no seu bolso, a maioria dos blogs genéricos de moda, escritos por meninas que torram seu parco salário em moda, estão do lado errado da balança.
Triste, mas ninguém realmente aprende pela experiência alheia, infelizmente só na própria pele.
Anônimo disse:
Muito boa a sua observação, Tatiane. Um belo tapa na cara de algumas meninas que se fazem de vítimas e não se responsabilizam pelo próprio fracasso (não acho que seja o caso da Shopaholic Anônima). Como a própria De Chanel já ressaltou no primeiro post do blog (link nesse post) o problema não são as meninas dos blogs em si e sim as pessoas que seguem elas sem espírito crítico, sem amor próprio, querendo ser algo que elas simplesmente não podem ser. Na linha do que vc falou, estão no lado errado da balança. Realmente é triste.
Juliane disse:
Tenho que discordar. Não é só porque papai é rico que as filhinhas estão estudando para ser alguma coisa na vida… aliás, quem estuda com essas pessoas sabe que elas não dão tanto valor assim para a faculdade, estão sempre entregando trabalhos atrasados e na maioria da vezes medíocres, o que acontece é que, por terem dinheiro e nome, é óbvio que elas irão se destacar mais facilmente do que alguém que tem que ralar muuuuuito pra chegar em algum lugar, afinal não moramos no país do ter e não do ser, como disse a Dechanel?
Alice disse:
Então Tatiane, isso é verdade! Muitas dessas meninas são de classe-media, classe-média alta, e tem quem pague as contas delas. Há outras que já trabalham, mas tiveram os pais para investir na educação delas, além de um ótimo QI (quem indica) para entrar no mercado de trabalho já ganhando um salário descente.Fora que no Brasil a cultura é onde os filhos, em geral, saem de casa só para casar. Ou seja, essas meninas tem casa, comida, roupa lavada, plano de saúde, etc, tudo nas costas dos pais, e o salário delas vai tudo para roupas e sapatos! Assim é muito fácil! Por isso as viagens, as compras e os contatos.
Mas ainda assim eu acredito que algumas delas forçam um pouquinho a barra, com o exibicionismo mascarado de “look do dia” para “inspirar” outras meninas. Esse papo de “quero compartilhar com as meninas” o que acontece no dia-a-dia delas é falácia. Eu as vezes me pergunto se existe vida além das compras! Sério, tudo é voltado à compras. Óbvio que são blogs de moda e algumas são formadas em Moda, mas você precisa viver em função de compras para ser feliz? Para se sentir mais viva?
Flávia D. disse:
maravilhoso post. tb sofro com esse problema e há algum tempo venho tentando melhorar. é muito difícil pois todos os dias somos impactadas não só pelos blogs de moda, mas por todos os estímulos das propagandas em geral.
também me envergonho do que fiz minha mãe passar para me ajudar a controlar minha compulsão, já até fiz terapia para entender o que desencadeia esse processo. garanto que não é fácil chegar ao X da questão.
Força, meninas! É muito bom saber que não estou sozinha no mundo. Concordo com o que a Diana disse acima e também vou imprmir bem grande para eu ler todos os dias:
“O ponto é: que preço estamos dispostos a pagar pela nossa aparência? Que espaço da nossa vida queremos reservar para os objetos? Lembrando que um vestido, uma bolsa ou um blush são meros objetos e ponto. Que protagonismo essas coisas – sim, coisas – terão na nossa vida?”
Adoro o blog.
Beijos
Anônimo disse:
Seus posts demonstram claramente uma invejinha do mundo consumista com todas suas marcas e seu “gramourrr”.
Seu blog é só mais um daqueles que valoriza a moda, grifes… Só que com uma diferença: pretensamente “intelectual”, se achando superior aos demais blogs.
Isabela disse:
Anônima,
Desculpe a sinceridade, mas você é uma imbecil!
Compulsão é coisa séria, e merece ser tratada com o devido respeito. Se você não tem nada a acrescentar à discussão, por gentileza, fica na sua! Ou então lê calada, quem sabe lhe acrescenta alguma coisa?
Ah, e saiba que inveja e compulsão têm significados absolutamente distintos. Abra uma exceção de consumir “as suas marcas e o seu glamour”, que você parece valorizar tanto, e invista num dicionário da sua língua, ok?
Acredite, você só marcará pontos no ranking das It Girls!
Ana D. disse:
Isabela, sabe qual é o “problema” da De Chanel? Ela escreve coisas que doem em algumas pessoas. Ela expõe verdades que certas pessoas dariam tudo para não escutarem nunca. Aí já viu… ficam incomodados, dando ataquinho de pelanca. Liga não.
Amo moda disse:
que mulher ridícula…
Anônima disse:
Que legal esse post de chanel! vou puxar a minha cadeira e sentar,estou me sentindo naqueles encontros de auto-ajuda!
Bom ,enfim….já passei por algumas coisas que foram citadas a cima.já me vi pensando em comprar 24h por dia,e quando comprava escondia as sacolas pra minha mãe e marido não verem ,pois minha mãe trabalha na minha casa.E um dia chegou a comentar que achava que eu estava doente.E eu,ria de tudo aquilo porque achava graça,não enchergava o que estava acontecendo.isso durou pouco tempo,mais foi o suficiente pra estourar o limite do cartão de crédito e deixar meu marido arcar com as despesas de casa sozinho.Até que um dia ele me disse: eu quero ver se acontecer algo pra nossa familia,se vc vai comer maquiagem e sapatos,e o seu filho???bateu uma vergonha por eu fiquei cegar.já fui convidada para participar de um blog.não aceitei,pelo simples motivo,que muitas (não todas) blogueiras vendem o cabelo da cabeça pra comprar roupas caras ,pra montarem o look do dia,como o depoimento da garota mesmo fala.disputa,quem é mais cool,veste fast fashion pra fazer um visual podrinho mais o guarda-roupa é cheio de marcas gringas.fica fazendo videozinhos pra mostrarem suas maquiagens ,com a intenção de se exibirem mesmo,”comprinhas do Mês”, ” minha coleção de maquiagem”.afff…! não quero criticar pois ainda continuo visitando alguns blogs,me sinto bem lendo alguns,estou mais tranquila hoje,compro e ando bem vestida.mais penso melhor a cada vez que quero comprar algo,pois não sou rica,sou pobre e não preciso de marca famosa,e nem de maquiagem cara pra ser feliz e me sentir linda.pronto falei!!!rs
Dechanel,vc sabe quem sou.Me senti melhor em fazer esse desabafo como anônima.bjos!!!
Camila disse:
Como sempre, dá gosto de ler o que a DeChanes posta!
Querida S.A., espero que voce consiga saldar todas as dívidas. Trace uma meta, e tente mantê-la até o fim!
Mas se voce escorregar, nao se martirize, sempre poderá recomeçar,viu?
Amo moda disse:
Na hora que a grana tá bombando as blogueiras são suas melhores amigas…se ficar endividada: “Te conheço, fia?”
Olha isso, vai rolar um evento no dia 04 da schutz e tem várias meninas se achando pq foram convidadas pelas “amigas”…aaaaallooooouuuuuuuu, o desafio é QUAL BLOGUEIRA VENDE MAIS…QUEM GANHAR VAI FAZER NÃO SEI O QUE…
Tú acha que alguma delas vai chamar a amiga pobre????
Anônimo disse:
Tatiane disse tudo!
Quem não tem estrutura financeira suficiente só vai se frustrar ao querer imitar as blogueiras! Sempre terá algo fora do alcance… Não é comprando um batom, uma saia ou um louboutin que irá satisfazer e sentir igual!
Há todo um padrão de vida por trás de objetos caros… E este padrão de vida, realmente é para poucos!
Isabela disse:
Querida Shopaholic,
Sei perfeitamente o que você sente. Já passei por uma situação muito semelhante, depois caí em mim e parei com o consumismo exagerado.
O que alimenta o consumismo, como a DeChanel lembrou, é essa necessidade de pertencimento, ou seja, tendo a bolsa X você passa a integrar um seleto grupo, em que se encontra aquela menina bonita e rica do blog. Mas não é assim: a bolsa pode ser linda e maravilhosa, de uma grife que existe há 200 anos, mas gastar além das possibilidades não traz nada de bom para a vida NUNCA!
Recomendo a leitura de um livro chamado ‘Rico Sem Dinheiro’, do jornalista alemão Alexander Von Schonburg. Ele conta o que passou depois de ser demitido na crise mundial pós 11 de setembro. É muito interessante, já estou lendo pela terceira vez, e cada hora encontro um ‘toque’ mais importante. Acho que a principal frase dele, para mim, é: quem precisa consumir para ser feliz não é feliz.
Fato é que viajei recentemente para os EUA e meu marido ficou impressionado ao ver que a mala dele estava mais pesada do que a minha, coisa absolutamente inédita em 12 anos de casados! E fora a minha caderneta de poupança, que nunca foi tão gorda!
Essa necessidade de pertencimento é muito séria, muitas pessoas – no que eu me incluo – só conseguem administrá-la fazendo terapia. Todo mundo tem, mas determinados eventos da vida da gente podem desencadear um certo exagero, e aí a vaca vai para o brejo.
Dia desses meu sobrinho me mostrou um vídeo do Felipe Neto no You Tube sobre o fenômeno do Crepúsculo, e o cara tem a seguinte tese: a atriz principal, que faz a Bella, tem uma beleza absolutamente comum – não é alta, nem loira, nem tem olhos azuis – e mora numa casa simples, veste roupas sem nenhum glamour, não usa maquiagem (aparente, deve rolar só aquela correção básica). E mesmo assim ela chega-chegando na escola da cidadezinha e ganha na hora o gato mais cobiçado e inatingível do pedaço. Ou seja, no frigir dos ovos, qualquer, ou a maioria das garotas do mundo vai se identificar, de uma forma ou de outra, com a Bella.
O autor tem umas tiradas cômicas e é muito sarcástico, mas acho que a mensagem que ele passa tem um significado profundo, confira:
http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=1&ved=0CBsQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3D2Lp7XO6oWCM&ei=pHhQTOXxNMP7lweCk_W4CQ&usg=AFQjCNGxOTnhP9eMQwGZXMV22_5P_YxoDg&sig2=u2pX9ECg5g7NKOFmg46A4A
No mais, reforço o que alguém já disse antes: faça o possível para permanecer no azul, e se escorregar, não se martirize. E se tiver oportunidade, busque uma terapia – eu me identifiquei muito com a escola Gestáltica, acho que é bastante objetiva e ajudou muito no controle da minha compulsão.
Beijos e boa sorte!
E parabéns à DeChanel, que está prestando um serviço muito relevante às meninas frequentadoras de blogs de moda (argh!). Nunca vi ninguém abordar a questão por este ângulo.
Clarissa disse:
Oi DeChanel! Mais uma vez, post 10!! Vou comentar mais sobre o assunto lá embaixo…
Isabela,
Que interessante você ter falado sobre o Felipe Neto. Descobri sobre ele essa semana e logo que vi um de seus vídeos, pensei: esse cara deve ser primo da De Chanel na Laje!! Dou graças a Deus por ainda existirem pessoas jovens conscientes e questionadoras assim no Brasil porque sinceramente, a minha sensação hoje é de desânimo total… Dá impressão que a juventude brasileira é um grande rebanho, todos iguais, pastando no mesmo campo, com os olhos vidrados no MATO que estão engolindo e sem enxergar nada à frente, sem ver mais além daquilo, a não ser mais mato, mais mato, mais mato… E quem não está no rebanho, está de fora doido pra entrar nessa ‘festa’…
Ai, ai, ai… Pra mim, isso se resume a falta de cultura, de educação, de cérebro mesmo!
(Não estou falando das shopaholics, tb já passei por uma fase assim… Mas dos jovens em geral…)
Beijo, meninas.
Isabela disse:
Clarissa,
Sou mãe de um casal e tia de sete sobrinhos, meninos e meninas, e ainda tenho dois enteados muito queridos. Por coincidência, eles todos curtem muito o Felipe Neto – maior orgulho para mim!
Essa geração da minha família é muito bem resolvida – muito mais do que a minha e de meus irmãos!
Na escola em que meus filhos estudam, volta e meia sou chamada em razão de alguma ‘travessura’ que eles tenham feito, mas por outro lado sempre recebo elogoios (pelo menos do Coordenador) no sentido de que meus filhos são muito críticos, no que eu dou graças a Deus!
Muitos professores não gostam – tá certo que controlar crianças e pré-adolescentes com senso crítico dá um pouquinho mais de trabalho, né?! – mas eu fico super feliz de saber que eles pensam por si.
E a cereja do pudim é saber que a minha filha e as minhas duas sobrinhas participam de uma comunidade Orkut chamada ‘Eu odeio o Justin Bieber’!!!
No caso da minha filha, ela fica meio à margem da maioria da turminha da idade dela, mas está cagando e andando para o fato! Mas em compensação, algumas crianças são fãs dela pelo fato de ser “corajosa” a ponto de não gostar de coisas que são unanimidade – tipo o cantor-emo-mirim que eu mencionei e as mochilas Kipling, só para exemplificar (a mochila dela foi feita por uma amiga minha que tem uma confecção de bolsas, e tem estampa de bailarinas e vários penduricalhos com o tema, que ela adora, pois dança desde muito nova).
Eu costumo dizer a eles que, se alguém te segregar por não ter alguma alguma coisa da moda, ou não gostar de coisas que estejam na moda, a pessoa está na verdade te fazendo um favor de mostrar quem realmente é.
Também pensei na DeChanel assim que fui apresentada ao Felipe Neto – os comentários dele sobre a Copa foram impagáveis!!!
Ai que ambiente mais bem frequentado, salve!
Beijos, meninas!
Clarissa disse:
Puxa, que legal, Isabela! Você deve ter muito orgulho dos seus filhos mesmo! Fiquei feliz com seu relato, em saber que ainda existem crianças e pré-adolescentes espertos por aí… Espero um dia, quando for mãe, tentar incutir nos meus a pulguinha do questionamento também. Essa mochila da sua filha deve ser linda! Achei que você deu um ótimo falando da Kipling…
Clarissa disse:
Desculpe, um ótimo exemplo…
Beijos!!
patricia c disse:
ops, Felipe Neto ahhah
patricia c disse:
Ótimo o vídeo do Felipe Melo, não conhecia!
“maniaco do parque, gente!”
adorei!
Teresa disse:
Não acredito que uma mãe tenha orgulho de uma filha está em uma comunidade que incita o ódio a alguma coisa.
Acho que tão importante quanto aprendermos a valorizar nossas diferenças, a não agir como “mandam” os padrões do momento, temos que respeitar as preferências individuais.
Gosto desse blog porque ele nos faz pensar em como nós deixamos que ditem como devemos viver. Tive a impressão de que alguns comentários acima fogem completamente dessa idéia.
Críticas são essencias, apologias ao ódio só porque é “modinha” ou quaquer outra razão não.
Tiane disse:
Eu me identifico com ela.
Mas nao foi os blogs q me deixou endividada. A divida comecou quando entrei na faculdade, q so tinha duas calças jeans e 3 blusinhas e via todos os dias minhas amigas desfilando um modelito diferente.
Comecei a comprar loucamente, engordei e as roupas nao serviam mais, dai passei a investir tudo q tinha em bijuteiras, pq elas meio q modificavam o tom das roupas.
Fiquei 2 anos viciada em bijuterias. Passou e entrei para maquiagem, pq as roupas nao me serviam mais e eu fiquei muito deprimida e chorava quando ia comprar roupa.
Ai gastava tudo no rosto, pq tipo ‘ja que o corpo nao presta, pelo menos o rosto deve ser apresentavel’.
Nunca comprei nada internacional. Mentira, ja sim, naquele site nonpareil e no ebay(a tal paleta de 88 cores q eu pensava q precisava pra viver, acabei vendendo pq nao tinha utilidade pra mim). Influencia dos blogs.
Gastava tudo em maquiagem, sou expert em avon e natura, conheco tudo. Gastava 500 reais so de maquiagem (e eu ganhava salario minimo, q tal?). Mas quando duas gavetas do guarda roupa lotaram de coisas, vi q tinha bilhoes de bases e tal, parei. Ate iluminador comprei, coisa q pra mim, nao teve utilidade nenhuma e nao fico com cara de ‘grega rycah’.
Hoje so um produto de cada (uma base, um pó) pq amo maquiagem mesmo, e quando acaba o produto, compro outro pra substituir. Sem stress. Hoje vejo menos os blogs de maquiagem, pq comecei achar essa loucura toda futil e fico imaginando essas meninas com esse bando de coisa, nao devem saber nem o q usar.
Quando eu vi a colecao da Marina Smith fiquei ate assombrada. Mas se ela pode, fazer o q né?
Roupas eu comecei a ficar meio noiada, mas me controlei, pq casei recentemente e as coisas da casa tem q vir em primeiro lugar e tambem nao quero q meu marido pense q sou MAIS UMA decerebrada com um cartao na mao. TO investido nos estudos pq quero passar na prox prova da OAB (eu deveria estar estudando agora, rsrs).
Aff, acabei fazendo um depoimento hahaha
Isabela disse:
Tiane,
No caso da Marina Smith eu até entendo, porque afinal ela vive disso. Acho que ela é maquiadora profissional, ou estou enganada? E com certeza ganha muito $ com o blog, que tem anúncios, faz sorteios, promoções e etc.
Mas sinceramente, nada justifica uma advogada (como eu, e como você em breve) ou outra profissional liberal qualquer ter uma quantidade exagerada de itens de maquiagem, ou de perfumaria, por uma razão muito prática: eles vão estragar antes que você consiga usar tudo.
E eu só consigo entender que determinadas blogueiras (não especializadas em maquiagem) tenham um absurdo de itens de maquiagem se ganham as coisas, ou ganham para promover as coisas. Caso contrário…
Certa vez eu li algosobre o ‘Ten Pan Project’, mas acho que foi num site estrangeiro. Consiste o TPP numa espécie de rehab para quem consome muita maquiagem, você escolhe 10 itens e usa eles até acabarem, e só compra novos quando conseguir ver o fundo da latinha dos 10. Achei bem bacana, mas só vi uns dois ou três blogs daqui aderirem ao TPP.
Dá para entender, pois afinal duvido que uma Sack’s da vida patrocinasse algum blog cuja dona aderisse a algo do tipo, é claro!
Esse tipo de iniciativa acho que tem mais aceitação nos países da Europa, porque afinal quem passou pelo horror das guerras, bem ou mal, tem outra mentalidade, que vem de várias gerações.
Na primeira vez que fui a Paris, há quase 20 anos fiquei na casa de uma amiga e chocou-me o tamanho mínimo da lata de lixo do edifício dela (a onda de reciclar lá é muito antiga mesmo). E vendo no supermercado embalagens com duas fatias de presunto eu compreendi que a mentalidade por lá é mesmo outra.
Tem um ditado alemão, eu acho, que diz que quem compra o que não precisa está roubando de si próprio. E não é verdade?
Beijos
Tiane disse:
É mesmo Isabela, nada justifica essa loucura por maquiagem/roupas/enfim.
Eu vi esse projeto de um blog brasileiro e a menina desistiu no meio do projeto e durante o video falava como se o projeto fosse o maior sacrificio que fez na vida, dizendo que era MUITO, MUITO DIFICIL acabar com um gloss.
MUITO, MUITO DIFICIL é estudar quase 8 horas por dia, cuidar da casa e ser amorosa com o marido (gente, preciso desabafar!! hahaha).
Anonima disse:
No caso da Marina e ate legal ver is tutoriais e dicas que ela faz no blog dela. Eu me choquei com uma garota que vive aqui onde estou residindo atualmente. Comecei ter amizade com ela e em uma conversa me mandou uma lista de produtos que ela queria da MAC, eu fiquei com do e comprei um item da lista p ela. Afinal, ela disse no email que estava em depressao por não ter os tais “must have”. Ate aí td bem… Fui conhecer a bendita pessoalmente e vamos nos andarmos na loja de departamento de makes. Parei na Chanel p ver as novidades e comprei um batom e naquele momento a guria q estava comigo, aproveitou para testar alguns também . A vendedora me deu uma amostra de um rímel p mim e também para ela. Fomos as outras lojas e experimentávamos as coisas. Como ela tem blog de makes e sempre fazia post com a tag “testei e coisa do tipo” ela me disse testa em casa e me envie fotos. Eu burra testei e enviei as fotos e ela publicou no blog juntamente com o dela, mas DeChanel ela não colocou q eram amostras e qm leu o post pensou que nos tinhamos. Comecei a ver os posta dela nessa categoria e são vários. Qdo a Chanel lançou aqle batom Madeimoselle da linha Coco Rouge eu me interessei por ele e comprei, ela ligo publicou em seu blog fotos usando ele. Só q não tinha a foto do item como a Marina Smith e outras fazem mostrando a textura, embalagem e etc… A “bendita” usa as fotos da net. Qdo eu a conheci decobri q ela não tinha e só havia experimentado, mas no post fica bem claro que ela possui o item. Outro dia vi a mesma postando uns itens na tag “testei” e ela havia posto as fotos dos itens em suas mãos . Eram itens super baratos q vende em qualquer farmácia. Mas CADE as fotos das makes de luxo? Cheguei a conclusão que tudo que ela posta sem as fotos do item ela não tem e mente pra todas as seguidoras. Não, para mim. Ate pq depois q nos conhecemos ela mostrou quem era e hj não nos falamos.
Agora fica a minha pergunta: Pra que mentir que tem? Ela mesmo engana a si mesmo. E, o blog tem muitas seguidoras e todas lá ficam babando o ovo com a mentirosa q se passa de boazinha e muito amiga. Acredito que tem muitas assim. Agora ate onde vai os limites e que eu nao sei. Sinceramente, hoje já não gosto mais de blogs de makes como antes e qdo qro ver algo corro p os sites gringos de reviews. Tem muita mentirosa por trás dos blogs. Se testou na loja, custa dizer q testou lá???
Bjs DCNL
Camila disse:
Acho que no caso da Marina é bem distinto, pq ela apesar de ter muitas makes, não é nada esnobe..sei lá, dá para ver pelos tutoriais dela, a guria tá empre de moletom,sempre simples.
Ela deve ganhar bastante coisa, por isso, tentar acompanha-la é meio inocente,né?
Tiane disse:
Sem contar a divida imensa q adquiri com essas loucuras e nao consigo pagar. Nome no só pra contrariar e tudo mais.
Amo moda disse:
Tiane,
Muito boa!!!
“MUITO, MUITO DIFICIL é estudar quase 8 horas por dia, cuidar da casa e ser amorosa com o marido (gente, preciso desabafar!! hahaha)”.
Aracelly disse:
Penso quantas de nós já passamos por situações parecidas?Ás vezes em menor proporção mas a mesma situação. É engraçado como as pessoas se deixam levar por conceitos errôneos, tanto mulheres como homens, sim homens. Se nós mulheres queremos a bolsa da hora os homens querem o carro possante, a tchutchuca de bunda gigante com marquinha de fita isolante.
E tudo caminha para o mesmo objetivo pertencer a um determinado grupo. Eu já quis pertencer a um grupo e sim, me afundei. Hoje Penso diferente e só quero o que me faz feliz, isto foi a um bom tempo atrás, mas só agora estou conseguindo caminhar com a cabeça erguida como antes. Quem sabe um dia mando para a chanel minha história, ela ia fazer uma novela com ela!rsrs
Alice disse:
Meninas, mais tarde eu volto para dar minha opiniao, mas eu soh queria fazer um comentario agora: Da mesma forma que as meninas se espelham nas blogueiras e querem comprar mais e mais porque nego fala que tal item eh Must have, eu acredito que muitas dessas blogueiras tbm estao se espelhando em alguem, nas famosas, nas atrizes americanas, nas it girls do mundo, em outras it girls que estao num circulo social acima do delas. Nao vou dar nomes aqui, mas me parece meio obvio isso em pelo menos dois blogs. Vcs acham que o povo estaria comprando na H&M se Lindsay Lohan’s da vida nao comprassem la? H&M eh uma porcaria, na minha opiniao! Se as famosas e it girls nao estivessem carregando uma Goyard vcs acham mesmo q as blogueiras estariam carregando essa bolsa por ai? Se vc checar o historico de posts de algumas blogueiras, vc vera q anos atras elas usavam soh roupas nacionais e de “fast fashions” brasileiras. Depois que comecou a lucrar com o blog eh que nego comecou a usar marcas de luxo. Entao para e pensa, isso eh um ciclo, uma cadeia onde uma quer pertencer ao grupo da outra, mas infelizmente todas tem o mesmo problema: baixo auto-estima e inseguranca. E muitas nem sao ricas, soh torram a grana toda com coisas para se exibir para os outros!
Glauce disse:
Recomendo a todos que leiam esse excelente post do blog Dinheirama: Gastar menos do que ganha: Regra de ouro das finanças pessoais. http://dinheirama.com/blog/2010/07/19/gastar-menos-do-que-ganha-regra-de-ouro-das-financas-pessoais/
Assim como a De Chanel, o Dinheirama é um dos blogs que me ajudam muito. Quando mantenho uma leitura frequente, incrivelmente sobra dinheiro no fim do mês e a conta do cartão de crédito é menor. É uma pena eu não ter tido comprometimento com esse assunto e me deixado levar pelo consumismo desenfreado.
Depois volto pra dar meu depoimento! Bjos!
Passo pelo mesmo caso da Shopaholic. Só neste mês foram 3 sapatos e 1 batom, sem necessidade alguma, por influência das mídias, e eu só caio em mim quando já é tarde. Como alguém disse lá em cima, a gente não procura blogs e redes sociais com o intuito de se tornar um consumidor compulsivo, mas acredito que estar participando deste meio, seja como leitora de um blog ou seguidora do twitter, nos faz inconscientemente querer pertencer a ele. Eu já comprei e continuo comprando muita coisa
Letícia disse:
Já fiz algo semelhante, mas não por causa de blogs, pq na época nem twitter eu tinha…Mas eu gastava compulsivamente e pago (literamente) por isso até hoje, mesmo tendo passado 1 ano. Com o dinheiro de tudo que eu gastei, compraria um carro…E olha, nem carteira de motorista eu tenho! Deprimente. Mas, por mais clichê que seja, é errando que se aprende! Precisei sentir a dor de receber meu salário e usá-lo só para pagar contas para perceber que algo material não é tudo nessa vida.
Enfim…
Sobre os blogs, antes eu lia direto, ficava vidrada, pensava “Eu PRECISO de um blush da MAC” (por exemplo) mesmo sabendo que um blush da Avon poderia servir, afinal, gosto de maquiagem mas quase não uso. Depois de um tempo, enjoei disso tudo. Principalmente pq a maioria dos blogs só postam produtos internacionais…Ver aqueles esmaltes da Chanel começou a cansar…Até que eu enjoei de vez. Hoje em dia olho um blog ou outro, mais para dicas de ‘beleza’ (digamos assim) e penso em uma forma de adaptar ao meu bolso, afinal, não há como e nem se tivesse, eu compraria um esmalte de R$ 100,00.
Hoje em dia penso mais que eu sou o que sou, não o que eu visto, mas para pensar assim, demorou…rsrs.
Ana D. disse:
Nossa, eu também já tive a minha fase de compras desenfreadas. Tá todo mundo se abrindo aqui, também fiquei com vontade. Bom, tudo começou quando eu casei com um homem com uma situação financeira muito boa. Tá, sem rodeios, ele era/é rico para o padrão brasileiro. Na época, eu advogava e até ganhava um salário legal, mas tava muito estressada e cansada do meu trabalho. Desde que eu tinha entrado na faculdade não tinha parado, então depois do casamento o meu marido me propôs que eu saísse do escritório para tirar um ano sabático e me recuperar. Depois eu decidiria se estudaria para um concurso público ou se faria um mestrado. Claro que esses planos me deixaram muito feliz apesar de ter sido naquele momento um pouco relutante com a idéia que as pessoas podiam ter de mim no sentido de que eu queria virar dona de casa só porque o meu marido tinha grana e tal. Eu não queria que me vissem como uma dondoca. Tudo bem, os primeiros meses do meu ano sabático foram maravilhosos, fizemos a nossa primeira viagem ao exterior juntos e o meu ex me proporcionou tudo que eu queria, foi um mês de compras, passeios e diversão. Um verdadeiro sonho. Quando voltamos dessa viagem parece que o mundo caiu sobre a minha cabeça. Comecei a ficar entediada e confusa sobre o futuro, não aguentava mais ficar em casa, perdi o ânimo para estudar e também acho que fiquei um pouco com aquele gostinho de que comprar é muito bom (por causa da viagem). Foi aí que comecei a comprar mais do que o normal. Eu nunca tinha sido consumista, antes comprava muita roupa para trabalhar, mas o meu estilo no dia a dia sempre foi clássico, poucas (mas boas) peças, esse era o meu estilo, que obviamente começou a mudar depois da minha afetação pelas compras. No começo, o meu ex achava legal porque comecei a ser mais ousada e a me produzir mais. Acontece que eu comecei a gastar demais, muito mesmo. Com esses gastos eu perdi a confiança do meu marido. Como eu falei, ele tinha muito dinheiro mas tudo que ele conquistou custou muito suor da parte dele, ele não ganhou nada de mão beijada. Então simplesmente não entrava na cabeça dele que eu pudesse gastar R$1000 num par de sapatos. De vez em quando tudo bem, numa viagem tudo bem, ele até curtia ver a minha felicidade, mas 3 vezes por semana para ele era um absurdo. Mas tirando a parte financeira que pesou nesse sentido de confronto de valores, o pior foi a minha alienação. Eu só queria e só sabia falar de roupa, de maquiagem. Bolsas e sapatos eram a minha perdição. Não quero fazer drama mas o preço que paguei por isso foi alto: o meu casamento. Quando o meu casamento acabou, fui ao fundo do poço, me deprimi muito, revi a minha vida e os meus valores. O meu próprio ex me ajudou a me reerguer com uma espécie de mesada que me dava, estudei para um concurso mas acabei voltando a advogar, e hoje, graças a Deus, não preciso mais dessa mesada nem das compras compulsivas. Com tudo que eu vivi posso dizer que cresci e que amadureci. Hoje me arrependo? Claro, mas também sei que hoje não seria tão forte como agora, não teria revisto e fortalecido os meus valores e princípios. Essa é a mensagem que eu quero passar para a Shopaholic.
Beijos para todas!
Tiane disse:
Poxa, Ana. Deve ter sido bem dificil. Tenho medo de tambem destruir a felicidade que construi por causa de minhas loucuras.
A questao nao é agradar marido, mas estar tao enlouquecida a ponto da pessoa que vive com vc acabar ficando com medo de toda aquela busca.
Pra me preservar-lo evito de conversar sobre assuntos de beleza com ele, so falo o q ele pergunta tipo ‘pra q serve isso?’ eu respondo ‘pra realçar o olho’. Ja vi muita menina fazer dessa simples pergunta um tormento pra pessoa, dizendo que é pra fazer isso e isso, pq fulana de tal da revista usou, pq em comparacao com aquele esse é superior e bla bla.
To aqui com uma revistinha da Avon na mao e so vou pedir um rimel pq o meu secou. Em outras epocas, metade da revista iria com meu nome escrito.
Michele B disse:
Sou da geração que o objetivo era ter independência dos pais. Não sei dizer se sou muito antiga! (Tenho 37 anos, com corpinho de 27!). Mas essa era a intenção. Minha mãe como boa mulher feminista, nos criou sempre com a frase: “Sejam independentes, tenham sua carreira e desfrutem do que conseguirem pelo próprio esforço”. Eu e minha irmã levamos ao pé da letra.
Em minha carreira, pude observar a geração seguinte a minha. E que surpresa! Não diria decepção, mas para mim os jovens parecem muito compulsivos. Digo isso quase generalizando e que acabam tendo consequências bastante sérias. Só espero que não tenhamos uma legião de oneomaníacos!
Como sou professora, hoje leciono em nível universitário, mas lecionei para adolescentes, esses são bem suscetíveis, são influenciados pela ideia que que precisam de determinados produtos e marcas para serem reconhecidos ou fazerem parte de algo.
O motivo pelo qual eles consomem mais é a busca pela autoafirmação e também para fazer parte de um determinado grupo. Existem adolescentes brilhantes, mas em geral o futuro parece ser algo que não faz parte de seus planos, portanto, acabam cursando o colégio e muitas vezes a universidade com uma falta de compromisso ímpar, como se isso não tivesse influência nenhuma em seu futuro. Uma geração mau formada e com foco no prazer imediato.
Quando morei nos EUA, minha colega de quarto teve um problema terrível. Não tinha nem dinheiro para comer. Os pais cortaram tudo, ela tinha dívidas enormes, mas no guarda-roupa dela tinha 123 calças jeans!
Charlotte disse:
Esse post é muito interessante, pois se ouve muito falar em consumo por grifes famosas e as pessoas que não tem acesso a marcas, quem mora em cidade muito pequena, como eu, acabam sendo engolidas por roupas da ”moda”, mas sem marca. Tem que comprar cada nova roupa que aparece na vitrine da ”butique” e se atolam em dívidas- em menor proporção do que as ”patricinhas” de cidade grande, mas em grande proporção para seus pequenos ganhos.
Quando entrei para faculdade pública em 2004, caí nessa neura de querer andar sempre na moda como as colegas, filhas de pais ricos. Me surpreendia em como elas a cada dia iam com uma roupa diferente para a escola. Até então nunca tinha pensado muito em moda, embora adorasse olhar vitrines. Ainda vivia no esquema ”filha de pobre” de comprar roupas só no inverno e no verão- duas vezes por ano. Na faculdade eu não queria estar ao lado das ”esforçadas” e mal vestidas. Queria ser notada[ e desejada e invejada]. Comecei a comprar e as vendedoras incentivavam a comprar mais e mais- segundo elas, tudo ficava lindo em mim; me chamavam na rua, dizendo que tinha chegado uma calça e uma blusinha que eram ” a minha cara”… Comprava coisas que não tinham nada a ver comigo.
No começo foi fácil pagar as prestações, mas comecei a comprar em várias lojas e me endividei muito. Foi um ano triste. Eu, se tivesse de ir a algum lugar que passasse pela loja que devia, dava uma volta enorme. Tirava o telefone da tomada para não receber cobranças; passava o dia todo na varanda para o caso de alguém vir cobrar e não precisar bater palmas[já que eu estava ali] e não chamar a atenção da vizinhança. Só aos finais de semana tinha paz. Consegui me livrar daquelas contas e a vergonha que passei me fez nunca mais cair nessa armadilha.
Minha situação finaceira hoje é muito melhor que em 2004, mas evito usar o cartão para parcelar minhas compras. Quando uma vendedora diz que uma peça me ”caiu como uma luva”, geralemente escolho outro produto, rs. Fiquei muito traumatizada.
beijos.
Gustavo disse:
A minha opinião vai num sentido bem diferente do da maioria de vcs.
Acho que não podemos ser condescendentes com as nossas fraquezas.
O que eu mais gostei no depoimento da menina é que ela assumiu que a culpa de tudo era única e exclusivamente dela.
Sei que é um clichê, no entanto como bom clichê tem um fundo de verdade: a vida é feita de escolhas.
O dinheiro nos dá o poder da escolha, cabe a cada um de nós utilizá-lo de acordo com os nossos valores e necessidades.
Na sociedade brasileira cada vez impera mais a cultura do endividamento. As pessoas hoje parcelam todos os seus gastos, inclusive supermercados hoje oferecem a opção do parcelamento, coisa por sinal inexistente na Europa.
Adotamos o sistema americano e a cada dia que passa vemos mais famílias falidas. Com o handicap que nós não temos as mesmas facilidades que os americanos (p. ex. hipotecas acessíveis).
Praticamente já não vemos jovens empreendedores, que juntam dinheiro para investir num projeto ou num negócio.
Vivemos nesse imediatismo desenfreado, ninguém pensa no futuro.
A coisa tá preta.
Isabel disse:
É complicado, mas a maior parte das pessoas que sofrem com isso querem ser alguém que não podem ser, querem imitar celebridade a,b ou c, e isso é um dos maiores erros que existe, pois a maior parte dessas famosas recebem essas roupas/bolsas/sapatos de graça.
É puro marketing das empresas, criam esse burburinho todo a volta de uma determinada peça, dão a várias celebridades e as mulheres comuns só faltam se matar para ter a tão almejada peça.
Sempre que vou fazer compras e alguma vendedora me diz que fulana ou sicrana tem o mesmo, eu digo sempre: Não estou interessada!
Gustavo disse:
Não ficou claro no meu comentário a questão do empreendedorismo.
Lendo o depoimento me veio à mente essa questão. Imaginei como haveria sido se em vez de comprar essas roupas todas a menina tivesse investido no seu pequeno negócio de confecção de roupas.
Provavelmente o quadro seria outro.
Por isso expresso o meu total apoio a esse giro que ela quer dar à sua vida.
Sucesso!
Sissi disse:
É engraçada essa questão para mim.
Eu adoro ter quando vira uma parte de ser. Uma peça maravilhosa de roupa, por exemplo, me faz gostar de ter a experiência de admirá-la. Ou seja, mais do que ter para mostrar (aparência) por aí, existem algumas paixões que eu simplesmente gosto de ter por ter – no guarda-roupa e, claro, em parte da minha existência. Seria ingênuo eu desvincular ter de ser o que sou e quero ser – a questão é definir o que e por que quero ter.
Gosto de moda, leio sobre moda, gosto de tecnologia, leio sobre tecnologia… Ou seja, é fácil – diria até intuitivo – fazer listas sem fim do que gostaria de ter por algum motivo. Admito que já me policiei, e, por que não, me policio quando sinto aquela sensação de que “preciso ter x coisa”, sendo cara ou não.
Mesmo com todo esse contexto, não sou nem de longe shopaholic. Pra falar a verdade, to mais pra pão dura. Mesmo que eu ganhe dinheiro e estabeleça que essa parte é passível de gastos sem impacto sobre o resto, eu tenho questões… Até compro, mas vem uma parte, sim, de culpa: como, on Earth, posso ter gastado x em algo? Meu marido até reclama porque diz que eu me puno demais e, mtas vezes, desnecessariamente.
Sim, blogs aumentam vontade de ter. Se o blog aumenta porque você se sente mais segura porque alguma blogueira bonitinha por aí disse que é um “must have”. Meus pêsames: vá atrás de alguma passagem alienígena que faça você voltar pro high school e, quem sabe, ser mais legal. Porque essa adoração mais pra tietagem de blogueiras pessoalmente me dá sono. E dó!
De resto, é um meio de comunicação sobre moda que, sim, mostra coisas legais – caras ou não. Uma parte da engrenagem? Sim, e ela atende por capitalismo. Não sei se sou mto cética – ou o contrário – mas por si só acho no big deal: é um sistema. O problema é a falta de freio interno.
Bjocasss!
Pingback: PlacedelaMode
Garota Rocker disse:
Ah, Sophaholic, eu entendo o que voce sentiu..até eu que nao era ligada em moda-beleza me deixei seduzir pelo mundo fashion…
Acho que você deve ter lido meu depoimento aqui no blog.
Então baby, não podemos nos afastar do que somos…se você gosta de moda e beleza desde menininha, como disse, tudo bem, go ahead..
mas não faça NADA, repito nada, nada apenas para os outros te aprovarem.
Na real, a maioria das pessoas que se importa de verdade com você tá se lixando se você usa renner, c&a e riachuelo ou sei lá…prada.
Quem essas pessoas pra quem você mostrar são na sua vida?
Que relevancia elas tem?
O
Ficar nessa de acompanhar louca e cegamente blogs e revistas não leva ninguém a nada, eu fiz isso uma época (curta, graças a deus) e o que eu consegui???
C* elevado ao quadrado menos 2!!!
Nada!
Se voce, assim como eu, não é uma herdeira, não ganhou na loteria e não tem cônjuge rico….Pega a grana que você gastava com roupitchas desnecessárias ( atenção: só as desncessárias) e aplica numa coisa que enm o tempo e nem as traças vao poder desgastar: uma viagem, um curso, um plano de previdência privada (hahaha).
Não importa o que já passou, sempre é tempo hábil quando a gente quer mudar pra melhor.
Beijos!
Ah, DCNL eu simplesmente amei o meu pseudônimo “garota rocker”…
Adotei pra vida.
Deia disse:
Meu Deus, esse foi o melhor post . Nao to endividada, mas meu consumo aumentou demais depois de começar a ver esses blogs todos os dias. Ainda vejo, adoro tudo sobre moda, mas tenho que sempre me policiar pois realmente eu começo a “precisar” toda semana de alguma coisa que vejo. No meu banheiro ja nao tem lugar pra colocar maquiagens, teve uma fase que surtei, nao parava de comprar em sites internacionais e fazer encomendas da MAC com alguém que está fora do país. Tem coisa que até hoje ainda nem abri.
O que eu acho é que muitas vezes as meninas colocam as comprinhas delas como se fosse algo natural comprar 23 camisetinhas de uma vez, ou 5 blushes , 10 batons 3 bases e mostrar uma bancada enorme que foi construida especialmente pra esse fim (confesso que tempos atras fiquei tentada a construir uma bancada desse tipo em um quarto vazio em casa, só nao fiz pq achei absurdo demais sendo que esse quarto vai ser do meu bebê que estou tentando ter) .
Ainda compro muito, mas dou uma analisada booa antes de ficar desesperada por algo.
O engraçado é que vc começar analisar, muitas das meninas dos blogs nao sao ricas e nem trabalham com isso, o que dá mesmo é a impressão que gastam o salário inteiro em futilidades somente pra poder mostrar no blog! Eu hein! eu é que nao quero ficar assim!
Garota Rocker disse:
Pessoas, indicarei um livro deveras interessante (e f*da-se que me achar arrogante por citar um livro).
Ei-lo:
Consumido – Como o mercado corrompe crianças, infantiliza adultos e engole cidadaos.
O autor é Benjamim Barber.
O livro é extenso mas muito esclarecedor, mostra como o mercado, por meio do marketing, manipula os consumidores focando nas carencias e anseios de todos os setores a sociedade e assim fazendo as pessoas acreditarem que seus problemas e instabilidades sociais e psicologicas podem ser resolvidos e amenizados, (na verdade mascarados) com compras.
Tudo bem a funçao do marketing é essa mesmo. Mas a coisa chegou num nivel absurdo. Enfim, quem quiser, leia.
patricia c disse:
GR chegou num assunto que eu queria comentar: a influência e o consumo infantil:
http://www.alana.org.br/CriancaConsumo/Biblioteca.aspx?v=8&pid=40
Esse é um documentário que todos deveriam assistir até o fim, principalmente aqueles que querem ter filhos (ou os que tem)
Lyanna disse:
Acho impressionante como esses marqueteiros e publicitários conseguem hipnotizar as pessoas de uma tal forma que elas passam a ser teleguiadas e acham que são escolhas delas, o que na verdade foram escolhas deles.
Andrea disse:
Eu tenho esse livro, sou da área de marketing e comunicação e conheço bem os efeitos colaterais causados pela Indústria Cultural. E mesmo tendo conhecimento, dos apelos, das estratégias ainda luto para manter o equilíbrio e não cair na tentação da “felicidade” através do consumo. Vou te sugerir um outro, que é em um tom mais sarcástimo mas é muito bom e gostoso de ler.
Se chama DE PERNAS PARA O AR, A ESCOLA DO MUNDO AO AVESSO – Eduardo Galeano, tem uma parte em especial que gostaria de transcrever para reflexão:
Curso Básico de Injustiça
A Publicidade o manda consumir e a economia o proíbe.
As ordens de consumo, obrigatórias para todos, mas impossíveis para muitos, são convites ao delito. Sobre as contradições de nosso tempo, as páginas policiais dos jornais ensinam mais do que as páginas de informação.
Este mundo, que oferece o baquete a todos e fecha a porta no nariz de tantos, é ao mesmo tempo desigual: IGUALADOR NAS IDEIAS E NOS COSTUMES QUE IMPÕE E DESIGUAL NAS OPORTUNIDADES QUE PROPORCIONA.
Lyanna disse:
Não vou fazer um comentário gigante sobre o que eu penso. Comento aqui na laje há alguns meses e a maioria das minhas críticas chegavam a conclusões similares: a valorização do ter em detrimento do ser.
Acho que boa parte dos posts da laje, na essência, também contêm essa crítica, pelo menos é assim que interpreto.
O que posso dizer a nossa amiga é que abstraia um monte de blog insuportável, procuro o que é bom e continue evoluindo. Uma vida sólida não é construída com pilares de particulière, snob, bolsas Alexa, etc, etc.
Vc vale infinitamente mais do que isso tudo e não esqueça que algumas blogueiras presunçosas viajam e se jogam na Forever 21 que é loja de departamento tanto quanto a C&A, postam looks na topshop, H&M e Zara que são tão fast fashion quanto uma Renner da vida.
Dê unfollow e vá ler um livro!!!
Daniela disse:
Mas esse blog é um fenômeno, minha gente! A De Chanel publica um post com um depoimento, aí a gente vai ler os comentários e se depara com mais 30 depoimentos!
Os comentários desse blog são um caso a parte, inteligentes, informativos. O mais legal é que às vezes eu termino de ler um post doida pra comprar um batom, confesso. No caso do De Chanel, eu terminei de ler o post interessada em ler 2 livros e em ver um documentário. Isso só enriquece a nossa relação com os itens de consumo de moda. O equilíbrio é fundamental, sempre.
Primeira vez que comento. Como eu disse, os comentaristas desse blog sempre demonstram um nível tão alto, daí eu ficava meio sem jeito de comentar também, mas pronto, passou!
Sou fã do blog, De Chanel. Vc tem um faro para assuntos interessantes que é demais!
Beijos de uma fã (ex-)enrustida!
Queen B. disse:
Acho que a maioria das mulheres que estão aqui passaram por isso, nem que seja por uma fase inicial dessa vontade de consumo desenfreada. Eu me lembro que antes, um lápis de olho e um gloss labial era o suficiente pra mim. Eu me sentia LINDA apenas com esses dois produtos. Quase não sabia os nomes das grifes e mto menos sonhava com uma bolsa acima de 500 reais. É.. as coisas mudaram, parece que quando eu resolvi mergulhar nesse mundo moda/comportamento/ beleza aflorada me descobri uma pessoa extremamente volúvel a tudo que me era ” indicado” , muitas daqui passaram por isso. Minha mudança repentina foi percebida e claro, criticada. Parecia que quanto mais informação eu tinha, mais eu queria ter (makes e afins), quanto mais novidades surgiam, mais eu queria. E foi aí que depois de muitos amigos meus comentarem a minha mudança e eu cair na real que tudo isso era inútil, que eu passei a me controlar, a nao falar tanto sobre e nem querer tanto algo sem necessidade. Passei a me controlar, a preencher todo aquele tempo gasto pensando em algo realmente útil, traçando um objetivo pra seguir. Uma MUDANÇA pessoal mesmo. TODAS , ou quase todas, tiveram esse momento ‘nonsense’ durante um certo período.. hoje enxergo minha beleza e me aceito como sou, hoje sei exatamente o que quero, o que acho bonito e o que eu NÃO gosto. Não quero ter simplesmente porque foi divulgado e é o “item must have da nova estação”. Aprendi a identificar o que eu realmente gosto. E agora quanto mais informação eu tenho, mais eu sei filtrar e discernir se vai ser bom ou não pra mim. Ótimo post Dechanel, arrasando nas críticas, como sempre!
Um grande beijo.
patricia c disse:
é, todo mundo já passou por uma dessas. Eu tinha 18 anos quando afundei pela primeira vez. O celular logo se popularizou e todo mundo tinha um. Era o “tem que ter” da época. Fui numa loja e parcelei o celular em 10x. Claro que não eram tão acessíveis como hoje em dia, eu não tinha como pagar a vista ou em 2, 3 vezes e parcelei logo em dez. No meio do percurso tive outros problemas e a divida foi se acumulando. Eu era novinha mas ja trabalhava, cheguei no fim da linha tendo que juntar dois míseros salários pra saldar um cartão, antes que me engolisse com tantos, tantos juros. Nunca mais parcelei nada acima de 4x
A segunda foi na faculdade, eu era bolsista. Sempre fui pobre (até hoje, rá!), nunca tive $ fácil e o único jeito de estudar foi com uma bolsa suada, que me tiraram na metade do curso. Quando faltava um ano pra terminar a graduação eu tinha uma divida de 4.8 mil e um salário de R$ 500 mensais. Passei qse um ano dando meu salário inteiro naquela divida, sem ter nem um real pra comprar um refri e comer com o pastel.
Hoje não dou um passo maior que minha perna, compro o que cabe no bolso e levo comigo o mantra “eu posso viver sem isso”. Tbm adoro moda, maquiagem, cinema, shows mas aprendi a selecionar, pra tentar fazer o dinheiro render.
Meu ultimo vicio (há uns 2 anos) foram as revistas. Eu assinava duas e comprava outras duas. Tinha três prateleiras lotadas delas. Qdo me casei, fui separar o que era útil (nenhuma!) e somei o $ que gastei nelas. JESUS, dava pra ter ido viajar com 15 dias de férias. Doei todas pra reciclagem e hoje em dia, com dinheiro de revistas pago meu RPG pra melhorar a coluna.
Vivendo e aprendendo, amigas. Tbm andei abandonando os blogs citados. Me causa tristeza ver uma pessoa idolatrando 18 bases sendo que ela só precisa de UMA que funcione no seu rosto.
beijo
Li disse:
Acho que uma coisa boa a fazer, numa situação dessas, é evitar de ler blogs de moda e beleza. Esse foi um dos motivos pelos quais parei de ler. O outro é a quantidade gigantesca de informação de pouquíssima utilidade e o tempo que se gasta com eles. Ficava muito tempo lendo, e ao desligar o computador sempre me dava sensação de tempo perdido, muitas vezes sem ter conseguido uma informação nova, interessante ou útil.
Li disse:
Tem depoimentos tocantes aqui, além do que foi postado. Bom para pensar como há (ou ao menos deveria haver) responsabilidade envolvida com informação!
Manu Curty disse:
Eu às vezes tenho a impressão que 10 em 10 mulheres já passaram por este tema ou estão passando. É uma questão muito delicada, pois o mundo te diz o tempo todo que você tem que ser perfeita, linda, com o corpo perfeito, com roupas com cortes perfeitos, make lindo, etc. O difícil é se concentrar no que mais importa, assim, na minha época da faculdade me lembro muito bem, a maioria das meninas iam super produzidas e eu me sentia o coco do cavalo do bandido. Era a época das patricinhas e não das It girls, sendo bem sincera, o mundo sempre foi assim, só que como costumo dizer a globalização só ativou isto no máximo, trouxe a possibilidade de todos se sentirem infelizes com coisas que nunca entraram em suas vidas antes. Me diz, pra que uma mulher necessita de VS tanto na vida, para que uma bolsa Chanel, sinceramente nos iludimos e nos vendemos por muito pouco. A vida realmente é muito mais que isso! Parabéns pelo blog!
Micha disse:
Bom Dechanel, acompanho teu blog faz um tempo e até então ñ havia comentado, apesar de me identificar com vários posts anteriores… infelizmente esse é o que eu mais me identifico pq estou passando por tudo isso, sentindo na pele mesmo. Vou explicar. Venho de família humilde, muito humilde mesmo tanto q até minha adolescência eu só usava roupas q ganhava de onde minha mãe trabalhava. Conheci meu marido fazem dez anos, e aí minha vida começou a mudar. Ele é extraordinário, nunca viu problema na condição financeira da minha família, aliás admira muito meus pais por toda luta e tal… A família dele é adorável mas ao mesmo tempo é rica e esnobe. Qdo mais jovem ñ fui apegada a marcas mas a convivência te modifica absurdamente. Com o tempo comecei a sentir uma certa rivalidade com minha cunhada, pois tudo q eu comprava ela ía lá e comprava a mesma coisa que eu e mais um pra mostrar q era superior. Comecei então a gostar do q era caro e como diz meu marido tu só sabe o q é ruim qdo conhece o que é bom! Trabalho como representante de medicamentos há 6 anos e no início desse ano saí da empresa que eu trabalhava e aí tudo q já estava enrolado ficou mais ainda. No período q trabalhei só consegui adquirir meu carro, do qual foi financiado e quitado com muito esforço. Esse ramo do qual trabalho é regado a grandes convenções em lugares caríssimos, competição sobre quem tem o óculos mais caro, o melhor relógio, o carro mais potente, quem viajou mais vezes para a Europa… enfim regado a futilidades… ano passado comecei a me interessar por blogs de moda, e aí veio o pior de tudo – Quero ser assim também! – Putz comecei a gastar igual uma louca, tanta roupa q nunca usei no meu closet, tanto calçado já doado novinho, nossa me perdi total. Comecei a vender meus tickets restaurante pra pagar as dívidas q já ultrapassavam o próprio valor do meu salário. Saí da empresa no início do ano e algumas dívidas ficaram sem quitar. Acabei de fazer um empréstimo no banco pra pagar tudo, quitei tudo na segunda feira, estou aliviada, com o nome limpo novamente, meu cartão de crédito tem nova moradia q é na carteira do meu marido, quebrei todos os meus cartões de lojas q tinha crediário, em dez meses estará quitado esse empréstimo, que graças a Deus foi menos de mil reais, sinto que passei uma borracha nisso tudo, sinto-me curada, mas como sempre tem a crise de abstinência, fico de olho em mim mesma. Acabei de ser contratada por uma empresa fantástica, no mesmo ramo e tenho a plena certeza que essa vida eu não quero mais, nem pra mim, nem pra ninguém. Percebi q preciso de muito pouco pra ser feliz e uma bolsa Chanel ou um sapatinho Louboutin não me tornarão uma pessoa melhor. Meu marido e minha mãe voltaram a ter orgulho de mim e isso não tem preço!
Ana Carolina disse:
alguns blogs pra mim são bastante inspiradores, alguns lifestyles são invejáveis, algumas (muitas) pessoas são repugnantes.
mas a vida real é assim, quando a internet não existia as inspirações estavam nas revistas, na revista ‘caras’ do salão de beleza tooodo aquele glamour, e tb conhecemos muita gente repugnante. e por alguns segundos, nos envolvemos com tudo isso, já quisemos ser coisas que não podiamos ser, até como aquelas pessoas que depois eu enxergamos repugnantes, e jah quisemos ter mts coisas das quais a conta banco não nos permitia comprar. e tb já passei por adversidades, dificuldade financeiras, e isso tb passou (infelizmente não passou taaaanto assim, mas a gente vai levando), e aprendi que tudo isso é uma fase. e principalmente, tratar disso trata-se de um problema de auto-estima, ninguem eh mais feliz podendo comprar tudo que lhe vem a telha, nem menos realizado de não poder comprar oq lhe dah vontade.. mas isso é um aprendizado, lento e gradativo, que deve e pode ser feito de maneira simples, contanto que vc enxergue que há um problema em vc..
Gabriely disse:
Que tema interessante, creio que tdas se identificam em um grau ou outro com essa problemática de ter ou não ter.
Eu moro na capital mais cara do país, o custo de vida aqui é um absurdo, se eu for me dar ao luxo de gastar sem pensar estarei pagando parcelas de cartão de crédito até a minha 4ª geração! Eu tento, mas é uma verdadeira tentação!
Ler esse depoimento me fez refletir bastante, não quero ser a próxima Shopaholic Anônima! Não tenho um problema crônico com relação a compras como algumas pessoas que conheço, mas o meu conselho é se vc não ta conseguindo sozinha peça ajuda… seja de sua amiga, de sua mãe, de sua vó, qualquer um! Alguém que te ajude, nem que seja guardando seu cartão de crédito ou seu dinheiro, pelos menos durante o periodo em que você procura se encontrar em meio a tanto consumismo.
Fazer compras é bom, mas não vai solucionar seus problemas, muitas vezes se torna um. Não vai suprir outras carências tb, no final se a pessoa não é viciada em compra ela vai se viciar em outras coisas, pq a raiz desse tipo de problema é mais profunda… seja alto-estima, complexos, vontade de ser aceita e etc…
Vamos manter a atenção garotas! As melhores coisas da vida são de graça!
L. disse:
Eu nao tenho nenhuma experiencia direta com dividas e gastos exagerados mas gostaria de compartilhar um aprendizado que a vida me deu. Talvez sirva de inspiracao para muitas leitoras desse blog e para a Shopaholic.
Minha familia sempre teve uma situacao financeira excelente – eramos classe media alta. A minha infancia foi feliz e inicio de adolescencia tranquila até que em pleno auge da adolescencia, com a entrada do plano real, as empresas do meu pai quebraram e o nosso padrao de vida caiu de uma forma absurda.
Nossa vida virou um caos. Meu pai ficou visivelmente deprimido e inclusive pensou em suicidio. Resumo: nossa vira virou de cabeca para baixo. A gente tinha que viver so com o salario da minha mae e para vcs terem uma ideia, ganhei uma bolsa na minha escola porque a direcao se sensibilizou pela nossa situacao.
Eu nunca tinha sido consumista, comparando com as minhas amigas eu era bem tranquila. Mas eu podia ter tudo que queria, ate mesmo porque eu tinha essa fama de boa menina responsavel, estudiosa e comportada. Os meus pais compravam tudo que eu pedia e eu recebia uma mesada excelente.
O ser humano e engracado. Basta vc nao poder ter uma coisa para querer ter essa coisa, ne?
E foi o que aconteceu comigo. Comecei a ter impulsos consumistas e desejar coisas e mais coisas, coisa normal na adolescencia inclusive. Ir para o shopping era um martirio para mim, tambem comecei a me sentir deslocada na escola e a ter inveja das minhas amigas. Tambem sofria muito com a possibilidade das pessoas terem pena de mim e da minha familia. Essa epoca da adolescencia foi muito marcante para mim.
Mas viver tudo aquilo me deu forca para querer ser independente. Eu sabia que os meus nao poderiam pagar faculdade para mim, algo tao triste para o meu pai que sempre dizia que eu ia estudar na PUC como ele. O que eu fiz? Meti a cara nos estudos, consegui passar no vestibular da USP. Terminei o ingles e no mesmo mes comecei o frances, comecei a trabalhar no primiro ano da faculdade. Ralei muito.
Nesse tempo eu continuava sentindo aquela nostalgia dos velhos tempos, continuava desejando coisas – especialmente viagens, roupas e cremes que sao a minha perdicao – e tambem sofria por nao ter tudo que eu queria. Mas eu nao me entreguei. Forca de vontade e determinacao sao a formula do sucesso. Vc tem que ser forte, tem que pensar a longo prazo, tem que se apegar a objetivos mais amplos.
Vc tem que se questionar sempre, tem que ver se vc realmente precisa daquele objeto que esta desejando. Tem que se policiar. Eu por exemplo parei de ir para shoppings.
Quando eu olho para tras fico ate perplexa como eu fui forte, nao fiquei com complexo de Cinderela. So com muita determinacao vc pode resistir aos impulsos consumistas.
Eu nao resisti por opcao porque queria juntar dinheiro, eu nao tive essa escolha, um belo dia as portas se fecharam para mim, eu fui obrigada a lidar com essa realidade.
Se por alguma razao vc nao tem escolha obrigue-se tambem, aprenda a viver de acordo com a realidade que vc tem.
E estude, estude sempre.
As roupas um dia saem de moda, os sapatos ficam velhos, os cremes acabam.
Mas a educacao que vc tem ninguem pode tirar de vc. Esse e o lema da minha vida.
PS: teclado sem acentos.
Gizel disse:
Acabei de descobrir seu blog via SuperZiper. Gostei e me preocupei.
Eu gosto de moda, nos ultimos anos gosto tambem de maquiagem mas, felizmente, sou do time das resolvidas. Leio blogs de maquiagem no meu Google Reader mas os uso como fonte de informacao, nao leio blogs de moda mas tenho Polyvore. Sei eh claro que a maioria dos blogs sao difusores de propaganda, velada ou nao, mas nunca tinha pensado que pudesse ser assim tao danoso.
Pra mim a maquiagem eh uma maneira de me fazer sentir bem, melhora minha auto-estima. Nao que eu me maquie todos os dias mas me ajuda a camuflar as falhas e sair mais bonitinha por ai.Leio sim muitos blogs de craft e costura. Quanto a roupas, gosto de costurar, reinventar, mas nao “pirsigo” os trends. Mas nem todo mundo eh assim ne?
Tenho uma filha e essa eh a razao da minha preocupacao. Como protege-la desse mundo consumista e de aparencias que nos cerca? Procuro focar a educacao para qualidades de carater e nao de aparencia mas que chances eu tenho contra o bombardeio de publicidade por todos os lados? Sao perguntas retoricas, nao espero um resposta.
Temos que tentar fazer o melhor possivel pra educar os pequenos e esperar que nossas mensagens e principalmente nossos exemplos sejam absorvidos. Tem muita beleza por ai mas ela nao esta necessariamente numa Birkin ;)
Pra nossa amiga consumista arrependida: voce ja deu um grande passo, agora eh retomar o controle da sua vida. Coragem e pensamento positivo, esse eh so o inicio da sua jornada. Beijo!
sinara disse:
Este depoimento é muito importante para as pessoas refletirem a respeito do consumo.
Tenho um post no meu blog que falo da liberdade de não possuir, na verdade vivemos na ilusão de possuir, quando na verdade nós é que somos possuídos, somos escravos do que temos. Vale a pena a leitura, acho que complementa bem tudo o que foi dito aqui, é mais um texto que nos leva à reflexão:
http://letrasemfoto.blogspot.com/2010/04/arco-do-triunfo.html
Beijusssss
Gisele disse:
Por essas e outras que eu cansei desse mundinho da moda, de revistas, blogs e etc. É futilidade demais pra mim. Continuo gostando de moda, mas, sinceramente, não sei até que ponto posso me envolver com o assunto sem me sentir gorda, pobre, feia e mal-vestida. Pelo menos não sofro desse consumismo desenfreado. Quando comecei a trabalhar, percebi que não posso ralar o mês inteiro só pra pagar o cartão de crédito. Tem tanta coisa mais legal e mais importante do que isso…
Rubia disse:
Olá, DeChanel! Faz pouco tempo que descobri o seu blog e ele é um alento a tudo o que temos visto por aí.
Como disse a Daniela, a gente lê o post e os comentários são um caso a parte. E me sinto como ela também. Quando leio blogs de beleza (uia) sinto a fútil ideia de comprar um batom ou coisa do tipo, quando leio o seu sinto vontade de ler um livro e me dá um estímulo muito bom pra minha vida.
Tenho que contar meu caso também.
Estou num período ruim de vida, depressão da “braba”, remédios, terapia, enfim…
Identifico-me um pouco com a garota rocker pois mudei de cidade e para onde eu mudei é difícil fazer amigos e isso contribuiu deveras para a minha depressão.
Aí em meio a essa depressão, que teve seu ápice há uns três meses (é difícil admitir que você está doente), quando entrei de férias para me tratar (tava trabalhando que nem uma louca e num lugar de inveja onde só tem cobras peçonhetas – se eu não ganhasse bem neste lugar caía fora). Em junho, passado um mês que eu tinha retornado de férias e estava me adaptando à medicação (tive muitos efeitos colaterais), meu chefe (que até então só me elogiava e tal, fora que nunca imaginava que ele faria algo do tipo porque simplesmente dei o “sangue” no trabalho, mas enfim) resolveu me presentear com um rebaixamento de cargo (imagina aonde foi parar minha depressão…) com um rapaz, alegando baixa produtividade, sendo que este rapaz nem em “português” sabe escrever (é f*da). Está sendo complicado.
Em meio a todo esse processo, pois como eu disse, eu já estava com depressão, só fui admiti-la há uns três meses, comecei a ler blogs.
Imagina o efeito que eles tiveram numa pessoa depressiva e só, que muitas vezes buscava a internet como rota de fuga desta solidão.
Eu, que admito que nem sabia passar lápis no olho, fiquei louca com esse mundo de maquiagens e afins.
Ainda mais porque eu tive um salto na carreira rápido, de estagiária e trabalhadora ganhando salário mínimo para fazer faculdade passei a ganhar um bom salário inesperado, para após um ano ganhar 10 vezes o valor do salário mínimo.
Foi o deslumbramento com o poder de compra que eu nunca tive.
Onde eu imaginaria na minha vida, que com 27 anos eu teria um carro?
Nunca.
Entrei nessa rota louca de blogs e admito, triste e bem distante do que imaginei e sonhei pra mim, que continuo comprando compulsivamente tentando com isso, não me sentir aceita, mas feliz (não sei se alguém já sentiu algo parecido: uma tristeza que às vezes parece até doer, uma vontade de sumir e o pior, ser hostilizado no trabalho!)
E é engraçado como ter essas coisas só me faz feliz por um segundo (funciona como uma rota de fuga da tristeza, que óbvio não está funcionando).
Estou tentando parar de comprar (pois não é isso que irá resolver minha depressão), estou tentando me tratar da depressão, estou tentando me aproximar dar pessoas que valem a pena, mas garanto a todos que não é fácil.
É muito fácil para as pessoas saudáveis virem aqui e dizer para a S. A. que isso é um quadro de fácil reversão, quando na verdade não é. Dói muito quando as pessoas acham que você está com “frescura” pois é uma doença séria (tanto a compulsão por compras como a depressão – às vezes é tão difícil levantar da cama…).
Deixa eu encerrar porque ta ficando muito grande.
DeChanel me dê licença pela petulância mas queria parabenizar por todas que superaram seus problemas com o consumismo, mesmo as que não tiveram coragem de deixar seu depoimento, sei que vocês tiveram muita força de vontade para conseguir superar essa doença que se Deus quiser eu também irei me curar (dela e da depressão também).
Beijo a todas.
A Diaba disse:
O que a gente tem de entender é que os blogs de moda (de todos os tipos) sempre estarão por aí. E as revistas. As lojas e as roupas, sapatos, perfumes, cremes, novidades pipocando pra todo lado. Chocolates, cigarros, bebidas alcoólicas, drogas. Tá tudo aí disponível. É o mundo, é a vida. Cabe a cada um(a) decidir o que quer pra si, né?! ..e se tá difícil controlar, não seria o caso de procurar ajuda?! A maioria das pessoas acha terapia uma besteira, ou coisa pra gente doida de pedra, ou acha que é caro, ou acha que consegue resolver todas as suas questões conversando com um(a) amigo(a), ou lendo um livro de autoajuda, que seja. Mas enfim. Algumas sessões de terapia podem sair BEM mais barato que uma tarde no shopping, creiam! =] ..e podem trazer um enorme benefício pra alma, pra autoestima.
Um beijo estalado pra DeChanel (sempre maravilhosa), sou sua fã! ;****
Marcela disse:
Meninas,
Se não for pedir demais e se a DeChanel permitir, vocês poderiam me dizer o que acham do blog a seguir?
http://lalarudge.blogspot.com
Desculpem postar o link – ví que algumas meninas se reservam e não mencionaram os nomes dos blogs – mas é que toda vez que eu abro ele, fico pensando: cinto Hermès, bolsa Birkin, Chanel etc…
Parece que é tão fácil comprar, porque (praticamente) todos que estão nas fotos, deste blog, estão com roupas destas marcas, caras e arrojadas.
Aí você pensa: Puxa vida! Todo mundo tem seu Louboutin! Deve ser barato, ou, vai ver, nem é tão caro assim! Vou comprar um!
Aí você descobre que o Louboutin mais barato, em conta e na promoção, não lhe sai por menos de R$ 600,00!
E o que é PIOR: se antigamente você achava um absurdo os valores cobrados pela Osklen, Maria Bonita Extra e etc… hoje você já nem pensa mais nelas! Você considera sim a possibilidade de ter o Louboutin.
Aí, lendo alguns relatos acima, ví que uma menina disse que fica louca querendo comprar e que, quando compra, fica de lado, já não é mais tão interessante assim…
E isso acontece comigo. Eu fico na nóia de comprar, quando consigo, eu fico na nóia de outra coisa. Parece um adicto sempre querendo mais…
Mencionei o blog acima porque eu fico analisando cada post, e isso termina te proporcionando uma “entrada” , ainda que virtual, na high society do eixo RJ/SP.
O ruim é que você vê aquilo e acha que pode ter. Sò que, ao contrário delas, você precisa economizar um mês inteiro (quiçá um ano inteiro) para comprar um sapato. Que, independente de ser Louboutin, vai seguir o mesmo rumo dos outros: o esquecimento.
Miss Mia disse:
Oi Marcela,
Sinceramente?
Ignore esses blogs, não servem para nada a não ser para essas meninas massagearem o próprio ego e meia dúzia de patas correrem atrás. Pra evitar falar mal eu já nem entro mais, porque ou eu rio dos festivais de besterol ou então fico pasma com a ignorância de certas pessoas que se apegam ao material e ao ego como uma droga viciante para esquecer a infelicidade e o vazio de suas vidas.
Sabe o que é o pior? é que se alguma ler isso que escrevi vai pensar que sou pobre, feia, gorda, favelada, enfim… não há nenhuma possibilidade em suas cabecinhas ocas de existirem outras mulheres com maior poder aquisitivo que elas, mas que odeiem esses exibicionismos e futilidades.
Estilos Conectados disse:
Poxa, que dilema. Infelizmente muitas pessoas começam a acessar blogs de moda e ficam desesperadas por comprar coisas assim. Muita gente acha que moda tem a ver com usar o que estão IMPONDO. Porque, pensa, na minha opinião, no caso das Clogs. Eu acho ridiculo. Muita gente achava horroroso e depois de tanto falarem deles, começaram a usar.
Penso que a gente deve entender o que é a essência e traze-la para nosso dia a dia. para nossa realidade. Eu não cacife pra comprar uma bolsa de 1.000 reais. E aí? Ah, mas porque o blog da ciclana ou da fulana está falando eu tenho que ter. Acho um absurdo isso! Eu olho blogs e vejo coisas que eu JAMAIS terei condição de comprar… e ai? sabe o que eu faço? Eu mando fazer. HAHA! Eu pego modelo do que acho bonito e levo pra costureira fazer pra mim! Odeio essa coisa de TER que andar com roupa de grife pra poder estar in. Eu devo ter uma ou outra peça, que com certeza foi comprada com sacríficio, mas porque eu gostei. Porque eu quis, não porque me obrigaram. As pessoas tem que ter essa consciência. Infelizmente muitas meninas crescem com isso na cabeça. Muitas adolescentes se preocupam em andar na moda e tudo o mais e esquecem do mais importante: a sua essencia. Ficam todas iguais. Com seus sapatos iguais. Calças iguais. Vestidos iguais.
Tenho medo do que está por vir! Rs…
beijo!
Patricia Lima disse:
Sophaholic,
o primeiro passo você já deu: reconhecer o que está tirando o seu sono. E ter coragem de admitir. Saiba que isso é muito difícil!
Agora é bola pra frente e não perder o seu foco.
Te desejo muita força de vontade!
Pat
Anônimo disse:
eu nunca me gastei mais do que podia por causa dos blogs, mas fiquei deslumbradinha por um periodo, e mais do que meu dinheiro, eu perdi muito tempo que deveria ter estudado. falava que só ia entrar rapidinho e de um ia pro outro e pro outro…acho que me emburrecendo um pouquinho, eu sei que eu que fui errada, que esse não é meu universo, espero que eu fique mais focada e não perca tempo
Patrícia disse:
Como você, também perdi muito tempo lendo blogs exibicionistas ao invés de estudar. Ridículo, né? Mas acho que agora estou curada! hahahaha
Mariana disse:
Eu tenho uma opinião um pouco diferente sobre essas coisas de consumismo.
Por exemplo, eu assumo que gosto de marca, mas não é qualquer marca. São marcas com as quais eu me identifico. Muitas vezes são caras, outras mais ou menos e outras super baratas. E não adianta blogueira X, atriz Y, colega de trabalho ou Dona Maria da esquina tentar me influenciar a comprar outra coisa, porque eu não vou. Porque não existe ninguém melhor para saber o que eu quero do que eu mesma.
Por exemplo, eu tenho verdadeira paixão por calça Levi’s. Não adianta que eu não uso outro jeans. Pode ser Diesel, 7 ou da Marisa, que eu não vou usar. E da mesma maneira, eu só uso regata daquela Marfino da Renner. Não adianta tentar me dar outra porque nunca acho que o material é bom, ou que o caimento fica bem em mim, etc. Só uso essas e fim.
Por isso, acho que o importante mesmo é saber do que A GENTE GOSTA. Saber do que a gente gosta faz parte de saber quem somos, de onde viemos e para onde queremos ir. Tendo isso em mente, acho que fica mais difícil de ser “coagida” por essa pressão consumista.
Dessa maneira, acho que fica até mais fácil você cumprir metas, sabe? Quero isso, pois isso ME satisfaz. Quando posso comprar isso, quanto tempo terei que economizar para ter isso, será que isso vale mais a pena do que aquilo?
Acho que é mais fácil ser feliz assim. Procurando satisfazer as nossas REAIS vontades e não para sermos iguais aos outro.
Por exemplo, há pouco tempo estava juntando dinheiro para comprar um carro. Juntei e a grana e pensei bastante. Cheguei a conclusão que o carro não ia trazer nada de realmente bom para a minha vida. Para o lugar onde eu trabalho, vou de metrô porque não tem onde estacionar. Só usaria os carros no fim de semana. Mas no fim de semana, em geral, saio com amigos ou meu namorado, então sempre tenho carona. O carro ia ficar mais para momentos de exceção ou dia que estivesse chovendo muito e tal. Então, acabei deixando o dinheiro no banco mesmo e agora estou pensando se viajo ou se começo em pensar em me casar e sair da casa dos meus pais.
No final das contas, é mais uma questão de auto disciplina e auto conhecimento. O importante é ser EU e saber o que EU quero. Que se dane os outros! Como já diria a Fernanda Young “E DAÍ QUE O PORTEIRO VAI DIZER???”.
Anônima disse:
Meu caso é diferente!!! Eu não sou uma shopaholic, mas no ano passado eu estava LOUCA fazendo compras. Vou contar meu causo aqui!
Eu nunca fui do tipo super vaiodosa quando era adolescente. Aliás, eu achava isso tudo uma palhaçada, exagero de algumas das minhas amigas, que usavam vários cremes, adoravam tudo que fosse rosinha, girlie, liam Capricho (como eu odiava aquela revista! Não fazia sentido para mim!), e adoravam Back Street Boys e outras boybands (sempre achei a maioria ridícula, mas gostava de algumas músicas do BSB).
Eu comprava raramente, até porque meus pais não me davam dinheiro. Comprava o básico MESMO. Minha primeira maquiagem foi um lápis de olho e gloss. E foi isso por anos a fio. Nunca tive um armário cheio de roupas.
Quando entrei na faculdade, comecei a estagiar, então podia comprar minhas roupas e tal. Comprava tudo na C&A, Renner e sapatarias baratas. Claro que eu gostaria de comprar em lojas de marca, mas eu sempre achei tão absurdo cobrarem R$100 (na época) por calça jeans, R$50 por uma blusinha, que eu me recusava a pagar por isso.
Quando me mudei para os U.S., nos dois primeiros anos eu era super mão de vaca! Eu só comprava nas lojas de disconto, outlet shops e afins. Apesar de toda a tentação, eu não me abalava. Acredito que seja porque eu nunca fui ligada a ter coisas caras ou de marca para chamar atenção.
Em 2008, eu estava meio desanimada, meio deprimida, em especial porque conheci um grupo de brasileiros na cidade onde eu morava, e reparei que apesar deles me “aceitarem” no grupo deles, eu reparei que eles se achavam Os entendidos de U.S., com seus blackberries e Abercrombie’s sweaters. Ainda assim eu não estava abalada com isso. Na verdade eu achava uma piada. Uma das meninas que estava indo passar férias no Brasil disse que precisava comprar um casado da UCLA, mas ela nem estuda lá! Só quem usa roupas com logo da UCLA são os alunos de lá. Ou seja, ela queria aparecer, se duvidar, fingir que estudava lá.
Depois de um tempo, eu perdi o contato com esse grupo, aliás, nunca fui amiga mesmo de nenhum deles, mas reparei que eles me julgaram baseado no que eu vestia, no que eu tinha (eu não tinha carro, eu não tinha blackberry, eu não tinha um Mac da Apple, eu não usava Abercrombie – bela bosta, overpriced e racista). Esse era um grupo de brasileiros pseudo-classe-média, ou classe média falida que veio morar nos U.S. porque no Brasil não estava dando certo. Eu até lembro das mentiras do tipo “Ah, eu vim pros U.S. para turistar, mas gostei tanto que acabei ficando”. Me engana que eu gosto! Cada um sabe dos seus problemas no Brasil, mas a hipocrisia de querer se passar por granfino quando não era no Brasil, isso todo mundo faz. É por isso que muitos compram os últimos lançamentos tecnológicos e as marcas que fazem sucesso no Brasil só para pagar de bem sucedido e tirar onda com a cara dos amigos no Brasil. E eu nunca gostei disso muito menos fiz isso.
Mas daí o que aconteceu comigo foi que eu estava sozinha (não tinha amigos brasileiros, e depois de um tempo morando no exterior, faz falta ter um conterraneo para conversar) e estava entalada com a idéia de que aquelas pessoas não queriam ser minhas amigas porque eu não era trendy (ou pela-saco, vocês escolhem!) como elas.
Daí começou o caos: comecei a fazer muuuitas compras! Era non-stop! Comprava muito online, ficava horas e horas online, comecei a me interessar por marcas, luxury brands, e piorou mais ainda! Gastei muita grana mesmo! Eu não reparei que estava gastando tanto porque eu usava cartão de crédito ou tirava dinheiro do meu savings. Tirei dinheiro de contas de investimento, abri novas linhas de crédito para fazer mais compras.
Meu marido ficava irritado porque ele via toda hora chegando mais e mais caixas pelo correio. Me via chegando com sacolas e sacolas de compras.
Eu acho que isso durou 2008-2009. No final de 2009 eu estava diminuindo um pouco com essas compras desenfreadas. Em 2010, incrivelmente eu parei com isso! Compro BEM menos que antes, analiso se vale a pena (antes qualquer promoção ou sale que rolava eu TINHA que comprar, afinal, estava on sale, então tem que aproveitar!), as vezes eu fazia compras, mas depois ficava com peso na consciencia, ou analisava a compra e me tocava de que não valia a pena e devolvia a muambada toda! Eu acho que esse ano eu mais devolvi do que comprei!!!
Cancelei 3 cartões de crédito, e tem mais um pra cancelar, e estava pensando seriamente em cancelar outros dois cartões.
Descobri que meu problema era falta de foco, solidão e o meu futuro incerto. Fora que eu fui mais fundo nos meus problemas e complexos, e descobri que meu problema mesmo era porque eu tinha medo de não ser aceitar por não TER alguma coisa, então eu precisava ter certeza de que eu teria o suficiente para não ser excluída, fora que durante a minha infância e adolescencia minha familia sempre teve problemas financeiros que oscilavam entre ter dinheiro e não ter nada. E eu achava que em alguns casos eu não era aceita por não ter o que os grupos aos quais eu queria pertencer tinham.
Hoje eu vejo que isso é besteira e que se alguém não quer ter relações com você pelo que você não tem, é melhor nem ter nenhuma relação com uma pessoa que julga baseado em posses.
Hoje eu consumo o que eu quero, e tento ignorar o resto.
Alessandra disse:
Eu imagino como deve ser difícil para a shopaolic, desejo boa sorte.
Eu leio vários blogs de moda e gosto muito, mas não consigo (graças a Deus) me deixar levar pelas coisas que elas compram, é um exibicionismo barato e o dá pra ver o quão vazias elas são.
Sim muitas estudam/estudaram em ótimas escolas, são bilíngue mas são carentes porque não tem autocontrole, só conseguem se alimentar de luxo luxo luxo e mais luxo.
Espero que esse blog seja uma janela para muitas meninas (e meninos) enxergarem novos horizontes. Porque se vestir bem é importante mas não é o essêncial.
Marcela disse:
Adorei o post.
Eu ano passado estava gastando bastante, uns 700 reais por mes com roupas e makes. Pra quem ganhava 1200 de bolsa e guardava 300 pro casamento era quase tudo! Mas apesar de gastar bastante, ter feito compras de make que quase não uso, meu noivo sempre me ajudou a me controlar e eu NUNCA parcelo nada no cartão. Acabou o dinheiro na conta, acabaram as compras. Pode ter a promoção que for que não compro. Hoje quase não gasto mais, estou a muito tempo sem comprar maquiagem, roupa e sapato aproveito promoção.
A pior coisa é cartão de crédito. Se alguém tem commpulsão por compras de o cartão pra alguém, esconda, jogue fora!
Hoje ainda invisto em mim (dermato, cremes e tal) mas quero juntar dinheiro pra viajar, que pra mim vale muito mais do que qualquer bolsa! Conhecer gente e se divertir, aprender, isso não tem preço!
Rafael disse:
Existem três pontos dignos de atenção aqui:
1 – A megalomania
2 – O mercado emergente
3 – A mídia brasileira
Segundo o DSM IV , O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (saiu o V, mas não me interei) a patologia é definida pelo prejuízo pessoal ou social que o indivíduo tem em decorrência de um comportamento. Me parece claro o prejuízo desse caso devido ao endividamento e ao abandono de projetos pessoais. Porém fico feliz em ver uma pessoa que chegou a esse ponto estar tão auto-consciente. Parabéns! Outro ponto é que olhando de longe, pois não moro no BRA, me parece que os brasileiros estão rumando para o mesmo destino dos russos (felizmente sem o alcoolismo): A Rússia ficou 75 anos fechada e privada de consumir, com o fim da URSS os russos se esbaldaram, hoje os que não têm tanto poder aquisitivo passam fome para comprar artigos tidos como sendo de luxo. Olhando para o BRA, a sensação que dá é que o país ficou isolado por muito tempo, não por um regime totalitário, mas pela baixa renda per capta que agora aumenta e revela a privação de consumo na qual viviam os brasileiros. O brasileiro, tal como o russo agora se esbalda. Para ilustrar, o gasto do brasileiro com viagens para o exterior em junho (que não é um mês de férias) chegou a quase 1 bilhão de dólares, num déficit de 800 milhões de dólares (isso mesmo, gastaram um bilhão no exterior e lucraram 200 milhões com gastos de turistas no BRA) e de US$ 7,388 bilhões para os últimos 12 meses. O terceiro ponto que se liga ao primeiro (a megalomania) é que a mente do brasileiro médio é comandada pela mídia e não só a mente, por exemplo: não é qualquer um que publica um livro no Brasil, é preciso um curriculum invejável. Para publicar um livro no Brasil e para que ele seja lido você precisa ter vadiado previamente no BBB, ser jornalista (com ou sem aspas) ou ser uma mini, média ou mega celebridade. A fama no Brasil se tornou o caminho mais fácil para tudo, o KLB agora se candidatou e provavelmente serão colegas de Netinho di Paula, Agnaldo Timóteo e cia em Brasília. Mesmo quem não tem aspiração a nada quer seu momento de fama.
paola scott disse:
Rafael, não dá pra comparar os brasileiros com os russos, não tem nada a ver. Aqui a coisa é bem mais democrática, muito mais gente pode consumir. na Rússia uma minoria consome muito mais. Lá não existe classe média. São os milionários e os pobres.
Eu acho que o crédito no Brasil é muito fácil. Tudo é vendido em 10x. Isso faz com que se perca a noção do que se gasta. Afinal, como diz meu marido, vc não paga só a 1a parcela, né?
Outro ponto que contribui pra essa gastança é a falta de maturidade. Isso só vem com o tempo, admito. Mas o ideal é que a gente mostre desde cedo pras crianças que tudo na vida tem seu preço e que SER é muito mais importante que TER.
As 2 únicas coisas que me fazem gastar, sem dó, são educação e viagens. Cultura nunca é demais e isso é o que devia ser endeusado, se as coisas estivessm em seus devidos lugares.
Qto ao post, acho que o principal vc já fez: reconheceu que tem um problema. Agora é tentar resolver.
Bjs e boa sorte!
Paola
j
Rafael disse:
Morei por dois anos em Moscou e pela minha experiência afirmo que é possível comparar brasileiros com russos em muitos aspectos. Por exemplo, o GINI (coeficiente que mede a igualdade social) do Brasil é de 0.54, enquanto o da Rússia fica entre 0.44 e 0.40 (quanto mais perto de zero mais igualitário é o país), considerando que o PIB russo é um pouco menor do que o brasileiro e com maior igualdade social, podemos deduzir uma importante classe média na Rússia. Com o fim do comunismo (já a quase 20 anos) muitos caíram na miséria, mas a classe média russa surgiu com força total e com essa classe emergente veio um desesperado desejo em consumir. A classe média russa não difere muito da nossa, é formada por profissionais liberais, funcionários públicos e etc. A diferença entre elas, é que no Brasil temos variadas marcas nacionais, já na Rússia a indústria comunista quebrou e o mercado vizinho europeu os dominou, os russos são apaixonados por marcas de luxo estrangeiras.
Carol disse:
Esse blog é foda.
theblondegyptian disse:
Cada vez que leio algo assim acabo de lembrar pq eu simplesmente perdi o tesão.
Hoje li uma frase no twitter que dizia: “e tao triste perceber, que quem gosta de moda, nao a consome.”
Sou estilista e não tenho mais tesão nenhum em consumir moda.
Pq tudo é tão massificado e tão massante.
” O que vc PRECISA ter nessa estação”
” A cor do INVERNO”
E assim vão te educando como se educa uma galinha a dançar em cima da uma chapa quente pra aprender a se movimentar.
Vc já passa grande parte do seu tempo reprimida. Se reprime no transito, se tranca atras de verdadeiras muralhas com medo da violência, é reprimida pelo seu chefe, sofre bullying no trabalho…sei lá, é tanta coisa ruim que na verdade a moda deveria estar aí como o que ela representa, um placebo. Pra mim, a moda é um placebo, mas ela deveria te fazer se sentir bem, não te fazer virar refém.
Solte suas amarras.
Esse tipo de consumo pode fazer bem pra um bando de americanos que colocam Becky Bloom no cinema e atestam falencia por fazer emprestimo no banco para ir na manicure. Isso é comportamental deles, não nosso.
Me assusta um pouco essa coisa que a nova classe média tem com americanos. Querem ser iguais, inclusive nos seus erros.
Pq o Brasil foi um dos poucos países que “superou bem” a crise?
Pq brasileiro sabe o valor que o real suado tem. Aqui é dificilimo se fazer emprestimos com 25 anos. Tenho amigos de 25 anos na Inglaterra que já acumulam 25 mil libras em dividas.
Mas acho que entre calças jeans de 4 digitos e sapatos “baratinhos” de 250 reais que podem ser parcelados em 4 vzs sem juros a gente tá perdendo um pouco do parametro.
Dica das minhas amigas economistas:Se vc tem problemas em lidar com dinheiro, tente parcelar o mínimo possivel. Eu já não parcelo mais nada e tem funcionado bem.
sinara disse:
Conheço muita gente que tem um excelente salário e gasta TUDO com roupas e sapatos…
Eu fico impressionada, a pessoa vive num mondo egocentrico e egoísta só consumindo, consumindo… questionei uma amiga a respeito de seu consumo absurdo e ela respondeu:
“sabe, às vezes quando me bate uma culpa eu penso: compro porque EU mereço” ” trabalho tanto… mereço gastar com o que eu quiser”. Fiquei muda… ela simplesmente tem um alto salário e ainda tem que fazer empréstimos para pagar as dívidas… não investe e não poupa nem 1 centavo, tudo o que ela tem são roupas, bolsas e sapatos…
triste…
De chanel, você deveria ganhar um troféu por este blog maravilhoso!
bjussss
sinara
http://letrasemfoto.blogspot.com
Anônimo disse:
Eu nunca fui tão infeliz em toda minha vida! Tenho dívidas altíssimas:cartão de crédito, empréstimo em dois bancos somando 800,00 mensais, parcelamento de outro cartão, dívida com agiota e por aí vai.
Me lembro pouco de como isso começou, percebi no limite do absurdo. Há tempos sentia que tinha algo errado,uma dor de consciência que não se compara ao prazer de uma boa compra. Algumas vezes um cheque voltava, pagava valor mínimo de cartão, mas não dava importância, pois sempre consegue um “paitrocínio ou mãetrocínio”.
Ganho razoavelmente bem (4.500) meu dinheiro era só pra mim e no fim do mês eu sempre pedia dinheiro emprestado a meus pais, dinheiro que eu nunca pagava, nunca paguei.
Se alguém me perguntar o que efetivamente eu tenho, no que gastei, eu realmente não sei responder. Um guarda roupa cheio, muitos sapatos, cosméticos, perfumes…mas nem tanto ou nada que justifique a soma das minhas dívidas. Muitos cremes que nunca usei, roupas que nunca foram usadas e que eu dei, mais de um tipo de cosmético, roupas usadas uma única vez e por aí vai…Mas, visto o que gastei, ainda não é muito!
Nunca fui feia, ao contrário, sempre fui considerada muito bonita pelas pessoas,estou sempre entre as mais bonitas nas festas, mas sempre tive necessidade de ser mais e mais…E pra mantêr isso, tinha que ter a melhor roupa, o melhor cabelo…SEMPRE!Por incrível que pareça, não era pra mostrar, mas se eu não estivesse impecável, estava horrorosa, não tinha meio termo.
Quando entramos nesse circuito de compulsão, não é só com a roupa e sapato que se gasta, academia, cremes, tratamentos estéticos, lugares caros…Até seu lanche passa a ser menos simples, você começa a se pensar diferente de todo um resto.
Venho de uma família de classe média, moro bem, em um bairro legal, mas há poucos meses meu pai faliu e hoje minha mãe que é profissional e ganha bem, tem tido que arcar com várias pendências da pequena empresa de meu pai que já vinha acumulando dívidas. Ele mesmo achava que “ia melhorar”, assim como eu vinha pensando “vai melhorar”.
Como se alguma força divina fosse mudar o fato que um valor X acaba, que dinheiro não nasce em árvore.Foi quando tivemos a notícia súbita da falência da peq empresa de meu pai que resolvi cair na real. Gostaria ainda de seguir no meu “fantástico mundo de bob”, sempre odiei ter que me deparar com a realidade, a minha sempre foi gastar o triplo do que ganho e empurrar com a barriga, pagar o que der…Enquanto eu comprava a bolsa que eu queria e tivesse com saldo no banco…É incrível, eu achava que podia, mas me esquecia que o dinheiro era do limite do cheque especial, do empréstimo que pedi.
Estou começando a me organizar nesse sentido, venho com depressão, ninguém, exceto minha mãe sabe a dimensão do que venho passando. E olhem, por mais que eu relate isso, eu mesma sei que não tenho a dimensão da gravidade do meu comportamento. Trabalho bastante, sou boa no que faço, mas vivo pra pagar conta, débitos, consumir e ser linda.
Pasme! Não consigo me relacionar, não namoro com ninguém há tempos! Os homens que se aproximam de mim são playboys, a maioria deles me vêem como uma patricinha bonitinha, mas não me sinto uma. A sensação é que não pertenço a nada, nem a lugar nenhum, me sinto uma mentira.Os caras normais não se aproximam de mim pois me acham muiito patricinha e dos plays eu corro, não tenho nada a ver com eles.
‘Acho que algumas pessoas me supervalorizam, sabe? Sou a pessoa que as amigas pedem dicas de moda e beleza, acho até que tenho algum bom gosto, mas nada de outro mundo.Consumir muito, consumir “coisas certas”, além de revistas e blogs, te dá isso, apuro. Essas mesmas amigas que me pedem dicas de moda, juntam dinheiro, algumas até estão começando a comprar apartamento…e eu?! Não sabem elas, que não basta ter bom gosto pra se “destacar” nesse aspecto. A moda e o mercado de consumo é fácil, facílimo de ser apreendido…Ridículo tanta gente se dizendo fashionista por aí, basta ser uma boa compradora pra se vestir bem e isso eu era. Tinha faro pra o que ia ser “must have”, pra o que me caía bem, mas isso não é merito, é muita vogue, elle e blogs de it bacanas, muita imitação. Só via o das “melhores”!Blarg
Amei o blog e esse post, os comentários me ajudaram muito, pretendo continuar com minhas contas na ponta do lápis…Não me lembro a última vez que tive um mês livre de dívidas…não me lembro!
Virei aqui sempre, me alimentar de realidade e bom senso, pois é o que eu mais tenho precisado ultimamente!
Um beijo Grande a todas
Li disse:
Anônima, interessante seu depoimento. Um dos (muitos) problemas de se endividar é a bola de neve de juros, daí que o preço da dívida acaba sendo muito mais alto do que o valor dos produtos comprados. Outra coisa que pode dar a sensação de que “não se comprou tanto assim” é que quando a pessoa pára e pensa nas aquisições feitas é que vê que não valeram tanto como se pensava, em termos de satisfação com o consumo. A compra dá uma alegriazinha transitória, e depois vê-se que não valeu a pena: muitos produtos não são usados ou bem aproveitados.
Espero que você consiga sair dessa! Tudo de bom pra você.
Glauce disse:
Me identifiquei muito com o depoimento da shopaholic e to passando por uma fase difícil, em que minhas finanças não andam mais em dia, sobra mês e contas e falta salário, e tudo isso não passa de puro consumismo. Assim como ela perdi o foco nos meus planos e sonhos e não ganhei nada com isso, apenas uns pares a mais de sapatos e algumas maquiagens. E já que a vida é feita de escolhas, aproveitei e dei unfollow em lojas e algumas blogueiras no meu twitter.
O comentário post e os comentários das leitoras são bastante motivadores e me ajudaram a dar um basta e a tomar uma atitude com relação a isso. Não sou shopaholic, mas o simples fato de gastar mais do que ganho e comprar coisas sem necessidade apenas por impulso ou influência de um meio em que julgo por um instante querer fazer parte é motivo suficiente para pensar numa mudança.
Acabo de fazer uma viagem a trabalho para uma cidade maravilhosa chamada Natal, mas tive o prazer de ter um dia de passeio ontem, conheci praias maravilhosas e lugares lindos que eu jamais teria conhecido não fosse a oportunidade do trabalho. Por quê? Por achar que meus produtinhos básicos (desnecessários) são mais importantes que uma viagem. Louca, não?! Estou em fase de desintoxicação! rsrs
Bjos!
I´mEveryWoman disse:
O depoimento é comovente, mas não é novidade.
Os blogs sobre moda apenas mostram algo que sempre existiu no universo feminino em maior escala, e no masculino também.
Existe vício pra tudo: drogas, álcool, jogo, celular, compras. E, veladamente, cada um deles é estimulado pela sociedade. Porque atrás de todo viciado, de todo alcoólatra e de todo consumista existe uma engrenagem que gira, gira e ganha em cima.
Sim, porque se em uma ponta temos uma menina que gasta mais do que tem para comprar coisas que não precisa, do outro temos grandes companhias que investem pesadamente em marketing, propaganda e o escambau para encher revistas, sites, blogs e o que mais for de estímulos diretos e mensagens subliminares que dizem ‘compre, compre, compre’. Não importa o quê: blush, sombra, roupa, sapato, bebida, cigarro, crédito de celular, drogas (sim, apesar de proibidas, quantas celebridades não aparecem por aí dando publicidade pra consumo de maconha, cocaína e tudo o mais? Já não vivemos a época da glamourização da HeroínaChic?), corpo perfeito, rosto perfeito, e tudo o mais que se possa imaginar.
Vemos por aí a glorificação da “mulher de sucesso”, que seria: a bem sucedida profissionalmente, a dona de uma família bem resolvida, mas vejam que nada disso aparece. Só o que aparece é o que a mulher de sucesso TEM, e não o que a mulher de sucesso É. Alguém vê veiculada por aí a imagem de uma mulher dando duro no trabalho? O porquê da mulher de sucesso ser uma mulher de sucesso? (O preço que ela pagou, o quanto ela ralou, o quanto ela estudou, e por aí vai) Ou todo mundo acha que todas as mulheres simplesmente ganham salários astronômicos para bancar uma produção de editorial de revista? E tome propostas de consumo: bolsas que custam milhares de reais, batons que custam centenas, sapatos, roupas e etcétara.
Isso tudo já existia antes, mas agora com a Internet ganha repercussão estratosférica. Blog, flog, twitter, tudo dizendo o que você precisa TER para SER alguém. A repercussão é tanta que fica realmente difícil separar a febre da realidade.
Não estou dizendo que é errado comprar. Chega-se em um ponto da vida em que vc já alcançou algumas metas e então vc pode se permitir certas coisas. Mas aí é que está: do jeito que se colocam as coisas, não basta ter grana, vc também tem que ser jovem. Comprar, consumir, ser poderosa (ai, como eu odeio essa palavra) e JOVEM. Agora voltemos à realidade: eu não conheço ninguém na vida real que consiga, na flor da juventude, acompanhar o furor do consumismo proposto. E aí está a armadilha: isso não importa. Não importa o que vc faça para comprar seus objetos de desejo, desde que vc os compre.
Sinceramente, isso me cansa. Graças a Deus eu trabalho demais, ganho um salário de homem, mas exatamente porque eu SEI o valor da minha hora de trabalho (não só financeiro, mas em desgaste pessoal também) eu penso MUITO, mas muito MESMO antes de gastar meu dinheiro.
E é isso que eu recomendo a todas as ‘shopaholics anônimas’: FAÇAM CONTAS ANTES DE COMPRAR. Saibam o valor do seu trabalho, saibam o valor do seu conhecimento, saibam se ele pode ou deve ser incrementado. Comparem o preço do que desejam tanto com o valor agregado de sua hora de trabalho. O quanto vai te custar uma dívida, o quanto de sono vc vai perder se tiver que se preocupar com juros. Funciona. E isso nenhum comercial ou blog vai te dizer. Bom, talvez justamente esse!
E é por isso, DeChanel, que vc está de parabéns. Mesmo. E pelos motivos que importam de verdade.
Beijos a todas.
Dorotéia disse:
Interessante ver o quanto somos influenciáveis.Claro que em diferentes níveis e acho que isso varia muito de pessoa para pessoa, da criacao de cada um, por isso retiro em partes a culpa dos blogs de moda.Como já foi dito, segue quem quer e cada um tem a chance de escolher o que fazer com seu dinheiro.Eu vim de uma família de classe média bemmm média, não tive luxos, mas nada que eu precisava me faltou.Passei pelo terror da época de faculdade com todas as pats desfilando sua roupa nova a cada dia, me sentia um peixe fora dágua, mas foi mais por não me sentir bem inserida naquele grupo(não tinhamos os mesmos assuntos) do que por invejar suas roupas.Cresci e hoje tenho uma boa relacão com o dinheiro porque primeiro:Só compro à vista, no dinheiro vivo.Eu fico semanas sem gastar com supéfulos, junto uma certa grana e um dia qualquer vou ao shopping com uma lista de coisinhas que realmente preciso.É uma tentacão porque acabo me apaixonando por outras coisinhas lindas, mas só passo para compras por impulso se por acaso já tiver comprado tudo que planejei.Cabou o dinheiro(que nem é tanto assim), cabou o shopping, rsrs.Só compro em lojas de departamento e nunca se querrrr na minha vida tive o desejo que comprar em loja de designer só porque fulaninha acha que é it.Gosto do que eu acho bonito, independente da grife.Se está bem no meu corpo, compro.Por isso nem entro em lojas que eu sei que são caras.Maquiagem é a mesma coisa.Compro sempre uma base boa($$$), um pó do bom, um prime de responsa e o resto é maquiagem de farmácia mesmo, que dá um super efeito.O dinheiro da MAC eu deixo nas diversões, cineminha, shows, viagens etc, momentos de lazer.
Quanto aos blogs de moda, é só eu que acho o tal do look do dia a coisa mais brega ever?Eu fico c/ muita vergonha alheia das meninas que necessitam mostrar suas aquisicoes caras para o mundo, que é para compra ter valido realmente a pena!Tem umas que se sentem A modelooo, umas poses tão ridículas quanto os looks, um tal de botar a bolsa “chick” na frente, kkkk, como que alguém pode se influenciar por essa gente tão brega?Eu faco questão de não ser assim!!
Vivi Padilha disse:
Oi!
Sei bem o que essa garota passoou e passa , sou assim , ou melhor estou assim. Não sei pq cheguei a esse ponto, acho q acabei por descontar no vício meus problemas pessoais.`´E horrível pois até tenho consciência da minha doença, mas não consigo segurar, se saio de casa. Melhorei bastante, pois hoje , só compro o acho q vou precisar, não é como antes que comprava absolutamente tudo. O problema é q acho q ando precisando demais, e ao chegar em casa acabo com sentimento de culpa pelo q fiz. Porém não compro mais aquele sapato ultra-apertado só pq gostei e acho q ele vai cederr um dia, acho q já é um avanço!
Cris disse:
é interessante como todo mundo se identifica com o depoimento, em maior ou menor grau. realmente é muito difícil sair de dívidas assim, mas o alívio de conseguir não tem preço (parafraseando slogan da mastercard, haha). e é difícil justamente por envolver questões pessoais, como autoestima, vontade de ser aceita/querida (embora por razões equivocadas), e por aí vai. como já falaram antes, terapia ajuda muito, já que a gente passa a se conhecer melhor e a saber mais o que realmente quer – claro que as recaídas acontecem, mas até mesmo elas são “úteis” quando a gente tem senso crítico, pq aí percebemos que algo não vai bem e procuramos saber pq descontamos tudo num desejo consumista, que no final das contas não preenche nossas necessidades e só cria buracos cada vez maiores na conta bancária.
Riele disse:
Eu concordo plenamente que muitas blogueiras não assumem a responsabilidade de serem “formadoras de opinião”, e fiz recentemente um questionamento a uma, e fui execrada por ela e pelas amigas dela, tanto nos comentários do blog, quanto no Twitter!
Foi no blog Futilish, pois a blogueira em questão tem uma espécie de tag “comprinhas semanais”, onde ela elenca e sugere milhões de aquisões… eu fiz um questionamento saudável, educado, perguntando se ela não tinha vontade de incentivar a leitura ou mesmo de juntar um dinheiro para fazer uma viagem, comprar um imóvel, um carro, ou seja, bens mais duráveis, menos supérfluos, como tudo o que ela sugere…
Ele escreveu inicialmente que já tinha apto, carro, viagens internacionais, já era dona da própria empresa e que não gostava de ler, portanto, continuaria sugerindo coisas fúteis e ainda argumentou, que o nome do blog dela deixava claro que ela gostava de coisas fúteis= Futilish!
Ainda me dei o trabalho de responder e de novo ela e as “amigas” se juntaram para dizerem o quanto eu era “invejosa”…
Enfim, eu fico impressionada como uma pessoa se propõe fazer algo de uma maneira tão leviana e bobalhona como essa dita “autora de futilidades”.
Fiquei, em contrapartida, imensamente feliz ao conhecer o seu blog e perceber o quanto vc é consciente, madura, preocupada com o bem estar de quem lê o seu blog!
Receba os meus cumprimentos, Parabéns!!!
Annina Barbosa disse:
Já bem dizia o sociólogo Bauman:
No mundo moderno, as pessoas são o que elas têm e consomem.
E isso é um absurdo.
Mais absurdo maior é saber que essa frase chega aos ouvidos dos mais bem sucedidos como uma ofensa.
Eles não sabem, não aprenderam que seu modo de vida e de ver a vida é altamente segregador.
Danila disse:
Ta otimo, li o post e os comentarios, agora vamos la: Quem ai faz alguma coisa na vida pra melhorar?? Hein?? alguem?? Escrever, falar, blog de maquiagem, blog disso, blog daquilo… E ninguem percebe que esta todo mundo fugindo?? Fungindo da realidade em que vivemos, pq esta sim eh bem diferente do que se ve nesses blogs e internet a fora??
Acordem pessoas, todos os dias existem milhares de pessoas que morrem de fome, frio, calor. O planeta morre tambem, com tanto lixo, poluicao, desmatamento etc etc etc… Mas quem se importa com o proximo, com as criancas, com os idosos?? Desde que eu nao precise ajudar, esta tudo certo, pq eu tenho mais oq fazer (ler blogs de beauty de bla bla bla) do que me importar se no orfanato da cidade aonde eu moro tem muitas criancas que estao carentes de carinho, brincadeiras, comida, remedios… alias ajudar essas pessoas com pouco, nao deixa o coracao de ninguem tranquilo, oq importa mesmo eh mostrar os “looks do dia” comprados aqui, ali, la???
Acordem!!!!!!! Se esse mundo for justo, um dia td mundo vai ter que prestar contas do que fez em vida… ai vai ser legal, queria ver as fotos e os comentarios dos blogs pos morte!!!!
Fran disse:
De Chanel,
Seu blog é uma terapia pra mim! Quando recebo uma overdose de “its”, “must haves”, “hypes”, etc… venho aqui e volto pra realidade! Parabéns e continue fazendo essa análise crítica de moda, consumo e comportamento, nadando contra a corrente dos infinitos blogs “mais do mesmo”… beijos
Marília disse:
Não li todos os comentários e pode ser que alguém já tenha falado o que eu vou escrever. Penso muito sobre essa inversão de valores que existe hoje em dia e acho tudo isso péssimo. Outro dia mesmo, estava conversando com uma amiga minha sobre as bolsas LV. Eu, particularmente, não gosto, acho feia, inclusive… e ela me soltou um comentário que me fez não querer ainda mais uma!!! Ela me disse que as pessoas olham para ela diferente quando ela está com a bolsa dela… Achei isso tão péssimo… As vezes penso que não quero viver em um mundo onde as pessoas te tratam diferente pelo que você tem e me sinto até meio mal por gostar de moda e tals. Mas depois vejo como todo esse processo de ler um milhão de blogs foi bastante positivo, ao contrário da shopaholic. Do mesmo jeito que alguns blogs mostram uma vida de consumo que eu nunca poderei ter e que influenciam várias meninas de uma maneira super negativa, alguns também mostram dicas incríveis e que valem super a pena. Hoje em dia, tenho certeza de que gasto menos do que antes e de que as minhas compras são muito mais conscientes/produtivas. É tudo uma questão de personalidade… Desculpa, mas uma bolsa Chanel não vai fazer uma pessoa estilosa! Vejo tanta gente cafona usando LVs e afins… E o pior de tudo é ver um monte de gente babando ovo para pessoas que parecem “in” por usarem tudo que aparece como tendência, sem a mínima personalidade ou toque pessoal…
Bruna Lemos disse:
Nunca comentei aqui, mas tomei um copão de coragem e resolvi falar.
Eu sempre fui a garota gordinha,nerd,sem graça da escola,até tinha amigos, mas eramos do mesmo tipo (isso depois da 4 serie, pq antes graças a Deus eu tinha uma sala maravilhosa onde todos se davam bem e conversamos até hoje).
Quando troquei a escola particular (meu pai ficou desempregado) pela pública, aquele mundo que eu vivia, por incrivel que pareça nem um pouco futil,mudou completamente, começaram os apelidos e denominações citados acima.
Nunca tinha ligado para maquiagem, roupa, isso para mim não era NADA, até que minha mãe me ensinou a usar lápis de olhos, eu achei tão legal que fui para a escola com ele e quando cheguei ouvi de uma menina, que se dizia minha “amiga”, que eu estava feia,parecia um panda e começou a rir. Conclusão: Parei de usar lápis de olho, ficava com medo das pessoas rirem de mim (me faz chorar lembrar).
Quando fui para a faculdade resolvi que voltaria a cuidar de mim, pq era em outra cidade e as pessoas que zombaram de mim não estariam lá. Aprendi sozinha num quartinho a passar corretivo,pó,base e quando não ia para a cozinha (sou formada em Gastronomia) eu tirava um tempinho da minha manhã para isso e me sentia a mais bela de todas, e meu namorado gostava disso pq meu semblante mudava.
Até que numa discussão por motivo totalmente tolo com uma certa “pessoinha” sem carater e fútil, sim posso afirmar que era fútil porque os pais tinham dinheiro para pagar a faculdade, ela não fazia nada o resto do dia e preferia ficar nos barzinhos bebendo e nas boates dançando em vez de estudar e consequentemente não passou de semestre, ela para me atingir disse que eu deveria aprender a me maquiar, sendo que a discussão era sobre ela ter xingado uma amiga minha de palavrões não publicaveis pq ela estava com um cara que era amante dela, ignorei ela na hora, mas pensei que não iam fazer aquilo denovo comigo, e encontrei ali os blogs de makes.
Eu compro raramente essas coisas, pq estou investindo num négocio com o meu namorado, e o que compro não é das marcas que as blogueiras dizem que é o “must have”, compro o Vult da mesma cor e me divirto do mesmo jeito.
Não nego a vontade de ter um Viva Glam Lady Gaga, mas se não posso pagar no momento aprendi a me contentar e se um dia poder comprar sem me preocupar, vou comprar sim.
Desculpa pelo depoimento enorme, mas precisava desabafar e aqui me senti segura.
Lu disse:
Nossa, foi um achado esse seu blog! Eu há pouco conheci esse universo de blogs sobre moda e já estava achando interessante a ponto de me influenciar (logo eu, uma mulher esclarecida, com 35 anos e com boa base crítica social). Outro dia fui a uma lojinha aqui na minha cidade e gastei 100 reais em 3 casacos, sendo que eu não estou bem financeiramente. Me arrependi e, acreditem, fiz essa compra me achando o máximo por ter encontrado uma liquidação melhor que as faladas nos blogs de moda. Faz mais de semana que comprei e não usei nenhum… ou seja, eu não precisava desses casacos! Gente, me considero uma mulher inteligente, mas sou muito influenciável às vezes. Sempre quis ser mais cool, saber me vestir e tal, e gosto de me sentir bonita, mas acho que minha auto-estima não ajuda. O problema é que nem sou assim tão consumista, mas gasto além do que deveria e estou sempre no negativo. E olha que quando comecei, pouco tempo atrás, a ler alguns blogs de moda, estava tentando me aprimorar ao me vestir e achando que na verdade meus gastos são nada perto do que essas blogueiras e suas leitoras gastam na aparência. Difícil achar um meio termo. Agora, vou entrar sempre aqui para ler.
Gi disse:
Nossa, eu nunca comento… mas esse não dá pra deixar passar.
É muito fácil falar “oh meu deus, só que passou por isso sabe como é…” tá, mas e todas nós que quase caímos nessa armadilha diariamente? Porque não entramos nessa? Tenho quase certeza que muitas das meninas que entram aqui, também entram nos ditos blogs de moda feito por com as meninas ricas etc… então repito, porque não estamos todas fazendo empréstimos no banco? Será que se alguém se endivida pra comprar um “it-produto” pode realmente culpar a loja? Posso culpar a mídia por querer morar no Leblon/Copacabana e não conseguir? Acho que não. E não caímos nessa dos “its” mesma forma que nem todo mundo é doido pra morar no Leblon mesmo que AME as novelas do Manoel Carlos, ou até caímos, mas não pe porque é it que a gente precisa ter não é?! Essas pessoas tem um senso de realidade, da sua realidade. Não digo que é uma realidade melhor ou pior, é diferente.
Em algumas horas sinto uma pitada de ressentimento, de “poxa, eu comprei um it-produto e não virei it-girl”, logo, é muito fácil colocar a culpa nos outros (lojas, blogueiras, vendedores, etc.) pelos nossos momentos de fraqueza.
Todo mundo aqui acredita em tudo o que o jornal diz? Acredita em qualquer coisa que escuta? Não! Então porque tem que levar ao pé-da-letra o que um blog diz?
Deixo claro aqui que é apenas o MINHA opinião, porque né, as opiniões na internet as vezes se tornam um pouco extremadas demais.
Camilla disse:
Li esse blog pela primeira vez e fico pensando … as pessoas tem problemas pessoais, descontroles financeiros e a culpa é dos blogs de moda ?????????????? Aff…
Leio muito, livros e blogs de moda , assino revistas e nem por isso faço dividas por ai.
Acho que falta mesmo é personalidade.
Aline disse:
Descobri hoje seu blog, e percebi como eu estava sendo influenciada por blogs de moda e beleza, e nao me dava conta. Tenho vontades muito fortes de comprar coisas, e passo todo dia pensando em uma peça ou produto que preciso! Acompanho uns 3 blogs todos os dias sem falta, como um ritual…ateh hoje, eu espero.
Parece uma fulga simples culpar os blogs, mas no meu caso foram eles o problema principal (somado eh claro a minha incapacidade de distinguir o que estava acontecendo). Porque ver uma modelo linda na revista usando uma roupa eh muito diferente de ver uma pessoa como voce, comum, usando as coisas e ficando linda e famosa..
Obrigado por pelo seu post e obrigada shopaholic por dividir seu problema. Nao vou mais perder meu tempo lendo os blogs e com certeza vai diminuir minha tentaçao, que me faz mal!! Me sinto mal…
e parabens a todos os comentarios, que tambem sao muito enriquecedores com suas experiencias e opnioes!
Bia disse:
Eu fico impressionada com a quantidade de mulheres que sonham em trabalhar com moda. Há algo mto sério mesmo acontecendo. Não acho que é só porque “gostam” de moda. Meter o dedo nessa ferida dá um pano pra manga danado…
Ninguém vive sem consumir e o mundo de objetos femininos é deveras tentador. Mas, além de pensar no bolso, é preciso pensar que qto mais consumimos, mais lixo produzimos. Tb não vou me adentrar nesse assunto pq passarei por chata. No mais: nem tudo que é caro é melhor; bom mesmo é dormir sem preocupação com dívidas; ostentar marcar é cafona e a marca é que deveria me pagar pra fazer propaganda pra ela; quero ficar bonita e ser fashion, mas quero mto mais ter cultura e responsabilidade social; e, por fim, comprar em excesso exige que eu tb mande fazer mais armários em casa e compre mais cômodas, então o espaço fica menor e isto me desagrada. Ah, e ninguém vai saber se tenho 2, 3 ou 4 calças jeans a não ser eu, a lavadeira e algumas mulheres observadoras.
Estou sem paciência c/ essa blogosfera de moda, maquiagem e fashionites. A profecia do exibicionismo de Andy W. foi cumprida. Nenhuma das mulheres que admiro – e que são vaidosas sim – perderiam tempo exibindo seus looks ou suas compras e dando “aula” de estilo.
Lígia disse:
Alguém comentou que essa obsessão por moda e afins é uma fuga da realidade, da vida como é ela. Concordo. Gde parte das mulheres ainda cultiva a ilusão de que um dia o príncipe encontrará o sapatinho perdido. Para isto, precisam ficar belas e arrumadas: “eu, linda e gostosa tenho direito a vc, rico e poderoso”. A blogosfera deu acesso imediato a todas, sem distinção de classe, a informações sobre moda e beleza. Basta um clique pra aprender a se maquiar, ter estilo, etc. Se vc não é bela, tem jeito: corrige daqui, cobre dali…É tudo questão de esforço e bom gosto. Ok, o mundo é mais generoso com os mais belos, quase sempre. Está aí o sucesso dos programas de remake: “vc é cafona? Nós temos uma equipe que vai deixar vc linda, sua vida vai mudar”.
Assim, estudo e leitura, por ex, não são incentivados e valorizados. Basta tentar ser Gisele.
Girls, não caiam nessa esparrela. Dá pra ser vaidosa, se cuidar e ter estilo sem viver em função disso. O mundo precisa de comprometimento de cada cidadão. O mundo não é nosso umbigo.
Gislaine Rodrigues disse:
De uns tempos para cá, também observei a explosão desses blogs de meninas tresloucadas por moda, maquiagens e afins, que dão a impressão de serem grandes conhecedoras do assunto (como se isso fosse verdade… humpf!) mas que na verdade elas não são mais do que meninas com discursos repetitivos, vazios e influenciáveis.
A moda é: influenciar. Mostrar que conhece a fundo a ponto de se acharem “consultoras” dando conselhos e ditando estilos diariamente.
Existe uma responsabilidade enorme de quem mantém um blog e vive lançando idéias e ostentando luxúrias, pois não se sabe quem estará do outro lado da tela do computador e nem como essa pessoa vai receber essa informação. Estamos vivendo tempos onde a maioria das pessoas se trancam em seus quartos com um laptop no colo e um cartão de crédito na mão: olha o perigo!
As doenças sociais reduzem as pessoas fracas de personalidade e de espírito, a meros bonequinhos e bonequinhas de “luxo”, não sabendo elas que estão se escravizando na breguice de dar importância a algo que nunca vão alcançar.
Se dermos um papel e um lápis a cada uma delas, não vão conseguir desenvolver sequer um projeto interessante… Suas “criatividades” são pura ilusão!
Infelizmente a internet com todas as facilidades atuais, trouxe um grande problema. O excesso de informação, o acesso a tudo ao mesmo tempo e as facilidades de comprar… armadilha perfeita pro consumismo desenfreado e fútil!
Pobres meninas fashionistas….
Paulo O consideraro disse:
A garota que ler meu comentario e foda
Paulo O consideraro disse:
que transar comigo
Jéssica Leine disse:
Sou estudande de Dsign de Moda na UFPE Caruaru e estou estudando para a minha monografia exatamente sobre esse tema, o poder de influencia dos blogs de moda sobre o comportamente de compra dos leitores. Na teoria eu tinha tudo bem estruturado, sabia o que dizer, sobre quais autores falar, mas lendo seu depoimento descobri que pouco sei sobre esse poder dos blogse me sinto até mal pelo meu blog que trata tanto de tendencias futeis… sempre achei que deveria investir meu conhhecimento na faculdade em algo que ajudasse as pessoas, que as fizesse se sentir melhor lidando com esse mundo caotico de roupas e grifes e hoje vejo que nada fiz sobre isso. Depois de ler seu depoimento sinto que posso e devo fazer mais pra que outras meninas como você e como eu não se percam, não percam identidade e respeito por si proprias. Desejo que você consiga resolver sues problemas financeiros e possa fazer seuscursos e seguir seus planos.
Deus te abençoe e um abraço carinhoso
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