O depoimento que recebi dessa leitora tem uma tônica bem diferente dos depoimentos publicados até agora. Ela fala do preconceito que reina no mundo científico-acadêmico em relação às pessoas que gostam de cuidar da própria aparência. Esse é um tema delicado, e eu já tinha pensado em escrever sobre algo relacionado aqui no blog: até que ponto estamos – ou deveríamos ou não estar – dispostos a enfrentar convenções de qualquer tipo (e existem mil) na hora de nos vestirmos? Seguir ou não essas convenções parece um assunto simples, afinal, podemos defender a priori que cada um use o que quiser e viva a liberdade e o Século XXI e o afrouxamento das amarras do tradicionalismo, mas na prática as coisas são mais complexas do que aparentam.
Direcionando essa reflexão para o mundo do trabalho, existem profissões mais abertas do que outras em relação à aparência. Mesmo assim, eu tenho a impressão de que toda profissão tem um certo perfil determinado. Digamos que existe uma espécie de protocolo informal em relação à maneira como cada pessoa deve vestir-se de acordo com a sua profissão. Refiro-me ao protocolo informal, pois, do formal, do obrigatório, não se tem muito como fugir (penso nos cargos que exigem uso de uniforme).
Então, o ponto é: seguimos ou não esses protocolos informais? Cultivar a aparência profissional que se espera de cada um de nós é uma forma de autopreservação, um caminho seguro, um mero cumprimento de papéis. E as pessoas que não se identificam com essas imagens pré-estabelecidas, ou que simplesmente não querem corresponder às expectativas e seguir os padrões? Estão certas, erradas? Há um preço a se pagar por essa escolha?
De modo geral, parece que, sim, há um preço. Claro que há exceções e inclusive variações de acordo com a cultura. No mundo acadêmico, por exemplo, existe um preconceito latente em relação às pessoas que se ocupam de coisas classificadas de forma praticamente unânime como fúteis: beleza, roupas, aparência. Quando li este depoimento, me lembrei de uma professora excelente que tive. Para mim, era uma professora exemplar: culta, didática, eloquente, competente, aberta, solícita. Não demorei a descobrir que ela, apesar de todas as suas qualidades inquestionáveis e de uma trajetória acadêmica brilhante, era alvo de várias piadinhas entre professores e alunos. Essa professora era ridicularizada nas rodinhas imbecis e tinha vários apelidinhos nada simpáticos apenas porque tinha uma “aparência cultivada” (sempre estava bronzeada, maquiada, arrumadíssima e de salto).
No mundo acadêmico, se valoriza um certo desleixamento limpinho, interpretado como um sinal de que a vida intelectual daquela pessoal é tão fértil, que ela simplesmente não tem tempo para “essas coisas fúteis”. Claro que, no fundo, o mundo acadêmico também é machista (e esse machismo também é propagado por algumas mulheres que conseguiram o seu lugar ao sol). Uma amiga minha nunca se sentiu respeitada numa universidade onde conseguiu uma vaga como “contratada” (por méritos próprios), pois diziam que “patricinha, novinha e bonita daquele jeito era óbvio que havia um padrinho por trás”. O resultado? Ela foi excluída abertamente por outros professores (maioria mulheres), chegou a receber cantadas de alguns alunos e obviamente acabou ficando pouco tempo no trabalho. Tudo bem, isso tudo deu forças para que ela conseguisse um cargo público numa instituição muito mais interessante, na que ela se veste como bem quer e entende e não é desprezada por isso. E, ah, isso não ocorreu no Brasil. Ou seja, em outros países também existe esse conservadorismo no meio acadêmico .
Não entendo e chego a me irritar profundamente. A universidade deveria ser um reflexo da diversidade que existe na sociedade, um espaço heterogêneo e aberto onde cada um poderia ser como é. Afinal, estamos falando de um mundo no que o conhecimento e as idéias deveriam reinar, e tudo isso independe da forma como cada um se veste ou se cuida, dos seus crocs ou das suas ankle boots. Por essas e outras (muitas outras), a minha decepção com o mundo acadêmico é tão grande. A universidade não deveria ser uma ilha, um mundo paralelo cercado de muros e de regrinhas limitadoras.
Ao depoimento:
Primeiro, quero te parabenizar pelo blog, adoro ele, quando descobri li tudo no mesmo dia e fiquei feliz que voltou a ativa.
Enfim, vou fazer um desabafo. Se for publicar no blog por favor não coloque meu nome, me apelide do que qusier =P!
É um desabafo sobre os preconceitos que as pessoas tem com relação a aparencia, tanto das que acham essencial ter uma LV (que particularmente não gosto), tanto das que acham que usar maquiagem é coisa de gente fútil e a toa.
Durante a adolescencia tive a fase de só usar preto, mas passou, mas continuo amando tachas desde aquela época (aliás, adorei a moda das tachas pela facilidade de encontrar roupas de qualidade com tachas e coturnos sem ser em loja militar, hahahaha). Depois na faculdade, de biologia, no inicio era só camiseta, jeans e sapatilha, só! Não usava make, meu cabelo era totalmente descuidado, igual 95% dos meus colegas de faculdade. Até que descobri o rímel, depois blush, foi indo e decidi me cuidar mais (sou branquela, loira do olho claro, apagada, sem cilio nem sombrancelha, pense na diferente que só o rímel já faz!). Via as moças na TV com a make linda e decidi aprender, assim como a usar salto e pensar na roupa a usar, não só vestir a primeira que visse. Isso foi no último ano da faculdade. Aí que vi como as pessoas são preconceituosas.Quando entrei no mestrado gastei minha primeira bolsa com roupas, coisa que nunca tinha feito. Passei a me vestir melhor, e nisso alguns blogs de moda ajudaram e muito, assim como os blogs de maquiagem. Confesso que antes lia uns que hoje peguei nojo, com suas tendencinhas, coisas que tem que ter e esnobices. Mas quem está perdida, como foi meu caso, esses blogs ajudam, te dão uma norteada, muitos dos que sigo hoje encontrei nesses, mas tem que saber filtrar. Mesmo neles tem posts legais. Passei a ir na dermatologista, fazer exercicio, hidratação no cabelo, cuidar mais de mim sabe. E isso foi ótimo, antes eu me achava feia e acho que por isso agia como se moda fosse futilidade. Minha mãe adorou minha mudança, hahaha, meu namorado também gostou e super apoiou eu me cuidar mais. Mas aí vi que pessoas mais estudadas que deveriam ser mais abertas muitas vezes são tão preonceituosas, principalmente no meio que vivo, que é o cientifico, academico.
Nesse meio a maioria não se cuida. Conheço gente que vai trabalhar como se fosse fazer a faxina em casa no sábado a tarde, são famosos pelas crocs e roupas de gosto (muito) duvidoso, e muitos desses (claro, não todos) se acham melhores que todas as pessoas fúteis que gastam seu tempo cuidado da pele! Rola um super preconceito com quem se veste bem. Onde estudo mesmo, por parte dos outros alunos, é brincadeira todo dia, acham o máximo falar em alto e bom som que não tem tempo para futilidades como pintar as unhas ou se maquiar de manhã. Felizmente isso não acontece com os meus professores, mas já ouvi cada história. Pelo que me contaram tem muito essa bobagem nos EUA, onde uma pesquisadora com decote não tem o mesmo respeito que uma vestida que nem homem.
Isso me deixa triste, de verdade. Não por que é comigo. Mas ver o preconceito que rola por ambos os lados, sendo que cada um se acha melhor do que o outro. Ninguém é melhor do que ninguém. Ninguém é melhor por ter a “it bolsa” ou por não ter nenhum bolsa! Parece até que é impossível alguém ler Darwin e usar batom da MAC! Vaidade não tem correlação inversa com inteligencia!Enfim, ficou enorme. É um desabafo.
Será que mais alguém passa pela mesma situação?
Abraços e parabéns pelo blog!
Obrigada à leitora que enviou o depoimento! ;-)
Susi disse:
DNCL, concordo com o que vc escreveu e vai exatamente na linha que eu penso. Só gostaria de fazer um adendo ao depoimento da leitora, ela tem razão na maioria das coisas que disse, só acho que ela também está julgando a aparência dos colegas ao dizer que eles parecem faxineiros e usam crocs, coisas assim. Eu sou mais adepta da sua linha de pensamento, DCNL. Que usem crocs ou ankle boots pois o que importa é o que está dentro, idéias, teses, conhecimento, leitura, horas de estudo ou de ensino, e não a roupa ou a aparência. Tirando essa observação acho que a discussão é super-válida. Eu desisti da carreira acadêmica justamente por sentir que a universidade está pouco integrada com a sociedade e que se eu não fosse uma marxista alucinada estaria totalmente descontextualizada.
luciana disse:
concordo com você, susi, também senti isso. talvez a própria leitora também olhe para as pessoas “de crocs” um pouco de cima. eu sei porque é um erro frequente, já estive dos dois lados da moeda. faço um curso em que ninguém se arruma, e quem se arruma é visto como fútil, alienado. e eu mesmo, talvez por orgulho, já me peguei julgando os outros por parecerem hippies sujos.
no fundo, o que todo mundo busca é que possamos vestir, e ser como bem entendermos. nem desprezados por gostar de esmaltes, bolsas, maquiagem, nem excluídos no caso de não gostarmos.
mas, todos também sabemos, estamos longe disso. assim como a mulher tem q ser masculinizada pra ser respeitada academicamente, algumas áreas não respeitam o modo de ser das outras pessoas, etc, etc. o mais importante é cada um saber dessas coisas e não cair no erro de julgar pela aparência.
ah, adorei seu blog. descobri há pouco, e já tomei coragem pra comentar. moda e conteúdo juntos é coisa que não se vê muito pela internet!
Luana M. disse:
Não acho que ela foi preconceituosa quando falou da roupa para faxina. O paradigma dela são os blogues de moda (bem alto, por sinal)! Quem olha qualquer turma de qualquer curso de uma universidade federal brasileira, ficará com essa impressão, principalmente se for uma pessoa que tem como referência de moda a capa da Vogue. É uma questão de gosto, de escolha.
Esse texto mostra que até mesmo os doutores podem ser pessoas idiotas. Falam mal das alunas polidas, lapidadas e com um grande decote, mas, no seu íntimo, gostariam que suas esposas fossem assim.
Quer goste ou não, a mídia do fotoxope reina! Dizer que uma mulher real não pode se aproximar da irreal, ah, é balela.
Por outro lado, é bem verdade que toda essa produção toma tempo. Muito tempo. Tem que pesquisar, comprar, escolher, compor e expor. Não é igual a colocar um croc + calça surrada + camiseta promocional. Dá trabalho.
É um estilo de vida, muuuuuuito longe do meu, mas não posso dizer que determinada pessoa é fútil porque usa MAC. No caso de uma limo bag, eu até diria algumas outras coisas.
Eu sou a rainha do croc com calça surrada! kkkkk. E a minha roupa de faxina é igualzinha a de uma saída comum.
Beijo!
Fernanda disse:
Não interessa o trabalho que vc tens ou o estilo que é adepta, mas ir trabalhar de crocs é demais. Eu mesma sou mais do estilo, assim digamos, confortável. Uso pouco salto e nenhuma maquiagem no dia a dia. No entanto, se vou trabalhar não vou colocar minhas havaianas,nem rasteirinha, ora bolas! Ali não está a Fernanda hippie mas sim a Fernanda profissional, que deve seguir o dress code como qq outra pessoa. Aliás, no ambiente profissional o dress code serve, tb, para isso, para padronizar e evitar esse tititi desnecessário.
Andrea disse:
Bom, infelizmente é o que a Chanel disse no comentário dela: numa sociedade de dominação masculina, ou machista, mulher só pode ser uma coisa ou outra. Ou a mulher é intelectual, ou é cabeça-de-vento. Categoria intermediária não existe. Mulher ou é a Santa Madre ou é prostituta: de novo, não existe mulher sexualmente livre e bem resolvida. E assim vai…
Mas é mesmo triste ver que justamente no meio acadêmico, de onde saem as idéias, as inovações, esse ranço androcrático (para roubar uma expressão da autora Riane Eisler) também ainda tem espaço e é sancionado até por mulheres.
Mas a gente pode e vai mudar isso, criando e replicando uma sociedade menos repressora e mais libertadora para todos, seja homens ou mulheres (porque, no fim, homem sofre com as mesmas bobagens).
asdonnas disse:
Passei pela mesma situação na época de faculdade, porém o preconceito partiu direto da professora. Acredito que ninguém é obrigada depois de um longo dia de trabalho, onde você tem apenas uma folga por semana e justo nesse dia de folga, a pessoa se dar ao bel prazer de sair de casa direto pra facul ir usando bermuda e havaianas para assistir uma aula. Isso a meu ver não implica no fato de uma professora acadêmica pré julgar uma aluna e dizer que NUNCA indicaria a mesma para um estágio pelo simples fato, de na sua aula, está vestida de tal maneira. A sociedade na sua grande maioria é leviana! Aqui deixo meu desabafo!!
Samantha disse:
Gente, e no calor? Vejo aqueles homens que precisam trabalhar de terno e gravata. Como devem sofrer, pelo amor! Um traje que não tem nada a ver com nosso clima.
Isso é uma tortura! E nossa sociedade ainda julga muito pelo tipo de roupa que as pessoas vestem. Um dia desses estava super calor e meu pai foi comigo ao cartório. Ele disse que precisava usar calças, porque homem de bermuda não é respeitado. Ai, pelo amor de Deus.
Pingback: Tweets that mention depoimento: crocs e preconceito no mundo acadêmico « De Chanel na Laje -- Topsy.com
Thaís Bueno disse:
Eu estudo Comunicação Social na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e lá (no campus da comunicação) não vejo muito preconceito não, apesar de a maioria das pessoas não se arrumarem. Eu uso salto, maquiagem e tudo mais, faço combinações de roupas e não tô nem aí se usar saia na faculdade é demais ou não, a moda me permite fantasiar todo dia e eu não abro mão disso, não abro mão de me expressar todos os dias através das minhas roupas. E acho que as pessoas lá levam na boa, pelo menos na faculdade de comunicação. Talvez porque estudamos justamente comunicação. Tenho colegas que se vestem de forma diferente e ninguém tem nada a ver com isso.
Mas acho que eu não seria bem vista em outros cursos. Um dia desses eu estava na fila do restaurante universitário de vestido roxo e meia-calça de poás quando ouvi um “exagerada”. Fiquei indignada e achei muita ignorância, porque como tu disse, a universidade deveria ser um lugar onde as diferenças são respeitadas. Mas eu refleti sobre isso e não adianta, mesmo nas universidades federais vai ter gente estúpida, que ainda acha que está em colégio de Ensino Médio e trata as pessoas fora-do-padrão como se fossem doentes ou algo assim. Mas pelo menos no campus da comunicação eu me sinto em paz.
Até tentei começar a ir na aula de calça jeans e camiseta, mas eu não me sentia eu mesma. Mas uma coisa que me incomoda no meio acadêmico ér o preconceito das pessoas com a moda. Os meus trabalhos são todos sobre isso e, embora ninguém me olhe toro nem nada, tenho certeza que muitos me acham fútil por causa disso. Mas como eu disse antes, é só ignorância. Pré-conceito. É triste as pessoas acharem que moda só diz respeito a tendências e usar cores combinando, visto que ela é estudada por sociólogos, psicólogos, filósofos e etc., como Barthes e Lipovetsky, por exemplo.
Mas eu tô disposta a aguentar esse tipo de coisa, amo a moda, amo a moda como fator sociológico e não é a faculdade que vai me limitar. Aliás, ela deveria fazer o contrário, deveria expandir, né?
Luana M. disse:
Vá em frente, garota! Seu futuro é brilhante!
Dani S. disse:
Assim como a colega do depoimento, estou na área acadêmica e curto papo nerd e papo de “futilidades femininas”. Eu e meus amigos da faculdade gostamos de compartilhar posts interessantes, engraçados no Google Reader. Um dia a Marina do 2Beauty fez um post falando de uma pesquisa sobre protetores solares, em que várias marcas famosas haviam sido reprovadas. Resolvi compartilhar com meus amigos, afinal protetor solar não é só estética é saúde também! O comentário que recebi no meu item compartilhado foi algo assim: “Me preocupou mais é vc assinar um feed de Dicas, tutorias e resenhas de maquiagem”. E esse comentário recebi de uma menina. Fiquei pensando o que havia de errado em gostar de blogs de maquiagem ou moda?
Um belo dia a Camila, do Garotas Estúpidas, postou falando que ao ver Mirella Santos usando “tendencinhas” faziam ela deixar de gostar da tal tendência …
E eu fiquei pensando que até parece que só alguns grupos específicos podem gostar e consumir as tais “futilidades femininas”, sem serem “julgados” por isso!
“Se vc é da academia, não se preocupe com a aparência! Se vc é uma celebridade ‘uó’, não use as tendências que as it girls usam!”
Deixem eu gostar de me arrumar, me sinto bem gastando tempo com isso! Deixem a Mirella usar as “tendencinhas”!
Desculpem se viajei demais …
Samantha disse:
Tem tudo a ver, e viajei com você! Hehehehe
Acho que só patricinhas brancas de classe média alta podem consumir certas coisas. Bom, de acordo com o pensamento vigente da maioria.
Luana M. disse:
Caraca, eu fico é com raiva de já ter gostado da Camila Estúpida. Ela gosta de ser popular, de lançar tendências, etc, e não gosta de descobrir que sua leitora é a Maria Popozuda do Dia? Como monitorar quem consome moda? Impossível!
Que atitude insana! Cada pessoa usa o que gosta, do jeito que quer! Essa frase aí prova que a blogosfera é muito democrática. Muito. hahahahaha
Beijo, De Chanel!
Aline Correia disse:
Sou estudante de mestrado, num curso de humanas (famosos pelos alunos maltrapilhos e que desconhecem escova de cabelo – e de dentes, às vezes) e me sinto livre tanto pra ir vestida como se fosse fazer faxina no sábado como pra ir mais arrumada, como quem vai encontrar o namorado no shopping, sei lá. Quando eu vou como faxineira, não acho que avaliam melhor minhas idéias nos debates durante os cafés que tomo com colegas e professores. No entanto, quando debato com pessoas de “outras áreas” com esses mesmos trajes, mal sou ouvida. Quando, no entanto, estou vestida “arrumadinha” e me apresento como mestranda em filosofia, pessoas de outras áreas se surpreendem positivamente e parecem mais interessadas no que estudo, e acham que eu realmente estudo ao invés de fumar maconha adorando o Nietzsche. O que quero dizer é que em alguns casos particulares, a aparência mais cuidada pode ser positiva. Na verdade, eu acho que ela deveria ser usada como instrumento a favor das pessoas, principalmente quando elas geralmente são classificadas como maconheiros de DCE. Mas eu acho que não deve haver exageros. Quando eu digo “arrumadinha” falo em calças normais, blusas em cores lisas, discretas, sapatos igualmente discretos e bonitos. Não falo em wet legging com blusinha podrinha e um snob na boca. Falo em aparência standard, entre o social e o esporte, maquiagem discreta. Acho que, geralmente, os preconceitos ocorrem quando há exageros, que, eu acho, nunca são bem-vindos.
Thaina disse:
Sou bióloga e vejo muito isso no ambiente de trabalho. As pessoas têm mesmo o hábito de julgar quem se arruma de demais, pois acham normal ir de havaianas para o laboratório (o mais incrível é que o uso de havainas é absolutamente contrário às regras de biossegurança, afinal lidamos com reagentes perigosos e cada centímetro de pele exposta representa um risco real).
Acho essa situação muito chata… a inteligência e competência das pessoas não deveriam ser medidas pela aparência física, e sim pela qualidade do seu trabalho.
Lary disse:
E a Thaina disse o que eu penso! Eu faço Ciências Naturais e ter esse “desleixamento limpinho” (como a DeChanel falou) é super normal nas faculdades de Ciencias Biológicas. Eu não me importo mto se a pessoa usa crocs ou a ankle boot (cada um usa o que acha mais confortável ou bacana), só gostaria que não houvese essas comparações que (infelizmente) tem! Abraços.
Cris Cechetti disse:
Bom, eu vou comentar algo que aconteceu comigo na faculdade, porém, ao contrario. Concordo muito com o desabafo, realmente isso acontece, mas comigo foi diferente. Eu estudei numa Universidade Federal (vista demais como pessoas que nao se cuidam, bando de comunistas e essas coisas…) e trabalhei em um laboratório durante o curso, como IC (iniciaçao científica) e la, ao contrario da faculdade, as pessoas se vestiam muito bem. Minha orientadora sempre de salto alto e carregando seus VS por aí. Com ela, eu aprendi a me cuidar. No começo da faculdade, eu era mais descuidada mesmo, menos preocupada até conhecer ela e me ‘espelhar’ nela. Hoje, parte de mim que se cuida, que usa salto é reflexo dessa época.
Ale Carvalho disse:
Lamento se a moça é reprovada com olhares invejosos. Eu sou professora de comunicação em uma universidade federal. Sinceramente, se tem alguém que fala mal de pessoas que andam bem vestidas ou mal vestidas ainda não conheci. Ou se conheci, não dei bola. Pra mim, a pessoa só não pode é estar fedorenta, pq fica complicado vc conversar ao lado de alguém que não cuida minimamente da higiene.
Mirella Bastos disse:
Acho que o mal do século é constante preocupação em ter ou querer sempre agradar ao outro/outros, e por isso mesmo é que vemos sempre tanta gente com auto-estima lá no dedão do pé e infeliz. Até por que como diz o ditado: não adianta a gente querer agradar a todos ao mesmo tempo, pois além da gente se desagradar, termina não conseguindo agradar a ninguém. É por isso que existe tanta gente mal resolvida e sem vida própria e, que por isso mesmo necessite da vida alheia para preencher o próprio vazio de vida, como um vampiro que necessita de sangue para sobreviver.
Particularmente, desde que me entendo por gente, que não vivo seguindo convenções e, por isso mesmo me considere uma pessoa extremamente bem resolvida e com auto-estima no topo, apesar de não ser e nem me considera uma Gisele Bündchen…
E, jamais me sentiria castrada ou qualquer coisa do gênero, se por conta da profissão escolhida, eu fosse “obrigada” a cultivar uma “aparência profissional” – até por que a gente tem ciência do pacote completo que nos espera determinadas profissões, não é mesmo? Sem contar que é “cada macaco no seu galho’… e assim como eu não me sentiria confortável em ir a uma praia ou até mesmo ao um Shopping Center num domingo à tarde de tailleur, eu também não me sentiria bem em ir trabalhar num escritório de advocacia ou até mesmo numa repartição pública de crocs. Como também jamais iria a um casamento, mesmo que fosse durante o dia e no campo, de calça jeans. Logo, não seria o caso de uma “identificação com imagens pré-estabelecidas ou até mesmo de ter que “seguir padrões”, e sim pelo bom senso pela ESCOLHA PROFISSIONAL feita! É essa a minha opinião!
Patricia Lima disse:
E como tem preconceito! Trabalho no meio científico e sempre gostei de me cuidar, mas nada demais: uma maquiagem sóbria e o cabelo bem cuidado. Só que parece que eu incomodo. Claro que as pessoas não dizem isso diretamente, mas sempre que possível, falam uma graça. Tem uma que tenta ser bem direta, mas eu não dou a mínima: se ela pode andar parecendo uma porca, eu também tenho o direito de andar limpinha e arrumadinha!
Rubia disse:
Concordo com tudo o que disse DeChanel. Trabalho com Direito que é super formal.
É complicado mas vc é avaliado pelo o que veste, a forma como fala e por aí vai.
É ridículo? Sem dúvida. Mas a gente vê muito disso por aí.
Como disse a Andrea não existe meio termo, ou vc é meio desleixada (ou até arrumada, mas no básico) e tem que agir como “intelectual” o tempo todo ou vc é burra.
Isso é ridículo e sei que muita gente me olha de banda por falar gíria e não querer bancar a “intelectual” o tempo todo.
Acho que acabo fazendo isso pq odeio a frase “isso não pode” ou “isso não condiz com a carreira que escolheu”. É uma escolha arriscada pq as pessoas só te avaliam pela casca.
Aconteceu uma situação engraçada para não dizer outra coisa comigo.
Estava indo num psicoterapeuta famosinho na cidade onde moro.
E é engraçado, pq no consultório não sou a advogada, a intelectual, nem nada.
Estou ali pra resolver outras questões da minha vida e do meu “eu”.
Sou bem humorada e isso não quer dizer que sou uma tapada.
No consultório, um lugar que onde não deveria ser taxada por nada, afinal ali
era um lugar em que fui busca abrigo para as minhas emoções e problemas.
Acabei que me vi ser ridiculamente tratada pelo psicoterapeuta, que em uma das vezes falou que era bom conhecer gente para melhorar meu vocabulário e falando de forma até simplória comigo e o mais ridículo foi ele achar que eu não sabia um mínimo de filosofia. Ta certo que não vivo afundada na filosofia, mas ele achar que eu nunca tinha ouvido falar no mito da caverna de Platão foi no mínimo ridículo e despreparo do profissinal.
O ridículo da situação foi ele me tachar de “ignorante” pela forma regionalizada como falo (sou do interior do ES e aqui temos sotaque mineiro) e a forma que me visto etc.
Fiquei chateada por justamente ali ser avaliada de forma incorreta.
É justamente o que vc falou DeChanel, a questão é se vc no momento de “informalidade” deve ser sempre formal e ir contra até com suas convicções e para ser sempre “aceito” ou assumir seu idealismo e não querer levar as coisas a sério demais (no momento da informalidade) e assumir as consequências disso.
Jessy disse:
Acho q passei por todas as situações citadas. Sou enfermeira, e na faculdade, andava de preto, usava coturno e raspava a cabeça com máq. 3! Por incrível q pareça, associo as mudanças na minha aparência, com meu amadurescimento pessoal e profissional tb. No meu trabalho, como já se sabe pela minha profissão, é obrigatório o uso de uniformes, e o uso de quaisquer acessórios (brincos, anéis, etc) é terminantemente proibido por normas de biossegurança (como foi citado até por uma colega bióloga q escreveu antes de mim). O preconceito então, existe, pra aquela q não é arrumadinha e feminina, como eu mesma não era. Mas a gente vai aprendendo a gostar e a cuidar de si mesma e isso reflete até mesmo nas suas atitudes diante da vida. Não sou aficionada em moda. Uso aquilo q se encaixa no meu corpo e no meu estilo de ser (continuo meio rocker até hj, e vou ser uma velhinha feliz, aposentada, cheia de tatuagens em cima de um Harley… hehehe). Me respeito acima de tudo, pq qdo a gente não se respeita, não pode exigir respeito de ninguém. Conquiste seu espaço com sua competência, inteligência, e acima de tudo, caráter e ética. Não ligue pra comentários q não acrescentam em nada, e seja feliz! Seja com seu Loubotin ou com sua crocs (q aliás, é amplamente usada pelos profissionais de centros cirúrgicos por sua fácil higienização)…
MR disse:
Crocs são ótimos em centro cirúrgico! Fáceis de limpar, confortáveis, e podem até “combinar” com o uniforme, se a pessoinha se importar com isso. O que importa é a adequação entre a roupa e o local de trabalho.
A disse:
Oi. Faço doutorado na Unicamp e vou maquiada todos os dias… Vcs, então, já podem imaginar os comentarios…Mas, na boa, não estou nem aí! A minha maquiagem não é nenhuma super produção, é basica para qualquer trabalho.
Tenho dó dessas pessoas desleixadas, o que será delas qdo arrajarem um emprego em uma empresa ou outra universidade?
Elas querem ser contra as convenções, mas gente, nós vivemos em sociedade e certos codigos existem! Se eles são tão contra isso pq não vão ao trabalho sem camisa ou até mesmo sem roupa?( pq as regras não permitem!!!!!!!)
Na minha opinião a pessoa tem que ter o minimo de cuidado com a aparencia ( longe de mim ficar obcecado com grifes e tendencias), mas a boa aparencia no trabalho demonstra que aquilo é importante pra vc, que vc se importa com as pessoas que vai encontrar… Pq se vc não pode ir sem camisa, tbem não pode ir de roupa furada, manchada e muitas vezes suja!!!!
Academicos: Se vestir bem não quer dizer que sou menos capaz, mas sim que dispondo do mesmo tempo que vcs consigo realizar todoas as tarefas e ainda assim separar uma roupa razoavel para usar no dia seguinte! 5 /10 min… pronto! Não estou menos inteligente! rs
Luana M. disse:
Como assim “se importa com as pessoas que vai encontrar”????? Que frase é essa? Usar roupas velhas limpinhas (com furos e/ou manchas), é uma falta de respeito com o meu colega de trabalho???? Desde quando?
Moralmente eu sou obrigada a usar roupas novas porque pegal mal o contrário, e visão agradável é aquela que mais se assemelha com a de uma vitrine de loja? Como???
AInda no primário, minha saudosa professora ensinou que uniforme manchado, furado e curto não tinha problema. O que importava era a higiene. Me ensinaram no primário, NO PRIMÁRIO, e levo isso para toda uma vida.
dafni marchioro disse:
De Chanel, vc iria se surpreender bastante com o meio acadêmico se olhasse ele bem de perto. Preconceito contra roupa é o de menos: já vi plágio, roubo de dinheiro público, assédio moral, assédio sexual de professor em relação a aluno, violação da dedicação exclusiva (nós que somos professores 40h Dedicação Exclusiva não podemos ter emprego fora da universidade, e alguns colegas não respeitam isso)… enfim, nada bonito de se ver. E olha que eu trabalho numa Federal que existe há apenas 4 anos!
Quanto ao preconceito que a menina sofre, eu posso dizer que comigo acontece a mesma coisa. Sou Física, e na Física quanto mais esquisito vc for, melhor – parece mais gênio. Agora, quando eles (os homens em geral) vêem uma mulher que se veste bem e se maquia, ou seja, ela se destaca no meio das outras mulheres (que são poucas nesta área), os caras só pensam nela de forma sexual. Não se aproximam dela para falar do trabalho dela; na verdade, eles nem querem saber se de fato ela é inteligente! É um negócio meio complicado, e já passei por muitas situações constrangedoras por causa disso.
E na universidade em que trabalho como professora? Já ouvi colega que se veste muito bem dizendo que “a Dáfni que é perua, pois ela tem um blog de maquiagem!”. E perua no meio acadêmico é xingamento. Sem contar que os alunos mesmo já te olham de outra forma, gostam de te testar pra ver se vc sabe mesmo o conteúdo da disciplina… enfim, o preconceito REINA.
Carol disse:
Ahhhh vc lavou minha alma! Sou física, professora, amo moda e maquiagem!
E qto ao preconceito, acho as mulheres piores q os homens! Hj acredito q consegui conquistar o respeito dos homens com quem convivo, mesmo indo maquiada todos os dias, mas já ouvi mt gracinha de mulheres me chamando de fútil pq vou ao cabeleireiro, faço as unhas, leio blogs de maquiagem e etc
Carol-Alfinetes de Morango disse:
MUITO na minha praia..
Entendam o preconceito tem duas vias…
Explico..
Sou professora universitária de artes, imagina o quanto nesse meio o quanto mais desleixado e “sujinho” mais “inteligente” e intelectual voce é …
Enfim, uma completa ET, que ama MAC, DIOR, e tudo que cabe dentro do mundinho Fashion e dentro de um blog de moda como o Alfinetes de Morango. E pra piorar uma acadêmica que escreve num blog de moda.
Ser ou não acadêmica, não está escrito em nenhum estatuto que devo andar de chinelo remendado com esparadrapo com a unha suja e a saia hippie passeando pelo campus. Hello.
Os anos 60 já acabaram faz tempo e os intelectuais de hojes, tem gostos diferentes e não é porque escrevem e discutem arte andam com restos de figurinos pela rua. Já diz o Lulu Santos, não leve o personagem pra casa pode acabar sendo fatal…
E, não vou dizer também que as modetes não acham estranho quando conto o que realmente faço da minha vida, além blog. Tipo ela é cabeça, blabla sobre arte, ..
Eu sou normal, só estudei, um pouquinho…e transito nesses mundos..e bem..Ufa..
Acho, que um pouco de conhecimento, sabedoria e elegância…não faz mal a ninguém
Luana Sarmento disse:
Sou estilista e já sofri muito por isso!!! Existe muitos profissionais que te julgam (óbvio, ainda mais dentro da moda) pela roupa que está vestindo, alguns acham que estilista competente tem que ser ULTRA MEGA MODERNO no julgamento deles e cada um tem um critério…. seria loucura tentar entendê-los!!! Sei que em muitas cabecinhas já pensaram que fiz o ‘teste do sofá’ ou que tinha um ‘PAI trocínio’ para ter um cargo dentro da empresa que estava. Quando vc não segue o padrão dentro do grupo que está é julgada severamente e eu já senti isso. Para eles era uma ofensa eu usar ‘Diesel’ ou ter uma LV… riam quando eu queria comprar alguma coisa que era tendência…. Enfim, até onde achamos que isso não acontece (mundinho da moda, oi?) é normal quem dirá em outras ‘rodas’. Beijos.
Julie disse:
Nossa, isso acontece tanto que é até triste! Isso não acontece muito no meio onde trabalho (jurídico onde quanto mais bem vestido mais bem sucedidoi parece) mas no curso que estudo (para concurso) as pessoas tem esse pensamento, tipo, como se por eu usar make pra ir pro curso, estar com as unhas feitas ou pensar na minha roupa eu tivesse menos capacidade de passar numa prova dessa, como se eu perdesse tempo que devia estar estudando… Infelizmente isso é produto de pensamento pequeno de uma sociedade machista que acha que mulher bonita e bem arrumada é troféu, é burra, não pode ser inteligente se não assusta… É chato mas espero que um dia mude… Eu continuo sendo o que sou: estudiosa e bem cuidada! :P
lis disse:
Sempre achei engraçado constatar que, mesmo as pessoas que querem ser “alternativas” se enquadram em um padrão. Você pode até querer ser “moderno”, mas tem que se enquadrar dentro dos padrões dos modernos. Infelizmente, sempre as pessoas esperam que, se você faz determinada coisa, você esteja dentro de normas de aparência pré-estabelecidas. Claro que há as normas necessárias (as que surgem a partir de exigências de biossegurança, por exemplo). Sempre penso que o melhor é tentar abstrair do que pensam de sua aparência (embora o preconceito incomode sim) e se focar em fazer seu serviço bem feito. Não tem jeito, a aparência é a primeira coisa que as pessoas vão ver, vai ser a base das primeiras conjecturas sobre sua competência e capacidade. Mas idéias mais permanentes e bem formadas sobre essa competência só vem com o trabalho mesmo. Sempre pensei assim e isso sempre me ajudou.
Vale lembrar que, numa sociedade de dominação ainda machista, não podemos confundir vaidade com vulgaridade. Não adianta mesmo querer ir trabalhar de decotão, roupa justíssima, curtíssima, transparente, o que é absurdamente diferente de andar bem cuidada e bem vestida.
Estudante disse:
E quando você resolve adotar a moda como seu objeto de estudo? Faço mestrado em uma das instituições mais reconhecidas do país e que tem como um de seus maiores méritos, na minha opinião, justamente a valorização da transdisciplinariedade. Entre os professores, ainda bem!, não há nenhuma distinção; pelo contrário, eles elogiam o tema, sugerem bibliografias, informam sobre congressos na área. Já alguns colegas… Nossa, ouvi muitas piadinhas e não raras às vezes fui tratada como alguém sem capacidade apenas por causa do tema que escolhi investigar. Sabe quando alguém vai te explicar algo como se você tivesse 10 anos de idade? Pois é. Também já passei pelo constrangimento de apresentar um seminário (no qual tirei 10) com metade da turma conversando, porque meu tema “não é sério e não interessa”. Tudo bem se você, caro colega, não entende o meu tema, ninguém é obrigado; então se abstenha de comentar, né. Simplesmente não entra na cabeça de muitas pessoas que a moda seja um objeto de investigação científica, que possa ser analisado com rigor e sem deslumbres. Mas tudo bem… é o preço que se paga, quando você prefere desbravar um novo caminho em vez de ser a 963ª pessoa a analisar as capas da Veja.
Antonia disse:
não só a moda é objeto de investigações científica como é uma ótimo objeto para a investigação crítica!
Bourdieu, Baudrillard….
nem liga pra esses comentarios estupidos!
Ale disse:
Ei, Estudante. Vc está certíssima, quem fala que estudar moda é bobagem, é pq é ignorante. Ponto final. Não estudo moda, mas reconheço a importância do tema como objeto de estudo. E ADORO quebrar os preconceitos dos alunos citando nomes de pesquisadores que pesquisam moda, games, filmes trash, novelas etc. Todas esses assuntos que muita gente acha perda de tempo estudar.
yasmim ferreira disse:
já aconteceu comigo algumas vezes…paro o q estou falando e olho pra pessoa até ela se tocar, calar a boca ou sair da sala. e se depois disso a pessoa n se “comporta” acho q o professor vai ser o primeiro a pedir pro indivíduo se retirar.
camila disse:
Gente fiquei muito passada! Parece que estão falando de mim! Tambem sou bióloga.
Eu mesma já achei tudo isso fútil na minha fase rebelde, mesmo assim adorava fazer combinações malucas com as roupas que eu tinha. Depois de amadurecer um pouco mais, descobri o quanto a moda era divertida e me permitia ser mais “eu”.
Eu nunca sofri preconceito dos meus colegas de turma (até porque no meu grupo de amigos tinha outras meninas assim), mas quando fui fazer um estágio foi bem difícil.
Eu ia todo dia arrumada e de maquiagem fazer as minhas coisas, e some-se a isso o fato de eu ser bem novinha e me vestir de um jeito meio “diferente”. E ainda ser uma universidade federal, onde as pessoas sáo mais desleixadas que a média. Imagine só o que era.
Tinha gente que me olhava como fútil, outros como estranha. Entrava nos laboratórios pra fazer experimentos e me olhavam com cara de pânico como se eu fosse quebrar tudo.
No fim acabei saindo de lá com 10 na monografia e sabendo falar mais línguas do que qualquer outra pessoa no departamento (aliás eu ate servia de dicionário ambulante da galera). E só no último dia fui reconhecida pela minha orientadora. Mas não adiantou nada, a minha decisão de cair fora já estava feita.
Daqui a menos de 1 mês eu começo meu mestrado na Europa, depois de lutar muito pra isso. E espero que a atitude deles seja diferente, mas posso estar muito enganada.
Cheguei onde os “esculachados” não chegaram. Prova de que da pra conciliar as duas coisas com toda certeza (e outras pessoas mais “arrumadinhas” que eu conheço tambem conseguiram).
Desculpe escrever tanto (e com pressa haha), mas precisava desabafar.
Beijos, e logo vou recomendar esse texto no meu blog.
Emilia disse:
Sabe, eu já liguei mais pra isso. Ultimamente ando ligando um foda-se imenso para o mundo e para o que pensam de mim. Eu tinha medo de usar esmalte verde, hoje em dia eu vou de esmalte neon, meus alunos me chamam de fashion e eu to me lixando se falam isso em tom de piada ou não. Tenho meu estilo, uso maquiagem, faço unha e levo eles no presídio e faço a crítica do sistema de justiça. Aprendi a “vomitar” meu curriculo no primeiro dia de aula pra já calar a boca de meia dúzia. Minhas alunas me admiram, algumas querem ser como eu. Lentamente, estou ficando mais e mais segura e ligando cada vez menos pra esses preconceitos. Mas sei como ainda há machismo e preconceito. E como!!! Trabalho no meio juridico, e pior, penal! ou seja, entre homens. Percebo que tenho menos atribuição de aula que colegas mais mediocres que eu. Mas eu to conquistando meu espaço. Sei que ainda vou calar a boca de mta gente.
luizafabsm disse:
É um assunto tenso. Você tem que se enquadrar no estereótipo da profissão ou do local que frequenta para se sentir aceita. Sei como é. A mesma coisa acontece nas escolas. Tô cursando o 3º do Ensino Médio e minha vida escolar sempre foi marcada por reclamações por parte da diretoria por causa do meu cabelo (que sempre foi colorido e recentemente raspado pela metade..) e agora, pela minha roupa. Todos usamos uniforme e o meu shorts (sempre eu! haha) tá curto demais. Nessas horas você se sente muito deslocada cara. Ok que cada lugar tem suas regras e que se você não se adapta você se retira, mas eu sempre mantive a ideia de que deveria mudar a cabeça medieval dessa diretoria. Não consegui completamente, mas que dei muita dor de cabeça pra eles, ah, isso eu dei.
Por isso nem penso em seguir alguma carreira que me limite como pessoa. A moda me espera! =)
Bjss e continue postando DCNL ;)
Antonia disse:
que delícia ver tanta acadêmicas adoradoras de maquiagem aqui!!!
eu estou prestando mestrado em sociologia na usp (onde fiz ciências sociais) e acho essa uma questão boa mesmo. no meio acadêmico per se, digamos, em sala de aula e reuniões, nunca senti preconceito por ser arrumadinha ou por usar maquiagem, inclusive tenho uma professora que é suuuuper ultra mulherzona arrumada, salto, louro platina etc e ela é poderosa la dentro e super respeitada. ela ja contou histórias de preconceito varias vezes quanto a esse fato de usar salto e tals, mas sempre deu a volta por cima porque ela é realmente muito competente e agora, no auge de sua carreira, ja foi chefe de departamento, pro reitora etc. com certeza sofreu preconceito inicial, mas agora esta por cima.
entao dentro da universidade nao sinto preconceito, mas sinto muitas vezes dos meus proprios amigos, a maioria estudante de filosofia, sociologia ou economia, e somos, digamos, um grupo de “esquerda” e por isso mais do que pela questao academica é que as vezes me encaram com espanto quando sabem que adoro maquiagem, tenho um monte, tenho blog de maquiagem e etc..
mas é só responder à altura, mostrar que uma geléia é tão mercadoria quanto maquiagem e que nao faz diferenca alguma colecionar muitos cds ou maquiagem, que td mundo fica quieto…
Thereza disse:
Adorei o post e o tema!
Meu relato tem a ver com meu local de trabalho, mas o preconceito é o mesmo…
Durante mais de 4 anos trabalhei numa obra, construção pesada mesmo, mais de 4.000 funcionários (98% operários, 0,0001% mulheres) e se vestir era uma arte!
Primeiro porque só podia usar calça jeans (nada de calça social, legging, nada que um pedaço de ferro pudesse rasgar facilmente) e obviamente nada de saia e tampouco decotes.
E quando saía do escritório e ia ao campo de fato, tinha que ir de casaco, mesmo que estivesse Rio 40 graus. Meu chefe alegava que era por causa das fagulhas do maçarico, mas eu tenho outras teorias protecionistas (o lado bom era ser o xodó da sala).
Enfim, acredito que fashionista de verdade é quem se veste com tanta adversidade! Quando eu ia mais arrumadinha, ao longo do dia ia me desmontando toda, colocando bota, capacete (alô, arquitetas e engenheiras, o capacete detona qualquer trança bonitinha e escova), e lá se esvaía toda minha “fashionice”.
Minha única saída era a maquiagem (sou adepta do mais é mais) e acessórios, e mesmo assim sempre ouvia piadinhas e gracinhas dos colegas de trabalho: “onde é a festa?”, “aqui é obra, não é passarela”. Eu nem ligava, era a perua da turma e com muito orgulho. Aliás, foi dessa adversidade que surgiu o blog ;)
Beijos!!
lud disse:
“Apedrejaram” a Geisy do Vestido Rosa dentro de uma universidade, minha gente. O mesmo mundinho que dá ibobe à revistas Playboy não tolerou um minidress. 99 chibatadas pra quem acha que o mundo tá evoluindo neste século.
Duda disse:
Ótimo artigo! =D
Luciana disse:
Muito interessante o post e os depoimentos. Sou mestranda de Comunicação em uma universidade federal, e confesso que me sinto meio perdida quanto a como me vestir. Entre as professoras, há um grupo que se produz um pouco mais e outro que se orgulha do cabelo despenteado e dos sapatos esquisitões. Entre as alunas, vigora um estilo básico de aparentar. Uma colega começou arrumada, de salto alto, e aos poucos foi se “enfeiando”, passando a ostentar um visual pretensamente mais intelectual. Eu gostaria de ir aos encontros mais arrumada, mas acho que me sentiria desconfortável por “destoar” da maioria. Certa vez uma professora fez piada com meus brincos “grandes” e unhas vermelhas, sendo que era apenas uma argola tamanho médio. Nos eventos, então, a gente vê um desfile de desleixo. Vejo que em outras áreas, é normal as pessoas se arrumarem para irem aos congressos. Na comunicação, aparecer arrumada é uma afronta…
Ale disse:
relaxa, Luciana. Vai vestida do jeito que vc quiser e arrasa na sua participação nas aulas. Acho que a melhor forma de mostrar que a gente pensa é: estudar e dar show na pesquisa, no estudo, nos debates. bjs [Não sei que congressos são esses em que vc anda, mas no Intercom e na Compós, eu vejo gente bem vestida e cheirosa.]
Camila disse:
Fiz um Master aqui na Espanha, e você nao imagina o tipo de coisa que escutava, primeiramente, as minha colegas achavam que eu me arrumava pq era MACHISTA e queria AGRADAR meu marido…WTF???!
Diziam que não devia me importar em engordar um pouquinho..kkk, e que o pensamento europeu era muito mais liberal…ahan…e que a mulher deveria literalmente queimar o sutiã, andar com o cabelo ao natural e ser feliz.
Até com meus dentes implicavam! A mim, só me restava rir….
Ana disse:
Oi! Primeiramento gostaria de dizer que conheci seu blog há pouco, mas gostei bastante. E estou me sentindo muito feliz por nunca ter notado em meu departamento algum preconceito com relação à aparência da pessoas (a não ser quando falamos de gente que deixa de lado as regras básicas de higiene e/ou civilidade). Lógico que como seres humanos que somos, notamos o que nos parece diferente, para mais ou para menos, mas estamos falando de preconceito, de julgar a capacidade intelectual alheia (já que o assunto é a academia) por como é a sua aparência. Faço doutorado na área de química, e estou no mesmo laboratório há quase 10 anos. Não sou muito fã de maquiagem, saltos altos (na verdade tenho uma lesão grave no joelho que não me permite usá-los por mais de 1 hora), roupas muito chamativas ou diferentes. E para mim meu trabalho (sim, porque há 10 anos passo pelo menos 10 horas por dia neste laboratório) é um oasis, onde posso estar de tênis, uma blusinha qualque confortável por baixo do jaleco, porque aqui faz muito calor, uma calça jeans mais velha, afinal estou em contato com solventes e reagentes perigosos o dia todo e não vou expor roupas novas a tudo isso…. E mais, me sinto muito feliz porque aqui em momento algum fui julgada pelo meu peso, que é uma coisa que conta negativamente (em geral) fora do “meu” mundo acadêmico, digamos assim, pois pelo que eu li nos outros comentários em alguns lugares isto parece ser diferente. Aqui tem gente de todo jeito, com todo tipo de roupa, sapato, maquiagem, cabelo, peso, tipo de corpo e a única coisa sobre a qual chamamos atenção das pessoas à nossa volta é o uso do jaleco! Devo estar num lugar privilegiado. E este é o tipo de sentimento que tenho por todos os outros departamentos e institutos que visitei, congressos nos quais me apresentei, e acredito que a nossa própria atitude diante das coisas é o que mais importa.
Glauce disse:
Quando eu fiz faculdade praticamente não presenciei isso. Quando fiz faculdade de Computação não havia muitas meninas no curso – algumas turmas tinham 1 menina e 39 homens. Como a maioria eram homens, os amigos eram homens que normalmente se interessavam por mulheres de outros cursos, acredito que não ligávamos para isso. Mas quando fiz Direito, era notável que a maioria das meninas que faziam parte do centro acadêmico e se envolviam mais com projetos da faculdade não faziam questão de se arrumar muito, enquanto as alunas que mal iam na faculdade eram as que se arrumavam melhor. Talvez comece aí o preconceito, para não serem confundidas com essas “filhinhas do papai”, as demais adotam uma postura “não tenho pai rico mto menos tempo para bancar futilidades!”.
Pingback: depoimento: crocs e preconceito no mundo acadêmico | Placedelamode
Geovana Gambalonga disse:
Esse é um tema realmente complicado! Durante todo o Curso de Direito recebia olhares de reprovação por ser uma estudante humilde frequentando um curso altamente elitizado. Não era ligada em maquiagem nem em moda, simplesmente porque durante minha adolescência eu era esportista, e por isso adorava a praticidade, mas eu já dava pinta da minha personalidade usando uhas neon. Acabei me envolvendo com o meio científico e por isso esqueci do mundo durante toda a faculdade, so fui deixar essa imersão quando o conclui. Nesse momento descobri a maquiagem e a moda, mas também voltei a praticar esportes, então novamente vivo em contradição. Porque simplesmente os esteriotipos não associam esportes a maquiagem e moda, ou devemos andar ao natural ou peruas, é como se no esporte eu fosse a intelectual bem abastada intrusa e no profissional a humilde esportista que não pertence a elite. Então, não posso querer as duas coisas?? O que tenho aprendido é adpatar itens de uma esfera na outra, enfrentar os preconceitos, não temer, pois tudo o que consquistei foi com meu próprio suor, ainda mais porque acredito no poder das mulheres em quebrar essas barreiras, e sim, sou feminista e me orgulho disso. Hoje uso maquiagem, jogo futebol, sou advogada, continuo minhas leituras cientificas e também continuo acompanhando os blogs de moda e maquiaguem e nisso tudo descobri um mundo novo, mto mais informação para me armar contra os preconceitos. Além disso desejo força a todas as mulheres que desmonstraram suas opiniões aqui porque graças a nossa resistência, a sociedade está sendo alterada.
Joy disse:
Sensacional!
e amei a frae do fim do depoimento “as que se vestem como homens”
é, sim, muito machismo e muito “limitadismo” (não existe, eu sei hehe) pensar que pra ser inteligente tem q ser feia, e bonitas fazem teste do sofá. pra mim, a academia que exclui não é academia de verdade, querer viver numa ilha é atitude segregadora que não tem nada a ver com movimentos pela união, igualdade e democratização do saber.
faz parte de gente que quer ser detentora de todo o conhecimento (até pq acha q tem todo) e precisa justificar a aparencia e a insegurança diante das pessoas arrumadas e cuidadas com o discurso “sou foda, não tenho preocupção com meu exterior”
enfim, rende um comentário enorme, mas excelentes texto e depoimento.
:*
@itsmeanapaula disse:
Eu sou estudante de moda e nunca fui levada a serio em nada que diz respeito da minha vida. Sempre fui tratada como a gurizinha mimada, sou loira, tenho olhos claros (assim como a guria do depoimento), a unica diferença é que nunca andei SÓ de preto como ela diz no depoimento. Sempre fui bastante futil com relação a roupas, sapatos e tal. Só que as pessoas tem mania de relacionar aquelas que se vestem bem com ignorância, burrice. Acho isso muito ridiculo, não é só porque sou loira e ando arrumada que quer dizer que não tenho cerebro. Me considero inteligente, adoro ler, sou até um pouco cult ás vezes.. mas, eu tenho meu lado ‘médico e o monstro’, gosto de me arrumar, de me maquiar e sou super ‘shopaholic’ e eu sou obrigada a me envolver com a moda, porque é meu meio de trabalho e ME ORGULHO muito disso.
Lembro que quando me perguntavam ‘o que tu quer fazer na faculdade?’ eu respondia ‘Design de moda’, as pessoas já olhavam torto e davam risadinhas. Tipo, ‘estudante de moda = fútil’. Acho que temos que quebrar muitos tabus ainda, a sociedade em pleno sec. XXI continua tendo mentalidade fechada e não muda.
Fernanda disse:
Eu sou advogada, estudei em universidade federal e olha, tive experiências bem diversas.
Durante a adolescência, me vestia de preto, aquela coisa rocker e tal, quando entrei na faculdade (primeiro cursei administração), passei a suavizar o visual e digo que as pessoas foram um pouco mais receptivas, sabe, acho que a aparência rocker despertava mais comentários “maldosos” do que a suave que eu comecei a andar.
Aí, saí da administração, entrei no direito, mas mesmo assim não era 8 ou 80, tinha gente que se arrumava bem (porque estava em semestres mais avançados e estagiava em escritório), tinha gente que ia “normal” (porque só estudava mesmo, e tinha gente assim do 1º ao último semestre) e tinha gente que andava meio “mendigo” (porque não estava nem aí mesmo). Eu comecei a me arrumar cedo, digamos, porque no 2º semestre já consegui um estágio num escritório grande, e notei que isso passava certo respeito aos meus colegas e até professores, ou seja, se eu tinha conseguido um estágio, tinha que me arrumar mesmo, e isso significava, de certa forma, que tinha meus méritos, por justamente estar trabalhando. Tive esse sentimento durante todo o curso, sabe.
Quanto às professoras mulheres, tinha uma muito renomada que se vestia como homem (e eu acha horrível, nem o cabela ela penteava, devia ser para tentar uma imagem intelectualóide), tinha umas que se vestiam muito bem, inclusive maquiadas, algumas eram muito boas, outras não. Mas nunca foram julgadas pelos meus colegas pelas roupas ou pela maquiagem, o critério, a meu ver, era muito mais o conhecimento que tinham, a experiência na disciplina que ministravam, os comentários que faziam, etc, nunca a cor do batom ou do esmalte que usavam.
Aliás, há uma cientista política, Hannah Arendt, que escreveu sobre muita coisa legal (filosofia, autoritarismo, condição feminina, dentre outros) e que tinha a idéia de que não basta sermos o que somos, temos que “aparentar” sermos o que somos, temos que cuidar da nossa aparência, temos que passar uma idéia não só de asseio, mas de cuidado pessoal, porque isso se estende para os outros campos de nossa vida.
Bom, ficou meio grande, mas a idéia que eu queria passar é que nunca fui julgada menos competente por me arrumar ou usar maquiagem, talvez porque trabalho em uma área mais formal, talvez porque nunca prestei muita atenção em comentários negativos.
Tenho certeza que as outras pessoas sempre nos julgarão por alguma coisa, seja por nossas idéias, seja por nosso estilo de vida, seja por qualquer outra coisa.
Mentes pequenas podem julgar pela aparência, mas também não servem de qualquer parâmetro para a nossa vida.
Eu é que não vou levar a sério uma pessoa que reduz os outros à roupa ou à maquiagem, ou a qualquer outro atributo dessa natureza.
Advogada® disse:
Como várias pessoas disseram acima, no meio jurídico, o preconceito é exatamente o oposto: quanto mais esculhambado o visual, mais difícil sua vida será. Estudei em Universidade Federal, reduto elitizado (na minha época era, agora não sei se mudou com as cotas), e entre as calouras até tinha uma certa diversidade – tinha riponga, largada, as mais humildes, as normais e muuuuitas patricinhas. Mas com o passar do curso, e a necessidade de se arrumar estágio e emprego, quase todas acabam tendo que se enquadrar no padrão “arrumado careta” da área. Eu não reclamo, porque eu gosto do estilo, e acho muito melhor estar mais bem apessoado que parecer que veio da guerra. Mas não tem jeito: é muito difícil alguém que não curta, ou aceite esse visual ir pra frente no mundo do Direito. O povo olha torto mesmo pra gente desleixada, até os homens precisam entrar em certos eixos (cabelo cortado, ou no mínimo preso, se for grande; barba feita, terno….). Lembrei de uma certa autoridade, ocupante de um cargo importante, que vai contra o sistema e se veste meio emo, meio rocker, de cabelo rosa, saia de tule e coturnos. A mulher já tem alguns anos de carreira, mas até hoje ouve piadinhas e comentários maldosos sobre o visual dela – até de menina do RBD já chamaram! E fui num congresso recentemente que demonstra como a coisa funciona: entre centenas de participantes, só vi 2 pessoas pouco arrumadas (claro que eu não era, né? Até meia-calça eu botei!): uma colega minha, que era daquelas comunistas militantes do movimento estudantil na época de faculdade (mesmo assim, estava de terninho, apesar do chinelo de dedo) e uma pessoa com um cabelo a la Vanessa da Mata, que foi prontamente apelidada de “bruxa do leste”….Como se diz por aí, cada um com seus pobrema: o da leitora é se arrumar demais, o nosso é se arrumar de menos. Tudo depende do ponto de vista.
carol disse:
Amen, sister !
Em faculdade pública quem se arruma muito tomada como patricinha fútil! ninguém quer saber se eu leio Kant enquanto faço hidrataçao. rsss
Carol disse:
Sempre acho que enqto estou estudando não custa nada passar um creme no cabelo!
cursos profissionais disse:
Não estou muito de acordo mas..
Naty disse:
Olá!
Então, passo por uma situação relacionada…
Todos nós sabemos que passamos bem mais tempo no trabalho e faculdade, do que saindo ou fazendo coisas que gosta. Então chega um momento, que você vê que suas roupas “de sair” estão todas empilhadas no armário. Você decide se dar o luxo de ir trabalhar com elas de vez em quando, se produzir mais, mesmo que não vá sair depois… é só pra se sentir bem com você mesma, bonita!
Quem não gosta de se sentir assim?
E então, o que você escuta de todos no trabalho/faculdade?
“uhhl, hoje tem, hein?” “Ta pronta pro crime, hein? O que vai fazer hoje?”
Puxa, só podemos subir no salto se formos sair pra alguma balada?
Só podemos nos maquiar se tivermos alguma festa programada?
Machismo, né?
Carol disse:
DCNL, como sempre ótimo post e com assunto pertinente.
Devo dizer que eu faço parte dos “preconceituosos às avessas” – sou totalmente contra pessoas andarem de chinelo, camiseta regata e bermuda de tactel num ambiente de trabalho. Tendo feito faculdade de Economia e mestrado em Política, eu aprendi que para ser ouvida preciso estar alinhada. E vejam bem, digo alinhada; não precisa estar com it bolsa no braço ou terninho YSL. E vejo que isso não é tão somente um preconceito, tem um embasamento teórico.
Quem fez psicologia sabe que nosso inconsciente trabalha pelas vias mais tortuosas pra pegar peças na gente. E uma pessoa que se veste com um pijama pra ir trabalhar (ou já estava com ele desde a noite anterior) não vai render como uma pessoa que se vestiu para o trabalho. Sei disso porque trabalho de casa e nos dias que resolvo ficar de pijama pra ficar “mais confortável” a preguiça sempre bate e eu faço muito menos que deveria.
Claro, há exceções para tudo. Mas convenhamos que “ser exceção”, como a expressão já diz, não é o caso da maioria. E o inconsciente trabalha da mesma forma para quem está trabalhando com essa pessoa desalinhada – ninguém leva a sério umcompanheiro de trabalho que resolve aparecer como se estivesse indo à praia ou tomar um chopp com a galera, mesmo que as pessoas saibam que esse companheiro é o mais produtivo/inteligente/batalhador da empresa.
Tendo dito isso, me impressiono cada vez mais com o preconceito contra quem é bonito ou se arruma, se cuida, se embeleza – especialmente no ambiente acadêmico. Meu marido é PhD em Finanças e tanto ele quanto eu temos cara de novinhos (apesar de já estarmos com 31 e 30 anos, eu tenho consciência que a gente aparenta ter 24, 25). Ele trabalha como professor em uma universidade aqui em Barcelona e eu trabalho com consultoria de moda. Posso relatar coisas que já ouvi aqui em relação a preconceitos por nossa aparência em geral:
– nossa, vocês são brasileiros! Mas são tão branquinhos! (ele é loiro de olhos claros e eu sou branca que só e de cabelo castanho);
– você é professor ou é aluno……..? (umas cem mil vezes, as pessoas não acreditam que ele é professor porque aparenta ser novo);
– você fez mestrado em Política?!?!?!?! (depois de saberem que eu trabalho com moda – porque obviamente eu não posso ser inteligente e gostar de moda);
– você tem 30 anos e é casada?!?!?!?! e casou com 27 anos?!?!?!?!?!?!?!?! (porque aqui as pessoas se casam, no mínimo, com 35… antes elas tem que se dedicar as suas carreiras exclusivamente);
– você trabalha???? (porque eu sou “nova” e casada, obviamente casei pra “embolsar” um marido e viver do dinheiro dele)
– você é professor de finanças?!?!?!?! (normalmente pergunta destinada a ele quando não está de terno e fora do ambiente de trabalho, porque ele se veste que nem um brit rocker);
– nossa professora de espanhol nos recomendou que meu marido andasse SEMPRE de calça social – mesmo fora do trabalho – porque ele “é professor e pode encontrar com algum aluno na rua”, e que eu andasse sempre “arrumada”, pois sou esposa de professor.
Isso sem contar que eu já tomei cantada de professor que trabalha com ele, nós demoramos quase dois meses para conseguir alugar um apartamento porque as pessoas aqui não acreditavam que ele era professor (sei lá se era porque aparentávamos mais novos, se porque não nos vestíamos como “o papel” mandava ou se porque não sabíamos falar bem o espanhol na época), já ouvi muito “mas você é novinha, se preocupa com isso não” para problemas relacionados a trabalho (como se eu tivesse “tempo” na minha carreira/vida de sobra pra resolver as coisas depois), as esposas de professores parecem troféus a serem expostos (os comentários rolam soltos sobre aparência, beleza e “se cuidar”, mesmo na frente de outras esposas)… a lista é infinita.
O mundinho acadêmico é tão fútil e ligado a aparências quanto qualquer outro. Pra mim consegue ser pior do que o mundo da moda por dois motivos: na moda já esperamos que as pessoas pré-julguem pela aparência, e no meio acadêmico as pessoas deveriam prezar somente a inteligência, não as roupas. Sejam elas “desleixo arrumadinho” ou “terno de primeira linha” (no caso das business schools, de economia, direito, etc). Triste.
Paulinha disse:
Acho triste, muito triste, quando as pessoas encaram as coisas sempre em opostos. Se você gosta disso, não pode gostar daquilo, se entende de um assunto, não pode entender daquele outro, e bla bla bla, aquela velha história (hipócrita) de que a gente sempre tem que escolher um lado (?). Como se houvessem lados a serem escolhidos.
Milhares de informações chegam até nós todos os dias, dos mais variados assuntos. Obviamente a gente não deve esperar que as pessoas sejam divididas em categorias, né? Aquela é assim, aquela é assado, ah, como se não não compartilhássemos de gostos e desgostos.
Acredito, principalmente, que não deve rolar preconceito de nenhuma parte: nem de quem acha que livros estão distantes de maquiagem, quanto quem acha ‘desnecessário’ esse ‘cuidado’.
Porque, afinal, é tudo uma questão de gosto e, já dizia o velho ditado, gosto não se discute.
E parabéns a DCNL pelo ótimo post ;)
Mia disse:
SENSACIONAL! PERFEITO! PARABÉNS POR ENFRENTAR A QUESTAO! SÉRIO…obrigada, Mi
Iara disse:
Nossa, eu gostei demais! Nada mais real. Patrulhamento é um lance muito chato, seja em qual direção for. Sei que o foco do post é sobre o preconceito contra quem se veste bem, mas senti nos comentários alguma “revolta” contra quem não liga pra aparência, como se necessariamente essas pessoas estivessem tentando provar alguma coisa. Numa boa, mas tem gente que curte se “produzir”, e tem gente que não curte. Simples assim. Acho que há gente no ambiente acadêmico que tem preconceito contra quem se arruma, mas acho que tem gente que só acha um alívio não precisar se arrumar. Respeito à diversidade, minha gente.
Alline disse:
Nem me fale, entendo perfeitamente o que ela está falando.
A um tempo atrás estagiei numa cia de teatro. Trabalhava em uma função que era predominantemente masculina, o meu mentor nesse estágio,um dia em suas aulas disse que nós mulheres não deveriamos esquecer que eramos mulheres e não querermos nos tornar homens.
Mas infelizmente essa não era a mentalidade do diretor da cia. Na hora de escolher entre a que tinha experiência e tinha uma aparência feminina, e aquela que era super novata e aparência masculina. Adivinha com quem ele ficou?
Nessa função, se tem preconceito com quem se arruma é delicada. Acham que pelo fato de nos preocuparmos com essas futilidade, não seremos capazes de desempenhar um função que antes era masculina pelo simples fato que na maioria das vezes as mulheres querem ser atrizes e não bastidor.
As coisas mudaram, mas os preconceitos ficaram. Aceitaram as mulheres, mas só aquelas que lembravam os antigos donos da função!!
lilistahr disse:
Ai, este e-mail poderia ser meu, só muda o “universo”. Sempre gostei de me vestir bem, usar salto, maquiagem etc. assim como sempre tive amigos de tribos variadas. E apesar de não ser do tipo rock and roll, muitos dos meus amigos são. Do estilo que ouviram Ramones e The Doors toda a adolescencia. E meus amigos de verdade nunca me julgaram pelas roupas, mas como vivi muito nesse meio(e em vários outros tb) já senti muito preconceito. Tipo: o que essa Patricinha faz aqui? Por isso mesmo sempre brinquei ser a Pati dos malucos e a maluca das Patis. O mais engraçado disso tudo, é que eu nunca fui rica, nem tive metade das regalias que muitos desses roqueiros tinham. Os Mauricinhos eram eles! Porém vestidos com a camisa preta da banda, batendo cabeça nos shows e revoltados com o sistema. Quando comecei a namorar meu marido tb senti esses olhares tortos de algumas pessoas. Ele é músico, maluco de natureza, muito relax e totalmente diferente de mim. Éramos uma nova versão de Eduardo e Mônica. E bem sei que muita gente, tanto do “meu lado” quanto do ” lado dele” pensou que aquilo fazia tanto sentido quanto salsicha com sorvete. Mal sabiam eles que apesar de ter passado minha adolescência pulando carnaval em Salvador um dos meus livros preferidos tratava de Filosofia política, eu ouvia jazz e sonhava em poder ver algum trabalho do Dali de perto. Tudo por causa de um salto alto, um cabelo escovado e uma roupa elegante. O mesmo digo de algumas pessoas que fazem parte da minha vida, que me julgam desde apareci com o primeiro namoradinho(aos 15 anos) com 10 tatuagens no corpo até quando resolvi me casar com um pai de uma menina de 4 anos( na época) , músico, bohêmio, “sem futuro”. Preconceito já faz parte da minha vida desde sempre, e para falar dele seria necessário contar minha história que não é pequena. O resumo é que por conviver com isso há tanto tempo, aprendi a ser eu mesma sem restrições. Não tenho paciência de criar um personagem para cada situação, cada micro mundo que faz parte da minha vida. Sou eu ! É mais fácil e simples desse jeito. Com o tempo os céticos de boa alma enxergam com eu sou de verdade. Os cabeçudos se afastam antes disso e eu acho é bom. Evita fadiga . Porque eu é que não vou perder tempo dando aula e batendo martelo para abrir a cabeça desse povo que já é tão intelectual e sabido. Se eles já sabem tudo, uma burrinha que perde tempo com o esmalte da estação vai ensinar o que a eles? bjs!
maripimentinha disse:
Olá De Chanel, tudo bem?!
Parabéns pelo seu post, aliás , a menina que também que teve a coragem de divulgar seu problema no mundo acadêmico. Sabe, é a primeira vez que posto um comentário aqui, andava meio sem coragem(¬¬*).
Enfim, vejo este mesmo problema na universidade onde estudo. Por estudar em uma Escola de Belas Artes, noto que , por incrível que pareça, existe um preconceito deste tipo, sem tirar nem por. Existem professores ,tanto mulheres como homens, que não disfarçam seu olhar de desprezo por pessoas bem vestidas. Acredito que nesta questão também se encaixa um outro estereótipo, o financeiro. Muitos dos ” bem vestidos” são considerados filhinhos -de- papai(embora seja verdade em grande parte dos casos), fúteis, ocos, ainda mais porque a universidade é pública. As pessoas , que se vestem de maneira dita alternativa( não nego que até gostei e me identifiquei com este estilo), discriminam meninas que se cuidam , se maqueiam. Por causa de uma ou outra, que se porta de maneira fútil, ocorre logo uma generalização. As vezes , até nós mesmos , fazemos isso, sem querer.
Como você também tinha citado, há também o tradicionalismo, no caso do local onde estudo, só tem acumulado atrasos. O corpo docente não se abre para novos horizontes. Na realidade, gostam do elitismo.Existe um falso senso de superiodade, em relação aos seus alunos. O fato de um aluno, muitas vezes , ter uma opinião mais consistente que a de um “doutor” é visto como um insulto. A aparência é pré-determinada, qualquer coisa que fuja do “padrão intelectual” (óculos, camisa polo(homens) ou listras verticais(mulheres), calça jeans ou social), é mal vista, posta de lado, ou até mesmo excluída.
Desculpe, se meu comentário ficou enorme, é que me indentifiquei com esse caso, mesmo me vestindo estranhamente …rsrs! Apenas acho que isso também não deveria existir em uma faculdade.
Beijos!
Gisele disse:
Engraçado… Eu nunca, nunca mesmo, percebi esse tipo de preconceito na faculdade. O que via sempre – e ainda vejo – são as “arrumadinhas” fazendo piadas e destratando o “povo das crocs”. Perdi a conta de quantas vezes olharam torto pro meu all star sujinho. Vai entender…
Bruna Varotto disse:
poizé gisele, eu também ja passei por isso!
creio que o inverso também é verdadeiro, DCNL. sou formada em odontologia e durante a faculdade se assumia uma postura considerada “desleixada” chamava a atençã.o “essa menina não se cuida não???”.
quando acordava animada e fazia escova no cabelo, trocava o all star por sapatilhas e etc também chamava a atenção. “meu deus, você se arruma??!!!”
as tatuagens e corte de cabelo também ja renderam e infelizmente ainda rendem desaprovações.
o buraco é mais embaixo. até que ponto é válido você seguir o que esperam de imagem pessoal para a sua profissão?
será que os pacientes confiariam menos em mim se vissem o antebraço fechado? será que pacientes meus resolveriam trocar de dentista se soubessem que sou tatuada?
será que alguém da área de artes e comunicação perderia trabalhos por ser considerado “careta” se não tiver tatuagens?
e se o seu dentista te atendesse de coturnos?
ainda acho que, culturalmente, a imagem que passamos deve coincidir com o cargo que temos/profissão que exercemos. evito aparecer na sala de espera com blusas regatas. sempre uso o jaleco por cima. embora discorde.
será que assim ajudo a perpetuar essa mentalidade??
por favor de chanel! mais um post!
=**
Rossana disse:
Sou do meio científico-acadêmico e concordo, em partes, com o depoimento. Fiz mestrado e Doutorado na área de Oncobiologia e em grande parte do tempo meu estilo foi considerado “patricinha” demais para o ambiente. A maioria das pessoas desse meio não liga muito para o visual – mas acho que isso é um pouco entendível: não dá para andar de salto fino e blazer enquanto você faz um experimento utilizando material biológico perigoso. A verdade é que, como a DCNL falou, no meio acadêmico não existe um “dress code”, e por isso cada um se veste da maneira que gosta – e o modo de vestir acaba não representando o poder que a pessoa tem. Eu acho um desleixo exagerado ministrar uma conferência usando papete e bermuda jeans, mas já vi laureados do Prêmio Nobel fazendo isso – o que não desmereceu os caras em nenhum aspecto!
Outra verdade é que a moda é considerada uma enorme futilidade nesse meio (é raríssimo achar alguém que saiba o que é uma Birkin). Mesmo que eu tivesse muita grana (o que é bem difícil para um mestrando ou doutorando), iria me sentir totalmente deslocada andando de ankle boots Louboutin e carregando uma Alexa pelos corredores quentes e cheios de infiltrações da Universidade.
,,, disse:
crocs é legal
Andreia disse:
Tb sou do meio científico-acadêmico e concordo, em partes, com o depoimento. Acho que se a pessoa se sente bem em usar havaianas e bermuda rasgada, tudo bem.. eixa ela viver a vida dela, quem sou eu para falar… Mas recriminar uma pessoa que se arruma, se maqueia, acho isso ridículo. Dou-me como exemplo, minha área de atuação é em Matemática Superior, área esta predominantemente masculina, i.é, com pouquissimas mulheres… Quando comecei a cuidar de mim, estava no mestrado, se eu passava um rímel td mundo tirava onda, se usava um salto tb falavam… Sei que a maior parte desse povo não liga muito para o visual, sei tb que moda é futilidade para esse meio… mas vou fazer o que??? Não vou ter uma produção acadêmica menor só por causa de gostar de me arrumar e estar maquiada. Tudo isso é a “superioridade do ser humano” atrelada a pré-conceitualizar tudo e todos.
Andréia disse:
Me identifiquei muitíssimo com o post e falo pra vocês que eu já sofri muito desse preconceito até em casa viu.
Minha mãe sempre foi esse tipo: intelectual, inteligentíssima, que não liga pra aparência. Minha irmã mais velha seguiu o mesmo caminho e aí nasceu a ovelha negra aqui!
Sempre fui primeiro lugar na escola, mas ao contrário da minha irmã, nunca sentei na primeira carteira e andava com as meninas mais patricinhas da escola. Preferia andar com ela do que com as “inteligentes”. Não sei porque a maioria das pessoas inteligentes que conheci são tão arrogantes e pretensiosas. E o pior é que não vêem isso e se acham perfeitos. Claro que nem todos são assim, mas infelizmente cruzei com várias pessoas assim na minha vida. Como isso é uma coisa que eu tenho pavor, nunca me atrairam essas amizades. Minha mãe já chegou a perguntar porque eu não andava com pessoas com mais “conteúdo”. Quanto preconceito!!
Desde pequena sempre fui muito ligada na aparência: tenho um xodó absurdo com o meu cabelo, parei de roer unha com 9 anos de idade porque achava feio unha roída (só quem já teve esse péssimo hábito sabe o quanto é difícil parar, ainda mais pra uma criança) e sim, na adolescência cheguei a chorar porque minha unha tinha quebrado um dia antes de eu ir pra uma festa. Futilidade extrema chorar por causa de unha? Ridículo? Sim, hoje vejo isso. A gente cresce, amadurece e vê o quanto adolescente é dramático! hahaha
Mas minha mãe e minha irmã nunca entenderam a minha vaidade. Minha irmã me chamou de burra e fútil várias vezes pra me atingir (briga de irmã, depois de meia hora passa! :D), mesmo sabendo que eu sempre fui uma aluna exemplar (e sempre valorizei isso), que sempre gostei de ler, de entender o funcionamento das coisas. Aliás… Eu estudava e estudo até hoje muito mais do que ela. Sou viciada em estudar, se é que isso existe. Amo ler. Até a minha mãe que sabe o quanto sou estudiosa muitas vezes me critica e diz que aparência não importa, o que importa é a inteligência.
Poxa, os dois importam! Uma coisa não exclui a outra.
Estudo em uma federal e em uma particular e já senti preconceito, principalmente na federal, por ser arrumadinha. As pessoas julgam, não chegam perto, excluem e depois se sentem revoltadas quando a professora elogia algum trabalho que fiz ou artigo que escrevi. Ficam olhando de cara feia. Acho bem feito! Adoro ser melhor sucedida do que essas pessoas que me criticam, dá um gostinho sabe?
Eu não saio falando pra ninguém das minhas vitórias, do meu “currículo” e dos livros que li a não ser quando é necessário e pertinente. Sou tímida e discreta quanto a isso. Acaba que o que chama atenção mesmo é a aparência. Acham que sou burrinha. Eu fico só rindo por dentro. Ás vezes a pessoa está falando a maior bobagem, ignorância mesmo, eu pensando: “caramba, como que essa pessoa tá falando esse absurdo??”
E a pessoa ali, achando que tá abafando. Gente medíocre é foda. Depois a burra sou eu né?
Mariana disse:
conheço por dentro essa sua experiência, palavra por palavra.
uma vez, li numa equivalente da capricho que usar roupas com manchas era sinal de falta de auto- estima. aquilo foi um choque: eu tinha uns 12 anos, minha mãe estava fazendo doutorado e aquelas palavras da revistinha boba faziam muito, muito sentido.
sinara disse:
Parabéns de Chanel! mais um post super interessante!
Em todas as áreas existe preconceito, todo ser humano julga e critica quem/o que é diferente de si… isto acontece na moda, nas religiões, no meio acadêmico… vejam o bulling, na mais tenra idade começa o preconceito…
Roberta disse:
Também me senti retratada neste depoimento! Explico: apesar de fazer parte do mundo jurídico, como muitas outras aqui, eu abandonei a prática para me dedicar à pós-graduação e aos concursos. E no meu curso, por ser mais voltado para magistratura, as piadinhas e “viradas de olho” para quem se arruma são as mesmas. Já tive até que ouvir risadinhas de meninas comentando em alto e bom som, para quem quisesse ouvir, que pessoas que perdem tempo passando rímel de manhã jamais conseguiriam passar para um cargo público (comentário devidamente voltado pra mim, que sou traumatizada por ter cílios muito loiros e jamais saio de casa sem pintá-los!).
Sem contar nas caras de espanto que eu já aturei de tantas pessoas ao contar que era advogada, como se o fato de ser loira e andar bem vestida automaticamente excluísse a possibilidade de ser inteligente.
Ao ler os comentário aqui só me foi possível chegar em uma conclusão: pessoas “tacanhas” e de mentes fechadas existirão em todas as profissões. E serão dirigidos a todos aqueles que fujam minimamente dos padrões. Resta-nos exercitar a paciência e provar a nossa competência profissional e acadêmica com o tempo.
Ju disse:
Adorei o post. São tantas as situações a serem avaliadas. Penso que cada um deve se vestir da forma que lhe convém. Mas, depois de ler vários comentários, penso que determinadas regras básicas também devem ser seguidas, afinal, vivemos em sociedade. Em um ambiente profissional, e aí se incluí o meio acadêmico, penso que determinados padrões devem ser seguidos. Aqui, a linha é tênue. Sou da área jurídica e por melhor que seja o currículo de um candidato a estágio, examino também a sua forma de vestir, falar, portar. Não é preconceito, mas um advogado, em seu exercício profissional, não representa a ele, mas a seu cliente. Não é por futilidade que becas e togas são exigidas nos Tribunais. Ali se faz uma representação, como em um teatro mesmo. Por isso me desculpe, ir à praia de havaianas até a um casamento (apesar de eu achar um desrespeito aos noivos) é uma opção pessoal, mas quando estamos falando de trabalho o foco é outro. Por isso, não recomendaria um aluno que vai às aulas de chinelo, boné, camisa rasgada e suja. Como também não recomendaria, alguém que usa saltos altíssimos, exagera nas jóias e perfumes. Elegância, senso estético, boa educação, pra mim, são requisitos essenciais para a construção de uma carreira e a faculdade é apenas a porta de entrada para esse mundo.
Dona do depoimento disse:
Quanta gente com o mesmo “problema” =O
Uma pena, preferia ser a única, mas pelo que li infelizmente tem isso em todos os meios e profissões.
Não falei no depoimento, mas outros alunos vivem falando, inclusive pra professores, que passo o dia inteiro fazendo compras na internet! Foram as compras na internet me fizeram terminar o mestrado em apenas um ano e ganhar minha bolsa de doutorado né?! Engraçado que as pessoas tão estudiosas e trabalhadoras que não tem tempo pra passar um hidratante no rosto ainda não terminaram a dissertação. Eu vejo a cara de algumas pessoas quando meu orintador me elogia na frente de todos, olham torto. Insinuam que consegui o que consegui por que puxo saco do orientador (sou muito amiga dele, a gente brinca muito e conversa de tudo) e que sou a preferida dele, tudo que peço pra ele, ele faz. Pelo menos com os professores não tem isso.
Por isso estou afastada dessas pessoas. Não saio mais com eles (ficavam o tempo todo falando mal do povo do laboratorio,de gente que fingiam ser amigos) e só falo o necessário.
Rossana disse:
Acho que uma parte desse preconceito (apesar de não ser justificável) deve-se aos valores miseráveis das bolsas de mestrado e doutorado. Eu acho um absurdo um profissional formado e qualificado a ponto de cursar um mestrado ganhar uma bolsa de R$1200!
Eu identifico dois principais grupos no meio acadêmico – ao menos nas 3 universidades públicas em que já trabalhei: os que são nascidos em famílias que têm condições de bancar o mestrado e o doutorado do filho (e que, portanto, não precisam se virar para pagar aluguel, alimentação, transporte, material didático e etc com a bolsa), e os que precisam se “virar nos 30” para dar conta de sobreviver! Para esse último grupo fica difícil entender que um colega use uma bolsa de R$ 2000, e por isso cria-se um conceito (preconceito!) de que acadêmico bom é aquele que dá a vida pela pesquisa, não se importando com futilidades como maquiagem e moda.
(Novamente, como afirmei no meu comentário acima, não concordo com isso, apenas tento compreender as razões de quem pensa assim.)
E o pior é que eu já ouvi de muita gente (que não tinha o menor conhecimento do meio acadêmico e das pesquisas de qualidade que são geradas através dos mestrandos e doutorandos) que “esses acadêmicos são uns filhinhos de papai que estão estudando às custas do governo!” Isso sim é triste!
Letícia disse:
MUITO triste. Sem contar que, na minha universidade, já vi muitos dos “filhinhos de papai” se passando por mulambentos pra ficar NA MODA! coisa surreal.
Dona do depoimento disse:
Nem me fale nessa bolsa! É muito pouco, deviam ter vergonha de pagar só isso pra um aluno que está contribuindo pro pais, publicando e o tornando reconhecido no mundo!
A minha bolsa sempre ficou pra mim, moro com meus pais, eles nunca me cobraram nada, mas tb não apoiam a pós, preferiam eu ter feito concurso. Mas também antes ia trabalhar de onibus, meu pai comprou meu carro e estou pagando a ele ainda, e o que sobrava gastava sim comigo. E ainda gasto.
E tipo, ninguém tem nada a ver com isso! Mas sempre faziam brincadeira que meu pai me sustentava, as mesmas que o papai deu carro novo e dava a bolsa de IC toda pra eles, as mesmas pessoas que são sustentadas pelo marido. Eu nunca teria feito mestrado sem bolsa, meus pais não poderiam me ajudar.
Mas voltando a bolsa, essa resolução de poder trabalhar com bolsa, sei não, parece mais recado do CNPq/CAPES que não vamos ter aumento tão cedo! E poxa, não temos direito a nada, se ficarmos doentes por causa da pós a gente que se vire, não tem direito a nada. Pra fazer doutorado tem que gostar muito e estar desempregado viu =P (pior que a maioria dos alunos de mestrado decidiu fazer o mesmo por que se formou e não tinha nada pra fazer =O).
Engraçado que minha mãe amou eu me arrumar e fica falando que cientista é tudo feio pq não se cudia, hahahahah =P. Minha mãe tem cada uma!
Letícia disse:
Dona do depoimento, a coisa (de ingressar na pós por falta de opção) tá assim mesmo e vai piorar. Afinal, não tem vaga de emprego efetivo pra todo mundo… todo e qualquer zé mané faz faculdade (não levem a mal, não estou falando de nível social nem nada do tipo) e, óbvio, o mercado não dá conta de todo mundo, até pq a maioria está saindo do curso com formação horrível. Aí chega a segunda parte do ciclo, que é a galera lotando em peso os cursos de pós graduação e, consequências: formação ruim, bolsas estagnadas e… desemprego, novamente. Se na época do meu avô, quem tinha curso técnico já tinha emprego garantido, daqui a pouco começaremos a ver doutores pipocando por aí… e concorrendo a cargos de técnico, por exemplo. A coisa vai ficar insuportável. Não digo que não se deva investir em educação superior de qualidade, mas o problema é investir SÓ nisso. O Brasil se tornará um país de universitários mal-formados e desempregados…
Rossana disse:
Realmente, essa nova medida do CNPq e da CAPES deve estagnar o valor das bolsas por um bom tempo! Eu acabei o doutorado há uns 3 meses e me inscrevi em vários concursos para docentes de universidades federais. Quando saiu a lista das inscrições homologadas, eu desisti de todos: o número de candidatos por vaga está absurdamente alto, e a maioria dos candidatos já tem vários anos de experiência após o doutorado! Resultado: comecei um pós-doutorado, para daqui uns anos ter alguma chance num concurso!
Tem que gostar muito mesmo de pesquisa, né?!
Natália disse:
Infelizmente, este tipo de preconceito acontece em todo lugar!
Ser julgada pelo que veste ou gosta, se você não se cobre de marcas ou se você adora carregar sua Louis Vuitton. Já vi este preconceito em vários lugares, principalmente neste mundo da blogosfera, tanto nos blogs que assumem o seu lado “fútil”, quanto por aqui!
Acredito que temos que seguir com o lema; “Contato que você não esteja prejudicando (e em alguns casos, ofendendo e desrespeitando!) ninguém ou alguma ocasião, seja você mesmo, use, aja, pense, blogue como quiser”.
Nos preocupamos muito com os outros, se eles pensam que somos isso ou aquilo, porque fazemos isso, fomos aceitos naquilo. A sua verdade vale pra você e nada mais importa!
Boa discussão!
De Chanel, parabéns, como sempre, pelo blog!
Flávia disse:
Sei exatamente do que se fala o post. Já passei por diversos tipos de preconceito, por ser mulher, bem sucedida, por ser nova, e por ai vai. Passei a me aceitar como sou e a perceber que não tenho que provar nada para ninguém. Uso a roupa que eu quero, a maquiagem que eu quero, e tenho a segurança para não me deixar abater com certos comentário, q sempre vão existir. Bjs
Ale disse:
Hello, DCNL, conheci ontem este site aqui. Não sei se alguém já indicou, pq não terei tempo de ler os comments. Academichic “A consortium of feminist academics, in the Midwest and Northeast, on a crusade against the ill-fitting polyester suit of academic yore. ” http://www.academichic.com/
Amélie disse:
De Chanel querida!
Sempre tocando no âmago dos corações.
E é tudo verdade.
Quando estava na faculdade eu parecia um ET, no meio do povo mulambento pois Artes é coisa de gente desprendida, desapegada, despreocupada!
Ahahahah, uma vez passando pela reitoria por estar de sobretudo e bota eu parecia uma aparição em meio ao povo de ciências sociais que fica jogando futebol com bola de meia, mas no fundo é um riquinho que acabou de ganhar o carro do ano!
E nas exposições que eu participei? Super trabalhada no glamour, de ter gente que não liga a artista à obra! AHhahah
Sou muito feliz não sendo mulambenta pra sempre!
Uso rímel, batom, blush presilhas, tiaras e tudo mais que eu quiser.
Ser inteligente não é sinônimo de desleixo fofas!
Ana Q. disse:
Acho que esse assunto merece mais debate De Chanel, já passei MUITO por isso!
As vezes passo por crises sobre “o que é certo”.. As vezes me acho contraditória por gostar tanto de estudar e por prezar me vestir bem e estar sempre com o cabelo arrumadinho e usando um corretivo que me deixa com a cara boa ( pra mim) e isso na verdade não me custa tanto.. Por isso faço, mas meus colegas costumam dizer que eu devo passar o dia inteiro me arrumando quando na verdade eu jamais teria paciência para isso, rs.
Sempre disse, dependendo do lugar que você está inserido há preconceito tanto por se vestir mal como por se vestir bem, hoje eu realmente faço o que me faz feliz, leio Dostoievski, folheando com minhas unhas sempre bem pintadas, não com o “azul” da moda, mas com o vermelho que sempre amei, rs…
Marília disse:
Super me identifiquei! Estudei em universidade federal e lá esse preconceito é elevado ao cubo! E agora fazendo mestrado na mesma universidade sinto que nada mudou! Não sei se é pela minha área, arquitetura e design, que agrega 85% dos largados da cidade, mas é f….!
Escrevi até algo parecido sobre isso aqui:
http://casacombo.blogspot.com/2010/08/sou-destribada-e-agora.html
Samantha disse:
Gostaria de dizer que me identifiquei MUITO com o desabafo. Querida acadêmica, YOU’RE NOT ALONE (musiquinha do Michael Jackson de fundo).
Realmente, no meio acadêmico as pessoas em geral não ligal muito para a aparência. Lembro de um jantar de abertura de um congresso que fui e gente, foi o maior fashion disaster do mundo. Também acho um porre aquelas pessoas que compram a Vogue e copiam todos os looks, mas gente, vocês precisavam ver como tinha gente MAL VESTIDA nesse jantar que fui. Sabe, era um jantar, um evento social, num local muito bonito (uma Marina!) e tinha gente vestida como se fosse fazer faxina (você captou muito bem!).
Minha relação com blogs de moda e maquiagem é igual a sua, Sra. Acadêmica (apelido para facilitar). Eu também gosto de ver, olhar as tendências e filtrar muita coisa. Dá para aprender muito, melhorar nossa aparência, ficar mais bonita, etc. Minha opinião é que o problema nem é exatamente no meio acadêmico, o problema é ser mulher. Por exemplo, vamos pensar no mundinho coorporativo ou então dentre advogadas. Se há uma mulher exuberante, com curvas, roupas bonitas porém discretas e salto alto…logo chama a atenção. Não estou falando de vestir-se como uma funkeira, estou falando de mulheres bem vestidas de terninhos e make impecável. Elas são julgadas também. Os homens e até outras mulheres pensam que mulher bonita e bem cuidada não pode ser inteligente. Julga-se muito pela aparência.
Na minha modesta opinião, vc tem que continuar fazendo as coisas que gosta, tem que continuar curtindo moda e vestindo-se de forma que a deixa feliz. Aos poucos, acho que meio que naturalmente, a gente conquista nosso espaço. Pode ser difícil, mas a gente tem que filtrar tudo, até o que pensam a nosso respeito.
Escrevi algo recentemente que tem muito a ver com isso: http://rapidinhasdasamantha.blogspot.com/2010/09/quem-gosta-de-moda-e-futil.html
Letícia disse:
Eu concordo… o “problema” é ser mulher. Algumas escolhem o dito “desleixo” para, inconscientemente, se parecerem com homens e assim “serem aceitas”. Algumas, que escolhem a vaidade e vivem em meio acadêmico ou algum predominantemente masculino, são logo vistas como “putas”… sem brincadeira. A mente de muitos homens e de algumas mulheres já logo objetifica a mulher que demonstra se preocupar com a aparência.
Perua que pensa disse:
Resolvi comentar com um codinome mas sou comentadora assidua do blog e a dona da laje sabe quem sou pelo meu IP.
Acho que o preconceito existe e é claro.
E ele existe em ambos os lados.
Inclusive nos comentarios desse blog.
Sou ex Dasluzete, trabalhei la por anos da minha vida e amo. Isso me torna uma perua futil com cérebro de ostra? não!
Eu leio muito, converso sobre política, futebol, religião e amenidades.
Se em algum dos inumeros comentarios que fiz aqui, eu tivesse dito quem eu era, tenho certeza que sofreria preconceito, antes mesmo de me conhecerem.
Ninguem conhece a minha historia e teria a impressão que o simples fato de ter trabalhado la me tranforma num ser insuportavel.
Não sou!
Sou super mãe, super esposa, super amiga, super familia, mas sim, adoro uma futilidades e tenho um problema quimico com bolsas.
Acho que o fato de usar uma bolsa que custou mais de U$1000 não define a minha personalidade, não define a maneira como eu trato o outro. Não me torna um ser desprezível e sobretudo não me transforma numa completa idiota.
Tenho amigos queridissimos e que são o oposto de mim, usam crocs, fumam maconha, assistem lançamento de curta metragem ou vão ao festival de filmes de algum país exótico. Deixam de ser meus amigos? Não! quando a gente se encontra a gente apenas ri das nossas diferenças.
O que me deixa trsite é o julgmento, puro e simples.
Você achar que pode conhecer alguem pela maneira como ela se veste.
Isso para mim é burrice e ignorancia pura. É medo de conhecer o outro e gostar.
Então, meu conselho para a moça do depoimento é o seguinte: um batom da Mac, um rimel bem colocado e um brinquinho na orelha não vão roubar lhe nenhum numero no seu QI, só vai te tornar uma pessoa que, alem de inteligente, é bem cuidada. E um pouco de vaidade não faz mal a ninguem.
Anônimo disse:
Sou obrigada a concordar com a leitora que fez seu desabafo. Estudei comunicação social na UNESP, em Bauru, e sofria constantemente com comentários e fofoquinhas sobre a minha “futilidade”. A maioria dos alunos (e professores) acreditavam que por estar em uma universidade pública precisavam se transformar em “bichos grilo”, andando com roupas não tão arrumadas, não tão limpas e nem sempre com as melhores condições de higiene (isso vale mais para alunos do que professores), para serem condizentes com sua nova realidade. Fui criticada por fazer minhas unhas semanalmente (em casa, diga-se de passagem), por ser adepta da chapinha (também feita em casa) e por usar saltos e roupas da moda.
Minha maior justificativa sempre foi que fazer as unhas nem sempre era uma questão de moda ou beleza, era uma questão de higiene, me manter limpa, com as unhas arrumadas e, porque não, com esmalte. E, que além de tudo, não ia para o salão semanalmente, fazia em casa, com as minhas coisas e a minha boa vontade. É UMA QUESTÃO DE CUIDADO!
As roupas apenas mostravam que eu me preocupava com minha aparência e os cabelos cuidados eram sinônimo de arrumação e não futilidade.
E que não era isso que me transformava em uma pessoa mais ou menos inteligente, mais ou menos estudiosa, mais ou menos capaz.
Me formei com nota 10, dada por todos da minha banca. Fui convidada a fazer mestrado (que não aceitei). Fui orientada por uma professora da minha banca de pós-graduação na USP a fazer mestrado, já que meu tema era pouco estudado até então.
Não quero me gabar nem parecer esnobe, mas isso prova que ser vaidosa e inteligente é completamente possível.
As universidades pedem tanto para que nos livremos dos preconceitos e das amarras e na própria universidade vemos tentativas de pré-julgamento considerando apenas a aparência.
Rosane Malet disse:
Fiquei chocada, acho que vivo em um mundo paralelo a tudo isso. Nunca imaginei que tivesse esse tipo de coisa nas universidades. Nunca reparei, sei lá. Sempre pensei que as pessoas se separam por grupos e afinidades, mas não imaginava que tinha tanto tabu quanto a ser arrumadinho ou não. Sei que existe preconceito, por que preconceito existe em qualquer area e por qualquer coisa que façamos, sempre tem alguem para julgar e criticar.
Acho isso tudo uma babaquice. Tanto as fashionistas esnobes quanto essas pessoas (até então desconhecidas por mim citadas acima)nerds alternativos preconceituosos, sei lá. Será que cada um desses gostam dos preconceitos que sofrem?? Esse é o problema, eu sofro preconceito, mas também tenho preconceito, entende?
Ninguém é perfeito. Estamos sempre prontos a julgar, acho que é o que melhor sabemos fazer. Dificil hoje em dia é encontrar alguém que não julgue, que não discrimine ou que não olhe torto pra alguma coisinha se quer, sem fazer alguma critica ou dar uma debochadinha básica.
Acho que qualidade hoje em dia nao é ser bem sucedido, vaidoso ou inteligente, acho que qualidade, qualidade de verdade deveria ser saber viver em sociedade respeitando as diferenças. Porque cada dia mais e mais temos que lidar com pessoas diferentes da gente, com gostos e modo de vida diferentes, não precisamos ser igual a elas por ter que conviver, mas temos que respeitar. E isso é o mais dificil.
Outra coisa, se fazer comunicaçao, ciência sociais e afins é sinônimo de inteligência por que tem tanta gente burrrra fazendo?? Pessoas vazias, que se acham o máximo, mas não sabem falar de política sem querer sair taxando de qualquer coisa, se quer tendo argumentos para aquilo que falam. Falam, falam, falam, mas não falam nada!!! Foi o que precenciei sabado de madrugada enquanto voltava de uma festa, um grupo de jovens, estudantes da federal do RS, ciencias sociais, fumando seu baseado básico, falando um monte de merdas adolescentes e criticando a política, sem argumentos nenhum, apenas dizendo que era tudo uma merda por que eles aprenderam pronunciar a palavra merda.
É claro que conheço pessoas que fazem ciências sociais e não são assim, são pessoas com argumentos, inteligentes, respeitáveis, mas também o nivel de maturidade é outro.
Assim como, se o mundo fashionista é tratado como futil porque teve pessoas que fizeram parecer assim. E todos os dias tem pessoas que alimentam mais ainda esse conceito.
Mas não acho que uma pessoa que se arruma é futil. Jamais! Sou extra vaidosa, e pra mim, eu penso que fui futil quando coloquei a vaidade em primeiro lugar na minha vida e fiz cagadas por querer ser alguem que eu não era. To pagando por isso, mas aprendendo. Erros são bons quando nos ensinam algo. Enfim, voltei a ser que eu era, alguém vaidosa, mas não fútil. Cheia de projetos e planos de vida que sei que darão certo. É dificil querer ser faminina sem ser vaidosa tchê!!! Sou super feminina, preciso usar um rimel, preciso usar vestidos, sou assim, gosto disto, se isso incomoda, se pensam que sou burra, faço que nem uma das meninas que falou ai em cima, dou risada por dentro. Ningúem pagará minhas contas ou fará as provas da faculdade para mim! Então não preciso provar nada a ninguém.
Cimboraaa ser quem a gente é! Sempre terá alguem que goste da gente e que nos respeita do jeito que somos. Pra que querer agradar o mundo?? Já diz aquele velho ditado: se nem JC conseguiu agradar a todos, quem dirá nós? Não é?
E mais uma coisinha pra finalizar: Vcs não curtem ser diferentes não??? Imagina que legal, todo mundo igual, sempre igual…e vc lá é diferente. As pessoas se sentem peixe fora da água, as pessoas deveriam se sentir bem com isso, mas não. Entendo que é dificil, mas vai… seria legal se soubessemos conviver com isso bem.
Quando comecei a fazer design de interiores, imaginei que fosse encontrar pessoas parecidas comigo ali. Realmente, encontrei. Era um monte de Ro pra lá e pra cá… bolinhas, cabelo vermelho, tatuagem… Mas também tinha as meninas do salto alto, da calça atoladinha, as periguetes, as metidas e chatinhas, as que iam de tenis e jeans e tá otimo assim… tinha muitas pessoas diferentes de mim também. Realmente não era o paraíso, a sala vivia em guerra, mas eu acredito que não era por causa da roupa que cada um usava, mas pela diferença das personalidades.
Bom, era isso. Meu recado é, seja que você é. Se isso incomoda alguém o problema não é seu, é dessa pessoa. Eu nunca mais caio numa dessas de querer ser algo que eu não sou pelo que os outros pensam. E to muito mais feliz agora.
Danielle Littera disse:
Eu sinto que há discriminação por toda parte. Eu gosto muito de usar preto, não porque seja depressiva, gótica ou qquer coisa do gênero, mas porque fica bem com minha pele branca, fica fácil de combinar com acessórios (não me sinto uma árvore de natal ambulante e cheia de estampas que não conversam) e eu me engano achando que o preto diminui a minha barriga, pois estou acima do peso.
Hoje em dia trabalho em um lugar onde já chegaram ao cúmulo de me “sugerir” mudar o estilo das roupas (pois eu uso calça jeans e às vezes all star), parar de usar o preto, pintar o cabelo de um modo mais discreto (tenho o cabelo pintado de ruivo), enfim…
No meu primeiro ano de trabalho, comprei várias roupas( com um dinheiro que não tinha) e investi em cores no meu guarda-roupa, usei muito salto (mesmo saindo com o pé todo machucado todos os dias, já nadava com um esparadrapo na bolsa, fazia parte das compras do mês na farmácia), tudo isso mesmo contra a minha vontade. Só não mudei o cabelo. Eu estava tentando garantir o meu emprego e achei que as críticas parariam por aí.
Lêdo engano…
Hoje, um ano depois do período citado, continuam falando do meu cabelo, das minhas roupas e passado o susto inicial, eu tratei de doar minhas roupas coloridas (das quais eu não gosto até hoje) e passar a voltar a ser quem eu era. Eu sou mais feliz de preto, seguindo todos os protocolos que eu mesma idealizei pra mim como sendo o que fica bem em mim.
Passei até a me animar a usar a maquiagem pra ir pro trabalho, porque fica mais suadável, mais bonitinho.
No ano passado, falavam tbm do meu trabalho. Diziam coisas horríveis sobre os trabalhos que eu apresentava para o 6o. ano (pasmem!), insinuavam que eu não era capaz, que eu não tinha “domínio de turma”, que eu era a única a reclamar de tudo, ( e como eu não conhecia ng na escola, acreditava nas asneiras que me contavam com um ar de superioridade para que eu desistisse de lutar) que eu era assim e assado.
Passado um ano, continuam falando. Só que hj há um reply. Hj eu respondo, eu uso a roupa que quero, eu me comporto como acho que deve ser, eu apresento os trabalhos como acho que deve ser, sem seguir todas as receitas errôneas que essas pessoas me passavam, passei a conhecer mais meus colegas e fazer alianças, mas corro o risco de ser demitida por causa dessa escolha.
É um risco que eu escolhi correr pra não entrar em depressão, pra não ter que que forjar todo o tempo ser quem eu não sou, só pra me adequar a um emprego (que me paga mal, diga-se de passagem).
E eu sei também que esse é um risco que nem todos têm condições de correr por causa das contas, das responsabilidades que temos, enfim, mas eu acho que no meu caso super valeu a pena. Eu sinto que o meu trabalho este ano está mais contextualizado, está mais possível, meus alunos me entendem melhor, meus trabalhos são mais consitentes, as redações saem com mais paixão e há envolvimento das pessoas nos meus projetos, conquistei o respeito dos meus alunos e colegas…
Pq será que eu sempre tenho a impressão de que quem chega a um cargo de chefia por aqui chega pq tem sempre um quê de canalha, de prostituição do próprio trabalho, do próprio exercício do poder, dos cargos? Pq eu sinto que há tanta desaronia nos corredores e dentro das salas de reunião parece que tá tudo bem? Pq eu tenho que mentir e demagogizar o meu próprio trabalho nas reuniões do meu colégio? Pq eu tenho que prostituir o que eu penso por causa de uns trocados?
Eu sou a única?
Beijocas
Danielle Littera disse:
Susi, que escreveu isto:
“Eu desisti da carreira acadêmica justamente por sentir que a universidade está pouco integrada com a sociedade e que se eu não fosse uma marxista alucinada estaria totalmente descontextualizada.”
Eu tô quase lá.
Andemos de mãos dadas.
Danielle Littera disse:
Tbm leio Kant enquanto faço hidratação! :)
Mari disse:
Nossa isso td é tão verdade! Faço mestrado na USP e muitos me julgam pq não vou para lá toda mulambenta hahaha
sabe que faço?
não to NEM AÍ
tds os extremos são ruins…
e tenho dito
MicheleB disse:
Interessante.
Eu já comentei neste blog, que sou do meio acadêmico.Fiz ciências sociais e minha pós foi em tecnologia. Cheguei ao pós-doutoramento. Devo admitir que não foi fácil.
Tive de engolir alguns sapinhos. Mas como sou muito bem humorada e saracástica…..
Descobri o funcionamento desse “meio” logo no início. Muita vaidade….e não é aquela que as mulheres cultuam não…
Eu sou vaidosa, gosto de pele bem cuidada, cabelos idem. Capricho nas roupas e prefiro ter uma bolsa de qualidade e bonita. Minhas mãos são meu xodó. Pinto minhas unhas, trato muito bem. Se não fui respeitada por ser assim??? Sempre me fiz respeitar. Como pesquisadora e como professora.Bom acho que devem ter falado muito nas minhas costas, mas na minha frente, ninguém teve coragem..pois a resposta era certa.
Lembro-me de algo digno de nota: quando comecei minha carreira eu não orientava, meus colegas me achavam preguiçosa, mas na verdade não gosto de orientar por orientar, se é que me entendem.. Um de meus colegas pediu-me para orientar um estudante dele, pois pretendia jubilalo, não aguentava mais, disse que era muito “folgado e porco” já estava nisso a 6 anos e ia estourar o prazo….. Pois bem, pedi que viesse falar comigo e veríamos..
Só para se ter uma idéia: ele era chamado por todos de “Dude”, o protagonista do filme “The Big Lebowski”, a quem ele cultuava como uma figura religiosa…
Só bermudas, óculos escuros na sala, cheiro de cerveja, cabelos ensebados…e outras coisas.
Quando veio falar comigo, expliquei exatamente como eu trabalhava…..e que era assim que faríamos, mas que ele poderia desistir naquele exata momento. Ele simplismente aceitou, não sei se no primeio momento achou que poderia continuar com aquilo, e passar mais um tempo na folga…Deixei claro que tínhaos feito um contrato e que eu cobraria sem dó. Foi o que fiz…ele terminou o trabalho em 13 meses. Não o via a algum tempo. Quando fui a Londres resolvi visitá-lo, pois está trabalhando lá. E para minha surpresa…continua bebendo muita cerveja, mas a aparência não era mais a mesma, cabelo cortado, calças, camisas socias, barba feita. Perguntei se o trabalho exigia tudo isso. E para minha surpresa ele respondeu que não. Mas que tinha de me agradecer, pois trabalhando comigo percebeu que esses detalhes não eram importantes, mas eram um respeito ao próximo. Talvez eu o tenha influenciado um pouco não sei…Ainda disse que eu nunca havia reclamadonde sua aparência , e que o fiz trabalhar feito camelo. Somos amigos até hoje, e ele faz uma bela carreira ….
MicheleB disse:
Estranho este comentário pareceu não entrar quando o escrevi, por isso fiz outro mais adiante. Só agora me deparei com ele aqui….poderia ter feito um só …mas sem problemas.
Letícia disse:
Nossa! Descobri o blog há um tempo e sempre venho dar uma olhada, mas só agora tive ânimo pra comentar… pq este post está basicamente falando da minha vida!
Eu odeio a maneira como as pessoas que são ou pretendem parecer inteligentes no meio acadêmico tendem ao extremismo e à hipocrisia… extremismo pq adotam posturas como essa, de radicalizar o próprio comportamento / aparência, coisa que não seria prejudicial e nem passível de crítica desde que não viesse atrelada à hipocrisia. Pq sim, muitos deles pregam o fim do preconceito e ao mesmo tempo agem de maneira extremamente preconceituosa e excludente; e muitos deles se alimentam apenas de aparência, usam esse tal “desleixo” de uma forma absolutamente planejada e proposital, numa espécie de “vaidade às avessas”, enquanto levam vidas de luxo e conforto, fazendo tudo aquilo que pregam ser “errado” ou “fútil”.
Sou universitária, de curso de exatas e me deparo frequentemente com essa mesma decepção que vc relatou no post: um ambiente que deveria ser um verdadeiro templo à diversidade cultural e ao livre pensamento acaba sendo uma prisão, um verdadeiro extirpador de criatividade em prol de um tipo de “modelo de inteligência”, coisa tão estupidamente artificial como um modelo de beleza – que é, por sua vez, tão odiado e combatido pelos acadêmicos.
Sinceramente, não sei mais onde buscar inteligência e tolerância… só encontro no mundo mediocridade ou fanatismo.
Samantha disse:
Muitos inclusive te “olham torto” se você tem alguma preferência, digamos, popular. Por exemplo, se você esporadicamente comenta algo sobre a novela das oito. Pronto, já te chamam de fútil, vazia, que acredita em tudo o que a novela diz (perceberam como pegam um fato isolado e já te julgam?)
Eu já passei por situações parecidas. Por ouvir, sei lá, Mariah Carey na sala dos alunos. O problema nem era a música que poderia de fato estar incomodando alguém. O problema era a música popular, da ‘moda’.
Em muitas situações, em ambientes acadêmicos, as pessoas querem tanto cultivar um estereótipo de intelectual ou de ‘diferente’, que fica uma situação MUITO forçada, uma hipocrisia.
Tenho até uma história engraçada. Conheci uma menina, na época da faculdade, que tinha vários CD’s de música erudita no quarto de sua república. Muitos, muitos. E dividiam espaço com CD’s de bandas e cantores alternativos. Bem, essa menina começou a ficar com um rapaz que havia estudado música. O rapaz viu os CD’s em seu quarto e começou a puxar assunto, perguntando sobre música, coisas bastante específicas. A menina não sabia responder nada. A colega de república dela, que era minha amiga, confidenciou que essa menina NUNCA tinha ouvido aqueles CD’s durante os 2 anos que dividiam apartamento.
Suze disse:
falou tudo. Meu deussss, como existe isso que vc falou! gente disposta a abrir mão do que realmente é pra nutrir aquele ar de ‘cool’, de diferente dos padrões, intelectual, especial, sei lá. Só que isso não passa de mais um ‘se encaixar nos padrões impostos’, sinto muito. Outra coisa é esse comportamente blase, por favor alguém me diz por que foi que isso entrou na moda e qual é o problema em ser simpático e amigável com as pessoas ao redor?
Essas pessoas que julgam as outras por serem mais arrumadas, patricinhas ou seja la do que eles as chamem são o cumulo da hipocrisa mesmo porque provavelmente eles odeiem as patricinhas porque supostamente são elas que julgam pelas aparencias mas na verdade os intelectualzões que estão cumprindo esse papel. Aguardo ansiosamente o dia em que qualquer tipo de preconceito em relação às aparencias vá acabar.
Letícia disse:
Chorei de rir com a história dos cds. Pior que é verdade! Na universidade, já presenciei uma cena linda: cara com camisa do Che, Karl Marx debaixo do braço, fumando baseado… e entrando no carrinho importado do ano. Nem preciso comentar o fato de dirigir sob efeito de drogas, né?
Não adianta, a aparência é o “mal do século” XXI. Pelamordedeus, mundo, deixe cada um ser do jeito que quer, sem necessariamente ter que parecer isso ou aquilo…
Kathia disse:
Como disseram aí em cima, De Chanel “tocando no âmago dos corações”.
Fui uma adolescente bastante complexada, até conhecer o mundo maravilhoso da maquiagem e escova de cabelo! Sério.
Onde faço faculdade, a maioria das pessoas vai vestida de forma simples. Eu estou sempre de roupa social, maquiada e com o cabelo arrumado, por causa do trabalho. Mesmo quando estou de folga, tento me arrumar e colocar maquiagem! Acho que isso não significa ser fútil, afinal, é possível ler literatura e filosofia maquiada, oras.
Mas realmente existe um preconceito contra mulheres que se arrumam. Azar dos homens, pois quem é bem resolvida mesmo não se importa com a opinião dos outros! Ou até se importa, mas disfarça e continua em frente!
Beijos!
landa disse:
Moro em uma cidade com 25.000 habitantes sofro preconceito, so pq me arrumo muito. acho isso idiota e acho horrivel pessoas que saem na rua vestidos como se estivesse em casa.
Ana Claudia Oliveira disse:
Devo concordar com tudo o que li aqui! Não li tds os comentários, são muitos…. rs Sou estudante de HIstória e já leciono, sempre estou maquiada, e procuro me vestir sempre, e algo que percebi é que isso contagia, as pessoas ao verem algo arrumado pra trabalhar ou estudar passam a se preocupar com a aparência delas, isso é muito legal!
Lógico que sempre encontraremos aqueles dispostos a te provar ser inutil se arrumar, mas cabe a nós nao nos deixar atingir!
Adorei.
Beijo
Sílvia Moreira disse:
Isso tudo é muito engraçado,vou pra faculdade direto do trabalho,então sempre troco só a blusa.como trabalho com saia social e saltão,e ainda por cima ando sempre maquiada,uma vez que no meu trabalho a maquiagem faz parte do uniforme( e eu amo me maquiar ).já mencionaram até de eu ser a rica (sou pobre gente) da sala,já me pediram até emprego(pode?),ou seja -Você é o que Você veste,fato! Você se comunica com a sua roupa mesmo não querendo passar aquela impressão.gosto de andar bem vestida,mais não dispenso uma camisetona rasgada em casa no final de semana.Muitos ainda tem aquela imagem de que pobre tem que andar mal vestido ou que não pode querer comprar algo melhor e tal,tudo pré-conceito,não vendo meu pão pra me vestir,trabalho muito e gosto de me sentir(vestir) bem sempre !
liz disse:
Estou muito feliz de ver esta discussão e saber que poso compartilhar algo que me incomodou durante tanto tempo. Sim, incomodou, porque hoje não incomoda mais. Durante o período em que cursei meu mestrado em uma Universidade Federal praticamente me auto-destruí para conseguir sobreviver diante desse preconceito que dita que quem é minimamente arrumado é também necessariamente fútil e burro. Nem sempre gostei de me arrumar, já tive inclusive minhas fases de certo desleixe. Com o tempo, mais para o final da adolescência e principalmente depois que me formei e comecei a ganhar meu dinheirinho, passei a cuidar melhor de mim e perceber a importância de estar bem consigo mesmo. Concordo que nem todo mundo precisa de blush e rímel para alcançar o bem estar e melhorar a auto-estima, mas que esses mimos ajudam alguns, ah, isso eles ajudam sim. Também gosto de fazer minhas unhas, de sentir que estão limpas e bonitas. Mas hah! As unhas, o fetiche das unhas. Parece que de todas as coisas que são alvo de desdém, o esmalte é o que mais incomoda os preconceituosos que julgam uma pessoa apenas por ela passar uma corzinha. E não precisa ser rosa fosforescente não. Basta um rendazinho qualquer para ser enquadrado no rol dos incapazes. Durante o início do mestrado fui aos poucos me deixando apagar, parando primeiro de fazer as unhas, depois andando sempre com os cabelos bem presos, usando sempre as mesmas e poucas roupas sem-graça. Eu me sentia péssima, mas ao mesmo tempo pouco à vontade para me vestir e me arrumar como gostaria. Estar diante de uma turma de 60 alunos já é difícil para quem é jovem e está começando a ministrar aulas. E ainda surgem essas picuinhas ridículas (principalmente por parte de alguns professores). Depois de certo tempo de auto-anulação e algumas sessões de psicoterapia, comecei a não dar importância para o que os outros achavam e passei a ser eu mesma em minhas produções – sempre muito discretas, mas bem arrumadas. Foi aí que percebi que não tinha nada a ver com algumas pessoas ao meu redor, que julgavam não só a mim, mas a todos que “ousassem” sair do padrão (silenciosamente) imposto por eles. Decidi após algum tempo que não queria continuar naquele ambiente e, após a defesa (concluída com honra), decidi dar outro rumo à minha vida.
O mundo é cheio de preconceitos. Tenho alguma experiência profissional e já convivi em diversos ambientes de trabalho: empresa privada, repartição pública, escritório autônomo. Em todos esses lugares, já sofri minimamente algum preconceito por ser nova ou por ser mulher. Mas nunca havia me deparado com tamanho julgamento e pretensão como na experiência do mestrado em universidade pública, justamente onde esperava-se exatamente o contrário. É impressionante como alguns acadêmicos se acham os Deuses, muitas vezes sem mérito algum. A intolerância e a arrogância reinam mesmo. Enfim, esse é o meu desabafo. Uma colega minha que vai dar aula de saltão e blush (ela é linda), certa vez, ao ouvir meu desabafo, disse que “isso era coisa da minha cabeça”. Felizmente, a dona do depoimento e DCNL podem nos entender e permitir nossa cumplicidade!
MicheleB disse:
Que interessante!!
Acredito já ter comentado aqui que faço parte do meio acadêmico. Sou formada em ciências humanas e realizei toda a pós – cheguei ao pós-doutoramento – em Universidade Pública. Parte no Brasil e parte na Europa e USA.
Sempre fui vaidosa, gosto de me vestir bem, maquiagem leve, uma bolsa bonita e de qualidade e tenho minhas mãos e unhas muito bem tratadas e pintadas. Elas são meu xodó!
Se não fui respeitada por isso? Tenha a certeza de que tive de engolir alguns sapinhos.
E explico: os acadêmicos são muito vaidosos, e não é a vaidade da aparência.
E digo isso de cadeira. Muitos alunos acreditam que quando passam pelo vestibular e conseguem uma vaga nas federais ou estaduais entraram em outro nível! Será?
Eu não acredito, pois não há correspondência direta entre memorização de conteúdo, inteligência e capacidade de reflexão crítica.
A propósito, há no meio acadêmico uma falsa identificação entre titulação e capacidade. O fato de o indivíduo ter o título de doutor não é garantia automática de que ele saiba tudo e, muito menos, que é um bom professor – no sentido didático e pedagógico. A suposta erudição demonstrada num texto ininteligível não é, necessariamente, uma qualidade intelectual; pode ser, simplesmente, pura afetação. A complexidade na linguagem muitas vezes caracteriza um exercício de arrogância, de pose acadêmica, relacionado à necessidade do intelectual em se firmar pelo status.
E digo isso de professores e alunos!!!! Muitas pessoas com quem já discuti essa questão dizem que eles não percebem o que estão fazendo. Será?? Para o estudante ou o colega que tem que suportar a vaidade desmedida, talvez seja o oposto que ocorra. Do ponto de vista puramente empírico, os que nos oferecem mais riscos são os que estão mais próximos!
E as pessoas sensatas talvez se perguntem: por que? Há, inclusive, a espécie de ingênuo que candidamente imagina que este tipo de comportamento é algo contraditório com o espírito culto que, em tese, permeia a universidade. “Como é possível?, se pergunta. Ele tem a esperança de que os colegas, através do diálogo e da persuasão, superem as influências nefastas que os fazem agir incivilizadamente. Como diria aquele personagem das histórias em quadrinhos: “Santa ingenuidade!!!”.
Observe-se que mesmo este tipo de ingênuo padece da mesma “espécie de moléstia profissional”: na essência sua postura é prisioneira de uma vaidade enrustida numa pretensa humildade; é uma atitude idealista, no sentido de que desloca a universidade – e os que nela trabalham – da realidade social na qual está inserida; é elitista porque, no fundo, se imagina como partícipe de um mundo constituído por seres especiais, dotados de moral e cultura superiores e capazes de escapar às futilidades humanas. Este personagem não se reconhece no mundo real e se escandaliza porque seus pares não representam o mundo imaginário do Olimpo. É vaidoso e talvez não o saiba porque lhe parece natural a vaidade de sentir-se superior!
Um grande passo para quem deseje se curar é voltar-se para si mesmo e… mudar de atitude. No mais é necessário muita, muita, muita paciência!
Se isso vai mudar?? Não. Foi assim em todos os ambientes acadêmicos que vivi e vivo.
Sou respeitada sim, pois me fiz respeitar. Falaram de mim??? Muito, só não o fizeram na minha frente, pois receberam a resposta certa na hora. Com muito bom humor e sarcasmo.
Pois digo mais, além de “vaidosos” são vingativos..
Letícia disse:
“E explico: os acadêmicos são muito vaidosos, e não é a vaidade da aparência.
E digo isso de cadeira. Muitos alunos acreditam que quando passam pelo vestibular e conseguem uma vaga nas federais ou estaduais entraram em outro nível! Será?”
Onde vcs se escondem? Não é possível que pessoas como vcs existam! Eu nunca encontrei ninguém que concordasse comigo!
Essa vaidade acadêmica é um (triste) fato… é incrível a quantidade de amigos que perdi desde que começamos a entrar nas universidades. Literalmente perdi, pois a pessoa não é mais a mesma… quando a vejo, noto que seu discurso mudou, suas maneiras mudaram, tudo… a simpatia desapareceu sob uma aura de “academismo inalcançável aos meros mortais”…
O pior de tudo é saber que muitas universidades aceitam e apoiam esse tipo de comportamento. Na universidade onde estudo, aliás, foi feita uma premiação no 1º dia de aula… o diretor do instituto em pessoa veio parabenizar os melhores colocados no vestibular, da turma.
Por essas e por outras, nunca senti nenhum orgulho de ser universitária. Sinto-me num ambiente repressor como nenhum outro havia sido antes, nem mesmo a escola… vejo pessoas batalhando por reconhecimento, sem antes pensar que para isso seria necessário trabalhar de verdade… vejo uma verdadeira muralha de repúdio à liberdade e à criatividade!
Samantha disse:
“Onde vcs se escondem? Não é possível que pessoas como vcs existam! Eu nunca encontrei ninguém que concordasse comigo!”
Eu também quero saber onde vocês se escondem! Aliás, um dos motivos por eu ter saído do ambiente acadêmico (além do cansaço mental e físico) foi toda essa afetação. Concluí apenas o mestrado.
Concordo com vocês duas inteiramente. E acho que essa vaidade consegue ser tão pior que a de aparência. Eu cansei de ouvir professor dizendo: “vc deveria saber isso, isso é TRIVIAL” e quando você vai ver o tema, nem é tão trivial assim. E então o aluno ouve isso e começa a repetir exaustivamente para os colegas, familiares e até para o dono do buteco.
Fiz uma faculdade de exatas. Principalmente nos cursos de física e calculo, sempre havia um aluno na sala que interrompia o professor para fazer observações que não tinham relação direta com a aula, apenas para DEMONSTRAR CONHECIMENTO. Tinha um que citava pesquisadores alemães desconhecidos e dizia: “e tenho certeza que todos aqui já ouviram falar e se não ouviram, deveriam ler a respeito”. Os demais alunos entreolhavam-se com cara de “quê?”.
Letícia disse:
Samantha, eu tb estou fazendo (estava, pq vou abandonar) um curso de exatas. Química. Pela maneira que vc descreveu, até parece que vc foi minha colega de turma… os alunos inconvenientes nas aulas de física e cálculo (e química tb), a palavra TRIVIAL usada de uma forma… hm… trivial, rs. Tudo tem que parecer “trivial” pra quem se acha gênio, ué.
Mas o problema é a gente, que “não estuda, só fica assistindo novela e pintando as unhas”… deve ser, né não? kkk
DE BIRKIN NO PLAZA! disse:
http://queenbitchh.tumblr.com/ !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
to dando muita risada nesse tumblr. tinha que dividir!!
Ana Carolina disse:
Sempre gostei de surpreender aqueles nerds que olhavam torto pra mim, pq meu cabelo era bem arrumado e minha maquiagem não estava borrada. Existe o mito de que mulher bonita tem que ser burra, ou que mulher inteligente tem que ser feia, acho que o mais legal disso tudo é enfrentar esses pré-conceitos, provar às pessoas de que elas estão erradas e que a primeira impressão nem sempre é a que fica.
Quando adolescente, meus livros eram minha companhia, justamente por ser tão judiadinha, que eu tinha que agradar de alguma forma, e era a gordinha legal que passava cola pra todo mundo. o tempo passou, eu emagreci, me tornei uma mulher bonita, e aquele período me fez aprender a circular por todos os meios, talvez eu seja a única menina a conversar com os nerds da minha sala, sair com eles, e fazer a ponte entre aqueles que não conseguem se encaixar em algum grupo, pq estão estereotipados.
Hoje, não sou a mais inteligente da minha sala (estou longe disso), faço faculdade a noite, tenhu q trabalhar pra me manter, e não tenho as melhores notas. Sou menos capaz, entendo menos de economia, do que aqueles que tem as melhores notas? Não, muito pelo contrário. Tenho menos respeito por ser arrumadinha, higienica (depilação em dia, manicure e pedicure, são questão de higiene), e adorar uma futilidade? A esses que me tratam com indiferença por me acharem menos capaz que eles, só tenho a dizer que eu lamento, mas infelizmente não posso mudar o que sou, por conta do descontentamento deles, e que eles perdem a companhia de uma pessoa maravilhosa, porque eu sou legal!
E estou na faculdade pra estudar e me tornar uma pessoa melhor, mais culta, não para agradar aqueles que são incapazes de conviver com as diferenças, e a tornam insuportavel para si e para os outros.
Thais disse:
Concordo plenamente, mas isto não pode ser dito de todo meio acadêmico. Estudo na USP, na escol;a de comunicação e artes, e posso te dizer que lá não há tanto este preconceito. Nas faculdades ao redor, a de economia e contabilidade e a de arquitetura e urbanismo, também não sofrem muito desta falacia, aceitando pessoas vestidas de todas as formas. Claro, sempre há alguns professores ou alunos que pensam assim, mas, em geral, são minoria.
Porém, é só caminhar mais próximo das faculdades de educação, história, geografia e ciências socais para perceber este claro preconceito. Infelizmente, não conheço suficientemente as faculdades de biologia e de exatas da USP para afirmar se seguem esta mesma “norma” estupida, mas sinceramente, pouco me importa a opinião deles.
A verdade é que concordo plenamente com você; se alguém consegue manter as unhas em dia ao mesmo tempo que termina sua dissertação de mestrado, parabéns! Particularmente, não consigo manter minhas unhas em um bom estado, mas faço o possível para compensar no cabelo, maquiagem e roupas. Não tenho um estilo muito ortodoxo, é verdade, mas gosto de me vestir assim e gosto do resultado final. A motivação e alegria que esta aparência me traz, longe de atrapalhar minha carreira acadêmica, me impulsiona a me esforçar ainda mais na minha carreira, tendo em vista que me sinto feliz como sou e, por isto, quero fazer o melhor de mim em todos os outros aspectos da minha vida.
Desta forma, aqueles que, como você disse, vão ao trabalho com roupa de faxina, mas realmente se sentem bem assim, parabéns! O problema é que, em geral, não se sentem assim mas, ao mesmo tempo, não sedem para mudar. Esta frustração é o que causa este falatório, na minha opinião, pois se estes alunos ou professores realmente estivessem felizes com sua aparência, não sentiriam inveja ao ponto de criticar os demais desta forma.
Larissa disse:
Thais, eu estudei relações internacionais na usp, e como o curso é interunidades eu tive aulas na fea, na fflch e na Sanfran.. deu pra ver bem a diferença entre os cursos, é inacreditável.. na sanfran e na fea só respeitam gente de terninho, na fflch só respeitam quem não está de terninho! há um preconceito grande, sim.. uma vez fui comprar um livro numa feira de livros da fflch e quando fui pagar o menino não queria aceitar meu cheque. qdo eu disse q era funcionária de banco ele me crucificou, disse que era um absurdo eu trabalhar para instituições financeiras imperialistas bla bla bla.. mas depois acabou soltando que o preconceito era porque ele mesmo trabalhou num banco, não aguentou ver tanta injustiça e pegou uma licença médica pra ficar em casa!!! acho q ele nunca se arrependeu tanto d contar isso pra alguem, pq eu perguntei se ele achava certo então que a população pagasse o salário dele pra ele ficar em casa e vendendo livro em feirinha da faculdade (ele estava de licença d um banco público). as pessoas esquecem de ter coerência entre oq falam e fazem.. no mundo acadêmico adoram pregar multilateralidade, democracia, liberdade de expressão, mas na prática é bem diferente.
Luciana disse:
Adorei seu blog! Acabei de conhecer, por indicação da Reina Madre, e ao entrar, já me deparei com um assunto que me é muito familiar. Sou nutricionista, e atualmente faço mestrado em Desenvolvimento Rural. Sempre gostei de me arrumar, maquiar e usar salto, e sofro muito preconceito por causa disso. Ano passado, que foi o ano que entrei no mestrado, isso me incomodava bastante, me sentia um peixe fora d’água ali dentro. Mas aos poucos resolvi não me importar tanto com isso, eu sou assim, e adoro meu jeito! Claro que de vez em quando ainda me incomoda os olhares das pessoas pra mim ali dentro, e lamento muito esse pensamento das pessoas, de acharem que “eu estudo demais, sou culta demais, e não tenho tempo pra essas frescurinhas”.
Fernanda disse:
Fiquei na dúvida se achei relevante ou não essa discussão.
Acho que deveria, pelo menos, fazer parte da maturidade pós colégio entender que roupa é tipo.. TANTO FAZ. tanto faz se você se sente bem montada de travesti, de secretária, toda rosa, toda hipster, toda restart, toda básica. isso não deveria fazer parte das nossas análises interpessoais. Mas, seja preconceito meu ou não, eu sempre me questiono como meninhas conseguem chegar na faculdade como se fossem à um baile?! não pela beleza em si, mas pelo trabalho que ela te exige… Escolher roupas, sapato, ver se a meia não está furada, chapinha no cabelo, quinhentas camadas de base corretivo e pó pra esconder a própria pele para passar 5h na faculdade.Ufa! Tudo isso ocupa tempo. Se tu fores todos os dias entrar nessa rotina, tu não chegas no estágio, a não ser que abra mão de 2h de sono; tu não chegas na hora certa da aula, e nem pega um onibus confortavelmente. Resumindo, estar bonita, seja lá qual padrão de beleza for, não é pecado! Mas acho um valor meio deturpado, colocar a aparência à frente dos teus estudos, dos teus compromissos. Não vou gastar preciosas horas do meu dia pra me arrumar pra ir pra faculdade. Vou fazer o que der, o que eu estiver afim. Mas não vou virar escrava.
Seilá… no fim das contas isso nem deveria ser percebido neste nível, o que os outros vestem…
Dani disse:
No mundo acadêmico, como em tantos outros lugares há códigos. Qual é a novidade?
Dani disse:
No mundo acadêmico, como em tantos outros lugares, há códigos. Qual é a novidade? A escolha é: resistir ou obedecer. Sinceramente, acho bem mais fácil obedecer. Guardo a bolsa grifada e o salto 15 para outras horas. Podem apedrejar.
Larissa disse:
Dani, não vou apedrejar pq concordo com vc. A escolha está em resistir ou obedecer. Não é q seja mais fácil obedecer, mas depende onde vc quer concentrar sua energia. Eu prefiro obececer também: uso as roupas caretas no trabalho e deixo as coisas q acho legais pra outras horas. Prefiro focar minha energia de mudança em outras coisas.
No meu trabalho tem muito mais preconceito com relação à minha idade (me acham muito nova mesmo tendo 28 anos) e ao fato de ser mulher e não vir de família rica. Antes de batalhar para que aceitem meu esmalte colorido, prefiro batalhar por outras causas.
Bjo
Larissa
Carol Garcia Montai disse:
Sou advogada, professora universitária, Mestre em Direito, além de ainda trabalhar em um órgão público…junto a tudo isso tenho um blog de maquiagem e sou, sem medo de dizer, uma das professoras mais vaidosas da minha faculdade, do modo como fui uma das alunas mais arrumadinhas do mestrado, da especialização, da faculdade, do colégio e assim desde sempre…
Faço questão de ser uma excelente profissional, preparo minhas aulas e dou tudo em prol do aprendizado dos meus alunos…por isso posso erguer a cabeça e pedir perdão aos feios, mal cuidados e desleixados pois, além de inteligente, competente e dedicada ao máximo, tbem faço questão de ser bem cuidada, bonita, cheirosa e, é claro, maquiada!!! rsrs
Adorei o post!
Tiane disse:
Comigo aconteceu ao contrario, na faculdade era super exigido que andassemos super arrumadas e maquiadas (exigido das colegas) e eu sempre fui o oposto das colegas de faculdade, sempre ia desarrumada (afinal, nao era todo dia que eu estava disposta a passar lapis de olho). Nao é que eu nao goste de me arrumar, mas eu saia de casa as 7 da manha e so voltava meia noite, eu nao aguentava passar o dia inteiro de salto nao!
E rolava um grande preconceito sobre mim, por nao estar vestida adequadamente. Ate no estagio o advogado me repreendeu, disse q eu devia me arrumar mais pq eu ia ser advogada em pouco tempo.
E olha q eu sempre me vesti bem, nao era luxuosa, mas usava meu batonzinho, meu jeans, minha sapatilha…
croqriando disse:
Olá dechanel…
O mais interessante é que isso acaba rolando no mercado da moda, lugar em que diveersidade de estilos deveriam ser, na teoria, respeitadas. Doidoo néAH?
moda fashion disse:
realmente sei bem o que é passar por isso, faço medicina em uma faculdade federal onde já no trote tomei o apelido de patricinha, futil, entre outros isso apenas no primeiro dia…meu professor no primeiro periodo me chamava de chamava de cabelos, porque falava que eu tinha saido diretamente de um comercial de shampoo…cabelos bem tratados, roupas e saltos não combinavam com pessoas que haviam demorado alguns anos para passar no vestibular…
não me importo e mantenho o meu estilo fiel, com cabelos bem cortados e tratados, pela hidratada e perfumada smepre…uso make pela manhã..e continuo andando como gosto, com tendencias ou não…continuo do jeito que sempre fui…
estudo cerca de 5 horas todos od dias, mais nunca atrasei minha manicure ou deixei de ler sobre moda..amo moda, amo beleza e nem por isso sou futil, sme cultura ou uma médica ruim…
preconceito sempre existe..ainda mais nesses meios..
e sinceramente os blogd de moda amo, mais vamos ser mais realistas…posts com roupas importadas carrerimas, sandalias channel and moda irreal para estudantes, pessoas que tão começando a vida como a maioria de nós…
livetc disse:
Excelente texto, excelente blog!
Sempre que posso dou uma passadinha aqui… adoro!!!
:)
alice disse:
Acredito que o preconceito role mais com mulher. Entao eh o classico esteriotipo de que mulher bonita eh burra! Ou seja, se voce estuda numa area predominante masculina, e se cuida/arruma, vao te tachar burra,etc. E se fosse um homem que mantem a barba e cabelo em dia, usa roupas limpas/novas/de marca, sera que rolaria a mesma polemica/falacia? Da mesma forma que eu ja ouvi falar sobre o preconceito ser maior com mulheres obesas do que com homens obesos. O homem obeso eh “fofinho”, as vezes ateh tem-se empatia e compreensao com o “problema” dele. Mas a mulher eh taxada de gorda, mal cuidada, relaxada… Por outro lado, no mundo profissional, pessoas arrumadas, com cabelo, depilacao/barba, manicure e ateh fitness em dia, tendem a serem consideradas um profissional de sucesso, bem sucedido. As vezes ateh os acessorios chamam atencao: bolsas de luxo, carro importado, relogios, joias, ateh os maios novos celulares e laptops chamam atencao das pessoas. Agora eu pergunto: Sera que alguem aqui nunca julgou ou preferiu um profissional a outro que era mais bem apecoado e era – visualmente- o reflexo de uma pessoa bem sucedida? Acredito que o investimento na aparencia no mundo profissional tenta dar mais credibilidade a pessoa, se ela se veste bem, eh pq ganha bem, logo eh bem sucedida, e vai me oferecer um servico de qualidade, como um advogado, por exemplo. Soh quero deixar claro que estou somente expondo as teorias, nao estou afirmando isso como verdades absolutas!
chaneltavendo disse:
como ja falei em um dos post lá do blog: eu tenho pavor gente cheia de preconceitos! mas, infelizmente, isso acontece em todo lugar. da mesma forma que tem gente que sofre por ser bonita e gostar de se cuidar, também acontece com quem não liga pra isso.
me formei em moda e na minha faculdade as professoras eram todas novinhas, bonitinhas e tal. mas tinha um professora que era mais velha, muito experiente, com mestrado, doutorado, chefe da equipe de design da universidade federal, mas que não era levada à sério pq não se preocupava muito com a aparencia. andava sempre descabelada, amassada…
entendo que as coisas tem q ter um equlibrio, mas…vamos prestar atenção no que as pessoas tem a falar e passar antes de julgar. roupa comunica sim o nosso estado de espirito e personalidade, mas não o nosso conteúdo(academico/cultural) e experincias que passamos e podemos passar para o outro.
beijo
Maíra disse:
No meu Mestrado passei pela mesma coisa, como professora também.
O olhar do outro, que pune e recompensa, é fator influenciador. Nossos múltiplos eus são empregados de acordo com o ambiente social, a identidade da modernidade é fluida. E não há como negar que não ser aceito não é legal. Mas cada um acha seu grupo e segue consumindo o corpo, a moda. Os objetos consumidos são extensões de nós, e, neste contexto, há uma troca, em que somos os objetos e eles também são um pouco de nós, como a bolsa x é a cara da pessoa y. O consumo nos ajuda a construir nossas identidade, com ele nos classificamos e também aos outros.
Larissa disse:
andei pensando sobre o assunto, e não sei até que ponto está tão errado haver esse tipo de “padrão” pra cada área. como a DCNL disse, as pessoas tem liberdade pra fazerem suas escolhas. e quando v escolhe, sabe que há algumas características que são quase símbolos..
eu leio os blogs de moda e fico com muita vontade de usar certas cores de esmalte e batom.. mas pra mim só rola no final de semana, porque trabalho num ambiente conservador onde preciso passar seriedade e sobriedade. eu tenho a liberdade de vir trabalhar com batom rosa chiclete? tenho! mas eu sei que com essa ação, vem uma reação. e que pode jogar por água abaixo todo o meu esforço, estudo e competência. e aí eu escolho deixar o batom rosa chiclete e a roupa descolada pro final de semana mesmo. se eu fosse editora de uma revista de beleza ou fosse publicitária, talvez não precisasse fazer essa escolha, mas é algo que está implícito na profissão que eu escolhi.
o mesmo serve para tatuagens.. tenho 3, quero fazer mais, e acho absurdo empresas deixarem de contratar pessoas tatuadas. mas também é uma escolha não é? se vc escolheu fazer uma tatuagem enorme com uma foto do seu filho num lugar super visível, tem que arcar com a consequência disso. ou faça suas tatuagens mais discretas ou em lugares mais fáceis de cobrir durante o expediente, ou procure uma profissão/empresa que seja liberal com isso.
eu sei bem tudo q a pessoa do depoimento sente.. resolvi não seguir carreira acadêmica porque coisas desse tipo me incomodavam (de novo a questão da escolha). mas isso existe em todo lugar: se vc for designer e não tiver um computador apple, ninguém te respeita. se for advogado e não usar terno caro, idem. se for executivo e tiver um carro popular, idem. já vi mulheres não crescerem na carreira porque por mais competentes q fossem, iam trabalhar de cara lavada e roupas mais baratas em ambientes que exigiam aparência impecável. (oq é o exemplo contrário).
oq eu quero dizer é que nada é por acaso.. há um “branding” pra cada ocupação e área que pode ter certa flexibilidade em alguns aspectos, mas tem também aspectos que são imutáveis, porque carregam consigo um DNA, sabe? algo que se for perdido, descaracteriza o objeto principal.
vocês contratariam uma professora de inglês que falasse mal? uma cabelereira com o cabelo mal cuidado? um professor de ginástica que pesasse 200kg? talvez no imaginário acadêmico faça muito sentido essa lógica de que quem se cuida é porque não se dedica como deveria à pesquisa.
não me entendam mal, pq concordo que é errada essa cobrança pela falta de cuidado no meio acadêmico. mas pensando na reflexao que foi proposta aqui, acho que deve haver certa flexibilidade, sim, mas há um limite e aí cabe a nós escolhermos se aceitamos ou se optamos por outro caminho.
no meu caso ainda tenho muitas barreiras de outras naturezas para superar, relacionadas a machismo e que pra mim são infinitamente mais importantes. então prefiro aceitar as “regras” de aparência e focar meus esforços em mudar outras coisas.
aliás, acho que isso é comum pra todas as áreas. como foi comentado no post mesmo, a questão de machismo é muito forte.
é isso, sorry pelo ocmentário enorme, pra variar.
Bjo
Larissa
Caca disse:
“vocês contratariam uma professora de inglês que falasse mal? uma cabelereira com o cabelo mal cuidado? um professor de ginástica que pesasse 200kg? talvez no imaginário acadêmico faça muito sentido essa lógica de que quem se cuida é porque não se dedica como deveria à pesquisa.”
Acho que a questão se resume basicamente a isso mesmo. Nem sempre é um mau julgamento dos outros, simplesmente para maioria das pessoas é algo lógico.
Eu trabalho num meio predominantemente masculino, e me recuso a ir em obras de construção civil toda montada, bem penteada e arrumada. Não faz sentido ser uma “bonequinha” em certas situações.
Marilia disse:
Sei exatamente pela situação da qual a nossa querida amiga anônima está passando. Estou cursando biologia (o mesmo curso que ela), numa universidade pública e passo por situações discriminatórias imensas pelo fato de gostar de me cuidar. Já perdi, inclusive, uma grande “amiga” por isso, ela dizia que cuidar de você mesma, do seu corpo e aparência eram secundários e que em primeiro lugar vinham as publicações, as bolsas científicas e a própria graduação. Fiquei (fico) chateada com a situação, mas acho que já aprendi a lidar com isso.
Parabéns pelo blog!
raquel disse:
tem uma distância bem grande entre usar decote no trabalho (seja o trabalho qual for) e se vestir como homem.
e esse preconceito no meio acadêmico varia muito entres os meios acadêmicos. sou da área de engenharia (civil e petróleo) – mais dominado por homens é impossível – e posso afirmar que não existe este preconceito.
existem poucas mulheres no geral (mas a proporção aumenta absurdamente a cada dia), mas existem várias que estão sempre de salto, pele bem cuidada e maquiada. e estas não são avaliadas por como se vestem.
Cecilia disse:
Minha tia trabalha no meio academico a bastante tempo…ela era do tipo que nao ligava para a aparencia , mas porque nao gostava mesmo e ponto, ela nao tinha nada contra quem gostava. Ate que descobriu os esmaltes , ela viciou , enlouqueceu e agora suas unhas sao grandes , bem cuidadas e sempre pintadas com o esmalte da moda (oi chanel!)
Chegando oas finalmentes da historia , quando ela me contou que era criticada por causa disso a palavra que veio em minha mente foi INVEJA , sim estas pessoas sao invejosas pois nao tem a coragem que minha tia tem de ser diferente! Minha tia tem a mesma coragem que uma menina basiquinha tem ao andar com Blair Waldorf (!!) , minha tia pensa so nela e pronto .
Ja quem olha torto para ela na verdade esta desejando ter a mesma coragem , ter a mesma auto-confianca e nao se preucupar com a opiniao alheia
Concordam?
Dani disse:
Não adianta, muitos ainda são guiados pelas aparências dos outros…infelizmente! Mas o grande segredo de tudo isso é ser livre de se importar com o que os outros pensam. Visitem meu blog modanacasa.blogspot.com! Abraço a todas!
Fernanda disse:
Ah, quando eu era loira e ia toda arrumadinha para a faculdade ja fui menosprezada por um professor. Que tentou me diminuir, me intimidar. Mas ele acabou surpreso e arrependido de ter feito isso, não fui mal educada, nem respondona. Apenas demonstrei meu conhecimento e ele ficou estático, ate se assustou. Hahaha..na ocasião ele ate copiou o que eu disse no quadro, meu ponto de vista serviu como uma referencia.
Preconceito existe em todos os meios. É normal. Sempre acabamos tendo ideias pré concebidas. De onde vem esse preconceito contra pessoas vaidosas? Ora…certamente não veio do nada! Existe algo, existem situações pra explicar de onde veio isso.
Mas é saudável e sensato, reconhecer seu proprio preconceito e mudar isso. É inteligente ser assim!
Tem o preconceituoso que segrega, é o taxativo. Ou tem aqueles como os nerds de The big bang Theory que olham para a pobre Penny com um olhar de desprezo..ahahahahah
Eu era vaidosa, na faculdade, como a menina do post, me cuidava e pronto. Mas realmente, eu vendo uma perua toda trabalhada nas tendencias mil vai sim bater uma ideia pré formulada. Essa não será, certamente uma cientista..rsrsrs…Mas, claro, posso mudar de ideia tb.
Fernanda disse:
Ah, como falaram acima. A inveja também faz parte de quem critica. Bate um sentimento de: como ela ousa?! heheh
So complementando meu pensamento acima: no seriado, num primeiro momento eles mostram o preconceito que ocorre no mundinho nerd. Eles são vitimas e tambem agentes de preconceito, interessante isso. Mas é um preconceito mais inofensivo. Nada segregador, como fala o post.
Paula disse:
A parte da professora precisar mostrar desleixo para mostrar que sua vida academica era fertil me lembrou as meninas orientais de antigamente, que eram presas dentro de casa para nao pegarem sol, pois mulher que tinha bronzeado era considerada promiscua por ficar na rua se mostrando. Um absurdo.
Juliane disse:
Gente, SEMPRE pensei isso!
e não só na faculdade, no colégio tbm!
sempre gostei de me maquiar, mas sempre que passava um lápis nos olhos ou um gloss que fosse, já falavam MIL! um saco!
na faculdade nada diferente, mas passei a não me importar! sempre fui de salto e maquiada, é assim que me sinto bem!
apesar dos olhares de lado, e do jeito que me chamavam de “patricinha mimada filhinha de papai” eu aprendi a conviver. =)
Wantable disse:
AAh amiga, vai na UFRJ só pra você ver.. rola muito preconceito sim. As pessoas que eram ‘populares’ no colégio viram excluídas pela massa de cults ! É claro que não acho bonito, mas não existe deixar de conversar com alguém porque ela usa crocs, assim como não gostaria que deixassem de conversar comigo porque não moro em bairro do subúrbio (mas acho que acontece..)
Raquel disse:
Deixa eu ver se eu entendi:
A menina do depoimento gastou toda a sua BOLSA em roupas e perfumes? Quem paga essa bolsa?Mamãe/papai ou o Estado? Pq se for os pais, não tem problema nenhum, cada um gasta o dinheiro como bem entende. Mas se for o Estado… bom, aí temos um problema.
Larissa disse:
acho um pouco radical achar q a pessoa só tem q gastar a bolsa com comida e transporte.. afinal quando vc trabalha, não gasta só com isso: compra roupas, vai ao cinema, etc etc.
se a pessoa só puder usar a bolsa pra alimentação, ela vai preferir abandonar a pesquisa e trabalhar numa empresa, aí o incentivo da bolsa vira desincentivo..
por outro lado, a gente sabe q o número de bolsas é limitado, e deveriam dar prioridade pra quem mais precisa.. quando eu entrei na usp fiquei um bom tempo revoltada porque eu era a única aluna vinda de escola pública na minha turma.. todo mundo ganhou carro zero qdo passou, viviam de mesadas absurdas e viajavam para o exterior duas vezes ao ano (sem contar os que faziam outra faculdade privada em paralelo). eu não me conformava que tanta gente sem recursos ficava de fora para que os filhinhos de papai tivessem seu estudo bancado pela população do estado de SP – inclusive muitos vinham de outros estados.. demorou pra eu aceitar que quem passou no vestibular merecia estar ali tanto quanto eu, afinal são cidadãos da mesma forma. o buraco é mais embaixo na verdade.. a educação pública é que deveria dar igualdade decondições, e as pessoas também tem q se esforçar mais em vez de ficar culpando tudo e todos.
O que eu acho é que a pessoa pode fazer oq quiser com a bolsa, desde que cumpra com o compromisso de dedicar-se à pesquisa e gerar conhecimento.. assim como acho que quem estudou em faculdade estadual tinha obrigação de morar no Brasil por um tempo, em vez de fazer como a maioria dos meus colegas que terminaram a faculdade e foram correndo morar em outros países. Enfim, já mudei de assunto, mas acho que vc tem razão em comentar isso, só não dá pra ser tão radical porque a pessoa tem liberdade de fazer o que quer com a bolsa.. só espero q a menina realmente se dedique ao estudo, pq se passar o tempo todo comprando roupa, o propósito da bolsa fica nulo né?
Bjo
Letícia disse:
Errado. A bolsa é dada para uso pessoal do aluno. Não existe restrição de uso da mesma, embora, como disse a moça acima, seja verdade que o governo deveria priorizar quem realmente precisa de uma bolsa.
Tanto é verdade o que eu digo que existem outras verbas (reserva técnica, projeto temático) dentro das universidades, dedicadas especialmente a custear equipamentos, livros e tudo que seja necessário ao trabalho do aluno.
Dona do depoimento disse:
A bolsa nos é dada para gastarmos como quisermos. E não, não gasto tudo com roupas, como falei na primeira bolsa gastei ela quase toda com roupa sim pq tinha muito tempo que não comprava já que meus pais não me dão tudo e não tinha muitas. E comparando terminei o mestrado em menos de 2 anos, dei muito menos gasto pro governo e cumpri com meu trabalho. E assim pretendo fazer no doutorado, o terminando em menos de 4 anos.
A bolsa é pra bancar meus custos, e uso ela com alimentação, transporte, livros, idas a congresso e inclusive roupa e maquiagem.
Mariana disse:
quando chegou a primeira mensalidade da minha bolsa de IC, eu morava com minha mãe e gastei tudo, tudinho mesmo, em livros, inclusive literatura contemporânea e mitologia, que não tinham nada a ver com a pesquisa em questao.
quando chegaram minhas primeiras mensalidades do mestrado e doutorado, eu comprei, a cada vez, um colchao, panelas e bolsas , roupas e sapatos, porque os que eu tinha trazido do Brasil eram absolutamente inadequados tanto ao clima quanto ao ambiente da universidade.
as roupas foram necessidade; os livros, a compra fútil.
Tayane disse:
De Chanel, qaundo tiver um tempinho gostaria que desse sua opinião, em um post, sobre uma coisa absurda que vi no site da revista Época. Não sei se vocês já perceberam, mas, ultimamente, os fashionistas estão endeusando as meninas que tem os dentes da frente separadinhos. Normal, acho legal que a moda comece a aceitar os diferenciais de cada um, sem exigir sempre um sorriso impecável, como das atrizes de Hollywood. Mas aí vem o absurdo, muitas agências estão aconselhando suas modelos a fazer a tal separação nos dentes, isso mesmo! Eles aconselham as meninas a separar os dentes propositalmente, com uma espécie de lixa, no dentista. Alegam que os estilistas ou quem contrata as meninas para os desfiles, estão dando preferência para esse tipo de sorriso. Muito absurdo, né? Até a imperfeição eles querem que seja artificial. Daqui a pouco vão dizer que é ” tendência” ter o nariz quebrado e lá vão todas as modelos, dando socos umas nas outras, para ganhar algum.
Aqui está o lnk da reportagem, caso se interesse – http://colunas.epoca.globo.com/mulher7por7/2010/09/24/imperfeicao-fabricada/
Um beijo!!!!
dani garlet disse:
MEUUUUUUUUUUUUU, como eu amo esses “bate-papo” que acontecem nos comentários.. bacana né?
Amo ler, concordo com esse tema, mas vou na linha do : não ligo, eu superrrr gosto de me arrumar e podem falar! Tem casos e casos como so que li da menina q trabalhar na obra, dos ternos no calor de 1000 graus… tudo isso é preconceito do lado de fora, pq ainda não acreditam que vestidas de um jeito x ou y, muda a seriedade e o trabalho… uma pena…
beijossss
Daniela Nunes disse:
Primeiro, quero desabafar “AI QUE RAIVA!!!! NÃO TER CON HECIDO ESSE BLOG ANTES”! . Já estou a mais de 1h só lendo seus textos De Chanel e amando os comentários, nossa tudo de bom! Parabéns. Olha só quanta leitura, debate, conhecimento é repartido a partir de um bom texto! Agora olhem pra os blog’s de “tendencinha” será que produzem essa conversa boa? entre tantas pessoas legais, bem informadas, inteligentes e que ,nem por isso deixam de ser vaidosas (digo se vestir bem, se maquiar e tal…)
E só pra não deixar de comentar sobre o assunto , que resumidamente, se trata de preconceito, eu concordo exatamente com um comentário que li acima, parece que não pode existir meio termo, nerd, intelectual ou inteligente tem que ser desleixada e “cabeça ocas, patricinhas e afins tem que ser supéfluas…. O que tem que haver é bom senso, a cada ocasião, se vestir adequadamente sem grandes exageros e ser feliz respeitando o próximo.
Um abraço e voltarei sempre por aqui…
Daniela Nunes
Jaqueline disse:
Adorei o post. Infelizmente é muito comum as mulheres serem julgadas pela aparência. Até nas horas vagas do curso, conversando com uma amiga que também acompanha blogs de moda/beleza sobre vários assuntos, dá pra perceber comentários do tipo “olha o assunto”/”mas que futilidade”. Afinal, temos que passar 24 horas por dia, 7 dias por semana só conversando sobre assuntos “inteligentes”? Acho que não né.
LilaCarvalho disse:
Me impressionei com a diferença de cursos! Sou graduanda em Direito e acho que a formalidade do curso acaba por exigir de todos uma certa aparencia basica para o dia-a-dia.
De maneira que eu não tendo o costume de me arrumar de modo feminino (camiseta, jeans e tenis) passei a me vestir de maneira bem mais formal por causa do estagio e feculdade.
Pelo que observei no depoimento dela em comparação a minha vivância, esse preconceito eh bem relativo no meio academico. Observando que as minhas professoras mantinham-se sempre impecaveis com relação a aparência!
Adriana Alencar disse:
Tenho muito contanto com a área da saúde, uma em que as mulheres estão muito mal vestidas. Com raras exceções, nos congressos, o eterno terninho reina absoluto, mas não a versão trendy e sim a versão extremamente clássica, em preto, bege ou marrom… O porque disso é puro desinteresse, a profissão absorve muito o pensamento, o cotidiano cheio de tragédias tira o prazer de viver e se arrumar e a falta de tempo impede as visitas às lojas ou o simples folhear de uma revista para se inteirar do que é novo. Há raras exceções, como em todas as profissões, mas elas não são bem vistas, exatamente como você descreveu, como se fossem patricinhas sem competência acadêmica. Espero que uma dia essa realidade mude, pois a mulher sempre será fêmea com tudo o que isso acarreta, inclusive adornar-se, independente do ambiente em que convive e trabalha.
Um abraço,
Adri
caixinhafashion disse:
OIe, conheça o que tem na minha caixinha fashion !!http://caixinhafashion.wordpress.com/ Comentários sempre bem vindos! ❤
lis disse:
de chanel,
que acha? –> http://limobag.blogspot.com/2010/09/o-casamento-dos-20-milhoes-de-reais.html
Ane Maia disse:
Meninas,
Li o texto e todos os comentários… Também sinto na pele todo esse preconceito, tanto de alguns homens, que acham que vaidade não combina com inteligência, quanto o de outras mulheres desleixadas e/ou preguiçosas. Esse sim, acho UÓ!!! E realmente me incomoda… mas enfim, nada qcomo rever e rever o filme LEGALMENTE LOIRA…. AMO! rsrsrs
bjks
Maria disse:
Olá DeChanel =)
antes de mais quero dar os parabéns pelo blog, adoro vir aqui e ler as opiniões sobre o outro lado da moda. Quanto ao post de hoje, resolvi comentar porque no exactamente a mesma coisa no meu meio! Sou portuguesa, e também aqui há esse preconceito, tanto para quem não está a par da moda, como para quem está… (há um ditado cá que é: “Preso por ter cão, e preso por não ter.” é isso mesmo!)
Também tirei o curso de Biologia e agora estou em mestrado, e sempre gostei de cuidar da aparência, ao contrário de muitos dos meus colegas, que cultivam esse “desleixado limpinho” e olham de lado quem gosta de se arranjar, como se uma pessoa fosse fútil e desinteressada dos estudos por gostar de se sentir bonita. Muitas vezes quando estou a escolher a roupa de manhã dou por mim a pensar, será que o Professor vai olhar para mim e pensar que eu sou mais burra por estar assim vestida? O que é parvoíce, porque devemo-nos vestir como nos sentimos bem, e eu sinto-me bem assim! E nem estou a falar de salto alto, bem mais simples que isso…
Podemos ler Darwin e usar batom sim!!
beijinhos de Portugal!
vivi disse:
Dona Chanel, sei muito bem o que é isso, mas não no mundo acadêmico. Sou engenheira, trabalho em uma refinaria de petróleo, onde 1/3 do tempo ando de uniforme modelo masculino, pois não existe modelagem feminina para uniforme (ou E.P.I. como chamamos). Fora o tempo que passo de uniforme, eu tenho que evitar me arrumar demais, pois o grau de arrumação, uso de cores mais chamativas e maquiagem é inversamente proporcional ao respeito que a mairia masculina tem pela pessoa. Ou, se estiver mais arrumada, acham que a mulher é secretária (nada contra a profissão, apenas saliento a segregação que os próprios homens fazem). Ou seja, engenheira, não pode se arrumar. Se estiver arrumada, não é comprometida com o trabalho, não obtém respeito dos “peões” ou operadores da refinaria, é fútil, é burra e pode até ser “bonitinha” quando dá opinião em reuniões. Só que cabe a nós mudarmos isso, insistirmos em mudar a cultura de que mulher arrumada, ou bonita, é burra.
Tayane disse:
Poxa, De Chanel, estamos com saudades dos pots.
Escreve algum desses seus posts maras para a gente, vai?!
Beijos!!!!
Rubia disse:
Dechanel cadê vc? Faz um mês que sumiu!!!! :(
Tati disse:
Concordo e vivo isso!!!
Nossa, é incrível o que se escuta no meio acadêmico por gostar de moda, por ver a moda como um movimento social e representativo do contexto em que se vive e acredita.
Sou psicóloga, faço mestrado em psicologia social e trabalho na área organizacional, amo moda, pretendo me dedicar cada vez mais aos estudos de moda e no futuro poder aplicá-lo, mas sinto e vivencio preconceitos, ao ponto que já escutei que não conseguir minha bolsa de estudo pelo modo como me visto (por não fazer parte do militante style). Para mim isso só mostra o quanto continuamos vivendo em um mundo onde você é o que se tem, ou o que não se tem, em alguns casos…
Gostei muito do post, inclusive por se dicutir moda em um contexto social, o que sinto falta em vários blogs que visito!
Parabénsss!!!
Priscila disse:
Primeiro quero parabenizar a você, DCNL pelo post e também a leitora que compartilhou esse “desabafo”.
Aliás, o princípal motivo de ser uma seguidora do blog, é justamente pelos temas inteligentes e que valem a pena ser discutidos, abordados aqui.
Concordo plenamente com tudo q foi dito.
Desde pequenos vivemos situações em que é possível perceber que o preconceito já existe. Digo isto, pq muitas vezes já nas escolas, as crianças podem ser até mais cruéis no que envolve este assunto, do que os próprios adultos.
Penso que sempre haverá a separação dos “nerds”, do grupinho dos inteligentes e por sua vez, o grupo dos “populares”, onde sim, você fará parte se for bonito, rico ou tiver roupas de marcas bacana. O pior é que ao que parece, as coisas não mudam tanto assim quando crescemos e ingressamos em uma faculdade, ou em um emprego, porém, neste momento os que mais sofrem preconceitos são os que se preocupam com a aparência. E como a leitora disse, isso não quer dizer necessáriamente, que você poderia morrer por uma Louis Vuitton ou por um Louboutin e que gostar de se cuidar é sinônimo de futilidade. Trata-se apenas de se vestir bem e de querer se apresentar de melhor maneira!
Também lamento esse tipo de pré julgamento, mas confesso q assim como a maioria, já olhei torto pra alguém “diferente” de mim e me lembro exatamente do dia em que mudei minha forma de pensar, quando ao parar finalmente p/ conversar com uma pessoa que enxergava como “estranha” por sua forma de se vestir, descobri uma das pessoas mais doces e adoráveis que estava ao meu redor.
Infelizmente, perceber que uma mulher para ser bonita e arrumada, não precisa ser burra, ou que, uma pessoa que se vista de maneira diferente da sua, deve gerar desconfiança, depende da consciência de cada um. Estes são somente pensamentos machistas, preconceituosos e ignorantes em um mundo tão moderno como nos dias de hoje.
Mariana disse:
Ah, a universidade pública brasileira.
Minha formação é na área de humanas, e realmente existe uma cultura que envolve machismo e falta de auto estima feminina externada na aparência. Até porque é um meio muito competitivo, em que continua sendo fácil discriminar mulheres. Conheço bem esse preconceito com a acadêmica produzida e bem cuidada, no Brasil e nos EUA, por dentro e por fora- até porque apenas recentemente me de conta do quanto internalizei desse preconceito .
Afinal, eu estava ali para ser respeitada e admirada, e as mãos por fazer dizem que você não tem tempo para futilidades, as roupas sem graça, que você não é consumista, o cabelão sem forma ( quase um uniforme) , que você não se deixa influenciar pelos padrões etc. Pois é, o ambiente condicionou o meu olhar, sobre os outros e sobre mim mesma.
Mas porque a menção à universidade pública? Porque recentemente passei a frequentar a FGV e o Ibmec , onde, claro, há outras formas de juízo de valor baseadas na aparência, na tirania das marcas, no quanto você tem para gastar e tal, o que é outra forma de opressão no extremo oposto do gradiente.
Mas a grande diferença é que você pode sim parecer uma mulher que tem tempo de se cuidar, e isso ainda conta a seu favor!
Assim como me dei conta do quão sufocante é o machismo brasileiro quando vivi nos EUA ( onde há machismo sim, mas infinitamente mais reprimido e penalizado, o que nos poupa das pequenas, médias e grandes infâmias ainda comuns no Brasil) , percebi que é opressivo não se sentir á vontade para usar vestido roxo, luzes que demandam seis horas no salão ou o esmalte laranja que vi nas mãos da pesquisadora da FGV.
Como o seu mercado de trabalho após a graduação pertence ao mundo do dinheiro, vejo as meninas aprendendo a causar uma boa primeira impressão pela aparência, exatamente pelos meios que , quando eu tinha a idade delas, teriam me valido o rótulo de fútil e alienada.
Nem em um milhão de anos eu teria imaginado que, mais que qualquer terapia, o Ibmec me ajudaria a entrar em contato com minha feminilidade reprimida.
Adriana Karnal disse:
De Chanel,
Estou no mundo acadêmico (sou prof.de univ.) e acho que esse preconceito existe, sim, mas ele está diminuindo. O proconceito, de fato, ocorre em áreas específicas, por exemplo, na filosofia, sociologia, geologia…que tradicionalmente criticam o consumismo e o capitalismo…no direito, por exemplo, você se depara com professores muito bem arrumados, professoras maquiadas e de salto, e mesmo na administração o perfil é também dos “bem vestidos”.Na área da comunicação você vê de tudo, dos alternativos aos fashionistas, e todos convivem bem, pelo menos se respeitam.No universo acadêmico, assim, cmo qualquer outro, você encontrará de tudo, desde os preconceituosos aos mais descolados (sim, há PhDs descolados ;))é um microcosmos, nada mais.Ah, a propósito, vou “puxar” essa discussão lá pro meu blog, também…
ISABELA disse:
DE CHANEL, POSTA!
Laura disse:
Isso tudo é verdade, não li todos os comentários, então desculpe se for repetitivo, mas esse preconceito existe, inclusive, nos espaços “liberais”.
Uma vez assistindo um programa (Reality show) sobre tatuagens, a loja estava contratando gerentes, eles nem olhavam pra cara de quem tivesse apenas uma ou duas tatuagens, apenas dos que eram completamente cobertos por tatuagens…e um gerente não precisa ser tatuado para poder trabalhar em qualquer que seja a loja. E é assim em todos os segmentos, os chamados “liberais” são tão conservadores quanto os outros, apenas muda a estética.
Não sou muito de comentar, mas acho que esse foi um post que é apropriado pra muitas outras esferas, não só a acadêmica.
Maíra Zimmermann disse:
Concordo com alguns pontos do depoimento e também do post. Entendo bastante a situação e já passei por esse tipo de preconceito. Sou historiadora e aprofundei meus estudos acadêmicos no campo da Moda, o que ainda gera muita polêmica e desconfiança dentro da História.
Agora, usar dinheiro público para comprar roupa como a leitora afirma ter feito: “Quando entrei no mestrado gastei minha primeira bolsa com roupas, coisa que nunca tinha feito”, é o maior absurdo!!! Com essa declaração fica difícil não relacionar moda com futilidade. A bolsa de estudo serve como auxílio justamente para O ESTUDO! Lamentável!
G. disse:
Assino em baixo.
O que é certo para se fazer, não muda de acordo com a vaidade. Foi realmente triste ler o trecho em que a depoente relatou ter gasto a primeira bolsa com roupas. Mas neste ponto, o assunto muda: o problema foi desonestidade e isto nada tem haver com moda.
Sei de casos onde o $ da bolsa foi dividido entre livros e cerveja, por exemplo. O que ocorre – e aí sim temos preconceito envolvido – é que a cerveja não está associada a futilidade da mesma forma que a moda. Ninguém vai ser tachado como fútil por ter tomado uns goles. Mas ambos terão desonrado a oportunidade que tiveram.
Dona do depoimento disse:
Me desculpe, mas por que desonestidade?!
Se for assim então a pessoa só pode gastar com alimentação quando está no mestrado, a janta e nos fim de semanas não pode, só com passagem pra ir pro local do mestrado, se tiver que ir pra outro canto não pode, livros somente se tiverem muita relação com o trabalho desenvolvido, se for de outra área não pode!
A bolsa é gasta como o aluno quiser. É nosso “salário”, pra gente poder comprar nossas coisas e não precisar trabalhar, por que trabalhar de graça sob presão ninguém ia querer né?! E nisso inclui tanto roupa como viagem pra congresso, se a pessoa quiser juntar o dinheiro pode, comprar ações, fazer o que for. Desde que cumpra com o trabalho.
O CNPq nem a Capes nunca restringiram o uso da bolsa, nunca. Conheço gente que pegou a bolsa e juntou pra casar, outros que compraram carro, outros que usaram pra viajar, e todos eles cumpriram com o contrato. O contrato diz que a gente recebe a bolsa por 2 anos e no fim tem que enviar relatório do que foi feito durante o curso, não existe NADA que restrinja o uso da bolsa.
É um direito meu! Se fosse pra trabalhar pra caramba, me estressar, publicar paper (e contribuir com o avanço cientifico do pais) pra poder somente comer e comprar livro, e ainda só relacionado ao projeto, nunca que eu faria. Sou doida mas não escrava.
E ainda, como disse ali em cima, terminei meu mestrado em bem menos de 2 anos. Fiz meu trabalho bem feito e ainda antes do tempo, poupando muito dinheiro do governo (mais de 10mil reais). Se isso e ser desonesta então eu não sei o que é ser honesta.
Desonestidade seria ganhar bolsa e ter trabalho remunerado, isso sim é proibido pelo CNPq e capes.
G. disse:
Olá dona do depoimento! Gostei muito da sua resposta. Aprendi muito lendo este seu comentário e outros, em especial o da Larissa (22/09/2010 17:33 ), com o qual me identifiquei.
Realmente não há restrições ao uso da bolsa, pelo menos entrando no site da CAPES/ CNPq. O que se diz é que o objetivo do programa (não sei qual é o teu especificamente) é : “Financiar as atividades dos cursos de pós-graduação, proporcionando melhores condições para a formação de recursos humanos.”
Eu entendia que eram designadas para financiar as atividades – dos cursos- ou seja, somente para apoiar atividades relacionadas às necessidades que fazer o curso gerava. Mas esta linha é realmente tênue. O que se precisa para realizar um curso?
Não vejo a produção de mestrado como um serviço que você presta unicamente ao governo. Acredito ser uma troca, afinal, você produz por um tempo para o governo mas ganha o conhecimento e aptidão para exercer suas funções, para ser melhor remunerada dentro ou fora do país.
Sendo uma via de mão dupla, nunca vi a bolsa como um salário para o estudante gastar com que que quiser, já que a própria recompensa era o conhecimento disponibilizado e suportado pelo governo. Mas compreendo agora, que esta visão se deve a um preconceito meu.
Sou acadêmica de mestrado e meu curso não está disponível em universidades públicas ou filantrópicas. Eu pago por ele, com todas as dificuldades que isto implica. Eu me dedico a ele. Sou competente. Tenho o reconhecimento dos professores e colegas, com boa produção.
Por isso talvez tenha me chocado tanto com o “gastei minha primeira bolsa com roupas”.
Num primeiro momento me indaguei se a contribuição do cidadão com a educação, através de impostos, poderia ser gasta com carros, casamento e roupas. E não cheguei à conclusão concreta ainda. Sei que a educação envolve também a motivação.
No final das contas, a conclusão mais clara que pude chegar é que não há desonestidade no uso indiscriminado da bolsa, já que não existe mesmo mensão de restrições da sua aplicação. Peço desculpas então, pelo meu julgamento. Errei nas palavras e nas idéias. Fico grata por participar desta discussão =)
jo disse:
Também gastei minha primeira bolsa inteirinha em roupas. (Estava há mais de um ano sem comprar uma blusinha sequer). E ainda tenho dedicado uma boa parte da bolsa para roupas novas, sapatos, maquiagem e tratamentos de cabelo. O dinheiro da bolsa entra na conta pessoal do aluno, para que ele use da forma que bem entender. Não é preciso apresentar notas fiscais de gastos, e não espera-se que o aluno gaste só com moradia, alimentação, livros e congressos. Gasta-se com o que for mais necessário, e no meu caso, o mais necessário era comprar roupa (porque eu só tinha uns trapos velhos e já tava passando vergonha). Pra completar, saí de um lugar quente para um lugar super frio no inverno, e não tinha nenhum casaco quente de verdade. Quanto vcs acham que custam um casaco decente? Não é R$50 reais, garanto.
Cá entre nós, R$1200 reais em roupas e sapatos novos não é nada. E olha que 80% das minhas roupas são da C&A e Renner…
E outra… dá pra gastar este mesmo dinheiro comprando roupas sem graça ou comprando roupas fashion… dá pra gastar R$1200 comprando 1 peça de roupa ou comprando 15…
Também dá pra gastar este dinheiro comprando livros, ou… ler os livros na biblioteca e comprar roupas… é uma questão de prioridade.
Cansei de ter cabelo de mendiga e andar só de camiseta e jeans rasgado, parecendo uma adolescente. As roupas me ajudaram a ganhar mais respeito na hora de dialogar com outros pesquisadores e pessoas de fora da minha área. Me sinto confiante e segura, e sou muito grata por ter recebido este dinheiro. Não conheço ninguém no meu curso que tenha este tipo de preconceito, e todas as pessoas que ganharam bolsa fizeram um belo investimento no guarda roupa.
Anh, também gastamos com viagens de estudo, congressos, etc. E a pesquisa vai muito bem!
PS. O dinheiro da bolsa, a partir do momento que está na minha conta não é mais dinheiro público. É dinheiro meu. Fiquei supresa por alguém achar que gastar o dinheiro com roupas possa ser desonestidade!
Luh Galativicis disse:
Olá, preconceito existe em todos os tipos de lugares onde vamos, se nos arrumamos nos olham como “nossa que exagero” se usamos apenas um jeans, camiseta e tenis, ” nossa ela devia ser arrumar mais” acontece muitas vezes na própria família que no meu caso já aconteceu, se uso maquiagem num almoço de família outras pessoas dizem prefiro o natural, quando nao uso nesses almoços, não saio sem um make… Pelo fato de eu ter vitiligo pessoas próximas se mostram e insinuam literalmente dizendo que tem uma pele linda e corpo bonito elas falam de sí mesmas se auto vangloriando e se elogiandom antes eu ficava quieta no canto pois não tinha vontade de conversar sobre nada, hoje em dia não ligo mais para tais provocações de 13 anos… que elas pararam de fazer certos comentários, ja perdir muitas vagas de emprego por causa do vitiligo mas a vidas segue em frente porque sei que tenho um Deus que me ama do jeitinho que sou!
beijos
Amei seu blog parabéns.
Lúh
http://www.sempre-belas.blogspot.com
Alessandra Vital disse:
voooolta, de chanel!
A3 disse:
Eu sofro preconceito por isso. Faço um curso totalmente masculino na faculdadem ciencia da computação e as poucas meninas do curso nao ligam pra moda ou oq quer q seja, eu amoooo maquiagem, bolsa, e salto alto. Então ja imagina. Hj em dia me respeitam e viraram meus amigos
antes era mto ruim
http://a3clube.wordpress.com/
Anônimo disse:
Primeiro gostaria de te parabenizar pelo blog. Gosto muito do modo crítico que você avalia situações do nosso meio social. Eu sou estudande de direito, estagiária e também uma pessoa extremamente crítica. Me surpreendi ao criar um blog de moda que fala basicamente, como qualquer blog de moda, de futilidades (sim, pq roupas, bolsas e sapatos, são, para mim futilidades) principalmente porque sempre fui, e ainda sou, contra essa filosofia de vida:” sou o que consumo.” Em fim, o que me fez criar o blog foi, ao lado da minha paixão por se vestir bem (natural do sexo feminino) um meio de “fugir”, tanto dos problemas rotineiros, quanto dos problemas sociais. É gostoso falar de “besteirinhas” femininas, desde que elas sejam sempre mantidas no devido lugar que “besteirinhas e futilidades” devem ficar. Criei um blog livre de “wish lists”. Fiz um bem post bem crítico, que gostaria muito que você lesse : http://varioslooks.blogspot.com/2010/10/momento-reflexao-confissao.html. Espero muito ouvir sua opinião, se não for público pode me mandar no email varioslooks.blog@hotmail.com (assim como você, optei pelo blog anônimo, por isso deixo o email do blog aqui) Beijos!
varioslooks disse:
Primeiro gostaria de te parabenizar pelo seu blog. Gosto muito do modo crítico como você interpreta os acontecimentos do nosso meio social. Sou estudante de direito, estagiária e, assim como você, uma pessoa extremamente crítica. Me auto surpreendi quando decidi criar um blog de moda, que fala, basicamente, de futilidades – sim, porque bolsas, sapatos e roupas são sim futilidades – principalmente porque sempre fui, e ainda sou, completamente contra essa corrente: “sou o que eu consumo”. Em fim, o motivo que criei esse blog, ao lado da minha paixão por roupas e ” se vestir bem” (seria hipócrita se negasse) foi a vontade de criar um meio onde pudesse, ainda que anonimamente (sim meu blog é anônimo) falar dessas besteirinhas intrísecas do sexo feminino e que me ajudam a “fugir” (ainda que de mentirinha) dos problemas rotineiros e sociais, aos quais dedico grande parte do meu dia. Mesmo sabendo disso, sabendo do que era realmente importante para mim, dos meus valores, depois de assistir à peça Hell no final de semana tive uma crise de auto crítica. Afinal, será que era certo, logo eu, criar um blog de moda?? No final cheguei à conclusão de que o fato de – também – escrver sobre “futilidades” não me tornaria uma pessoa pior, se eu soubesse manter as ‘ besteirinhas e futilidades” no lugar que besteirinhas e futilidades devem ficar. Criei um blog livre de “wish lists” (ahh odeio essa palavra, ou melhor esse conceito). Não criei um espaço tentando uniformizar as “bloguetes” (outra palavra que não gosto, prefiro leitoras), ou ainda mais que isso, tentando estabelecer objetos de desejo para ninguém. é um espaço livre que pretendo atender à todos os gostos e postar dicar para todos. Escrevi um tópico que gostaria muito que você lesse e me respondesse.. (se não quiser responder em público, responde no meu email varioslooks.blog@hotmail.com). Bom, espero que você goste e aguardo seu comentário! Beijos
http://varioslooks.blogspot.com/2010/10/momento-reflexao-confissao.html
Su disse:
Eu já ví na faculdade os professores especulando a idade de uma prof maravilhosa que eu tinha. Eles se incomodam com a beleza e sucesso do outro. É muito triste. Ela é muito bem cuidada e é super competente. Mas ela não dava a mínima e quando sabia das fofocas dava um belo sorriso…
Carol disse:
Amei muito isso aqui. Parabéns de verdade! bjss
Drielli disse:
Que lindo seu blog.
Adorei!!!!
Passa no meu depois:
http://chatadescarpin.blogspot.com/
Beijos
Bem-vinda.
Anônimo disse:
Eu presencio isso diariamente! só que no meu caso é o inverso ,eu (aluna ) não posso fugir da linha do uniforme :saia xadrez,blusa branca,meia 3/4 preta e sapatilha… dou umas ” quebradinhas” com esmalte,brinco ,correntinhas,rímel,ajeitadinha no cabelo ,etc(que ainda são permitidos ). Porém ,no meu colégio duas professores tem esse perfil apresentando ,são ” cranios” ,loiras e lindas” em todos sentidos! E tem aquela professorazinha que só usa tênis,roupa folgadona (nada contra,tbm uso! ! ) No entanto meio que a confiança que é depositada nas ” loiras ” é bem inferior se comparado com a outras professora.. +/- assim..
é meu povo,não é fácil não! Mais o que me deixa feliz é que ambas são bem resolvidas e sabem ,ou pelo menos tentam conquistar seu sucesso sem essas pequenas raposinhas que surgem no caminho =)
Diego Lehmkuhl disse:
Oi pessoal
tudo bem???
Novidades!!! Estou assumindo a comunicação da Luminosidade e do SPFW na Mkt Mix, serei o jornalista responsável pelo evento. Tudo o que vocês precisarem por aqui, contem comigo!!! Preciso que vocês me enviem os seus dados pra gente cadastrar no mailing do evento.
Beijos,
Diego Lehmkuhl
Jornalismo – Luminosidade/SPFW
Mkt Mix Assessoria de Comunicação
Alameda Franca, 1562, Sobreloja
F: 55 11 3060 3640
http://www.mktmix.com.br
Dariane disse:
To adorando tudo!
Queria poder ler todos os comentários, que estão maravilhosos!
Estou me formando em Administração, e realmente no meio academico tem um pouco de tudo. Sempre gostei de moda, e muitos ainda acham que é fútil. Geralmente me perguntam “o que é isso” quando uso vestido com ankle boots, ou uma sandália maravilhosa azul bic. Pensam que sou fútil por estar sempre maquiada, estar sempre em dia com a moda. Tenho visto que muitas mulheres tem é preguiça mesmo, acham que não precisam ficar bonitas pois já têm um “macho delas”, ou que o tempo é precioso e o usam para outras coisas, ou até mesmo porque vão para casa depois do trabalho e não precisam se arrumar pra andar apresentável na empresa, no ônibus ou metrô. Todas temos as mesmas 24 horas no dia. Me desdobro pra cuidar da minha casa, do maridão, trabalhar de 8 as 18, academia no almoço e faculdade à noite. Nem por isso deixo de me cuidar, ter unhas sempre perfeitas, cabelos em ordem, corpo e mente no lugar certo (leia-se malhação e inteligência emocional). Além de ter minhas amigas e meu blog que adoro. E de ser representante de turma desde o 1º semestre de faculdade, tendo contato com professores e coordenadores que à primeira vista podem pensar que estou só de brincadeira na faculdade, mas na prática sabem o meu real interesse pelo aprendizado através das notas. Enfim, tenho muito pra falar, mas vou continuar lendo os comentários de voces!! Adoroooo!!
Beijos
http://www.fashionandmanagement.blogspot.com
MariMedeiros disse:
CARAMBA , eu também fico extremamente indignada com a falta de respeito , concideração,amor ao próximo … Nossa as pessoas são más , são ruins definitivamente o mundo está acabando !!
É impressionante a falta de amor ao próximo que o mundo se encontra hoje ! As pessoas não se preocupam com o bem estar das outras só querem ver o mal delas , com inveja, olho grande desejando o mal , excluíndo , descriminando por ser ‘tal forma”.
TODOS nós somos iguais , e isso é uma coisa qe pelo visto as pessoas não entendem .
É engraçado ,pra voce ter amigos e ”ser feliz” voce tem qe ser como todos , todos iguais …tudo tem que ser igual NADA diferente !
ISSO É RIDÍCULO ! As pessoas não entendem qe os detalhes e as diferenças é qe fazem a DIFERENÇA! ¬’ se todos fossemos iguais qe graça teria nessa vida ??? hein ?!!
Anig disse:
Oi, acabei de descobrir o seu blog e adorei!
Sinal de que existe vida inteligente (e realmente terrestre) ao se falar de moda e estilo de vida em geral.
Moro na Itália, frequentei o ambiente acadêmico e o mundo jurídico no Brasil. Agora vivo em uma cidade de interior, como são a maior parte das cidades italianas.
É curioso que o mesmo preconceito que se verifica nos ambientes “intelectuais” por aqui existe em outros níveis, justamente naqueles com nível de instrução mais baixo (diversamente do Brasil, o baixo nível de instrução não significa necessariamente um nível social baixo).
No norte da Itália, não existe praticamente a figura da empregada doméstica e da faxineira na vida de uma mulher de classe média e até média-alta (mesmo que ela trabalhe fora e tenha filhos). Em meio a toda essa correria, poucas se cuidam, fazem tudo em modo prático, cabelos curtos (vão sempre ao cabelereiro, para manutenção do corte e da cor, mas não como no Brasil, aonde se faz a escova uma vez por semana) . Unha feita se não tiver em vista uma festa (rara) ou uma viagem, nem pensar. Salto alto só muito de vez em quando (os centros das cidadezinhas têm uma pavimentação feita para torcer o tornozelo), já que o tempo é contado para fazer as compras e voltar para casa.
Bom, em um ambiente assim, a mulher que se arruma, que faz as unhas mesmo quando não tem nenhuma ocasião especial é vista como uma que não trabalha tanto, como uma fútil, já que com certeza deixou de lado alguma coisa ligada à casa (que é a coisa mais importante na vida de uma mulher em um lugar aonde a carreira profissional praticamente existe só para os homens)
O fato de viver perto de Milão produz um efeito desastroso para quem não vive no meio fashion: o total desconhecimento do que é adequado para cada ocasião e ambiente profissional.
No Brasil é praticamente impensável que uma advogada se apresente no escritorio com uma calça de cintura baixa usando uma calcinha fio dental feita de propósito para aparecer quando se senta, neste caso o abominável efeito cofrinho é coberto por um pompom, correntinha, pluminha, strass, lacinhos etc…é indescritível!
Tem gente que se apresenta no escritório no verão de chinelo, ou com vestido branco transparente com lingerie em cor contrastante ou com estampa de oncinha.
Se tem um casamento, ninguém sabe o que é adequado para a manhã ou tarde (não tem casamento a noite), na dúvida, se gasta muito dinheiro comprando alguma coisa cara sem ver se é adequado à ocasião. Conclusão: gente que compra um jeans Dolce e Gabanna por 400 euros e vai pro casamento, por que era uma roupa cara e então adequada.
Como não tem procura, também não tem oferta, então se você tem menos de 45 não encontra um tailleur decente que não tenha a cara a minha sogra que é jovem de espírito, mas que tem 77 anos.
A cho que falei muito e que algumas coisas ficaram sem um sentido. Eu não tenho muito com quem comentar as minhas idéias, por isso acabei despejando tudo. Da próxima vez vou ser mais objetiva e seguir uma linha para expor a minha opinião.
Parabéns pelo blog! Muito sucesso pra vc.
A.
Julia Petit disse:
Achei este post através de uma amiga. Me dedico diariamente a tentar levar informação de moda e beleza, de um jeitinho divertido e despretensioso, para milhares de meninas/mulheres aqui no Brasil e fora também. Recebo muitos emails e mensagens de leitoras que reencontraram a auto estima e aprenderam a se divertir se arrumando mais. Muitas delas passam pelo mesmo problema que você. Até hoje não consigo compreender nenhum tipo de preconceito sobre a aparência das pessoas, seja ela qual for. O mais importante é que voce está feliz e se realizando com uma carreira que gosta. O resto não tem a menor importância. A intolerância se mostra nas pessoas até em se tratando de coisas pequenas como um cabelo bem tratado ou uma bolsa mais bonitinha. Uma pena que a população acadêmica, que deveria estar pensando em mudar o mundo, perde tanto tempo se preocupando com o seu estilo. Nunca deixe de ser quem você é.
Bjsss!!!!
Julia Petit
Camila disse:
Já vi de tudo. De preconceito com quem é arrumadinha até aluna de moda arrumadinha com preconceito contra os “sujinhos comunistas”. Mas olha, o que eu não tinha visto era um post dar tanto pano pra manga =) Gente, também já passei pelas duas situaçoes: perder emprego como estilista pq não me vestia bem (mesmo que o trabalho fosse bom) e acharem que sou muito vaidosa, mas “ah, até que ela é inteligente!!!” (???). Uma coisa é certa: bom humor é a melhor arma pra qualquer tipo de preconceito. Bom senso na hora de se vestir também. Carisma e educação conquistam todo mundo (com ou sem salto!). E de resto: FODA-SE!
Alice Linck disse:
Adorei a discussão! É legal se questionar e ouvir várias opiniões e pontos de vista. Viva a diferença.
Confesso que transito entre os dois mundos. Há dias, semanas ou mesmo épocas em que me enquadro na turma da faxina… outras na turma arrumada… tudo depende do meu estado de espírito, de como me sinto, e o tanto de tempo que desejo desprender com a aparência. Portanto, já me senti dos dois lados.
É engraçado, pra não dizer um pouquinho triste, como a aparência realmente influencia a forma como te julgam, mas confesso que cheguei a uma conclusão. Julguem o quanto quiser, ninguém pode fingir não ver resultados. Eles falam mais alto que a aparência.
Um exemplo: Tenho 32 anos (quase 33) a maioria das pessoas acha que eu tenho entre 23 e 26, muitas vezes já fui em reunião de trabalho em que não fui tão levada a sério por parecer “muito menina”… e depois que o trabalho foi executado o resultado foi apresentado, o tratamento comigo mudou.
Dá até um certo gostinho extra quando percebo que posso ser como eu quiser (aparência) ser julgada como os outros quiserem (preconceitos de cada cabeça que cruza meu caminho) e na hora que se apresentam os resultados as pessoas costumam esquecer do julgamento.
Obviamente o que mais me interessa, é meu trabalho! Fazer bem feito, por satisfação própria (e é por isso que insisto em fazer o que amo – fotografar) e não pra provar nada pra ninguém.
Acho que quanto mais nos incomodamos com o julgamento alheio, mais força ele tem.
Tenho certeza que as lindas e inteligentes causam desconforto naqueles que se apoiam só inteligência ou só na beleza… mas também penso que o melhor resumo disso tudo está na frase daquela música do Capital Inicial:
“… se eu for ligar pra o que é que vão falar não faço nada”.
Benditos crocs, havaianas, ankle boots, sapatilhas, coturnos, rasteirinhas, plataformas, pés descalços… que carregam os corpos com MENTES LIVRES.
:)
Alice
Isabel disse:
Sou bióloga, doutora, faço progressiva, vou na dermatologista, gosto de roupas boas e não acho que o meio acadêmico seja tão preconceituoso, considero isso um estereótipo.
Camila disse:
Nossa, falou tudo. No Direito, há um dresscode implícito, é um meio mt machista, excessos de feminilidade são vistos como anti-profissionalismo. Uma pena. Talvez, por causa do blog que mantenho, não consiga um emprego que almejo. nfim, obrigada pelo post, sinto-me entendida nesses meus problemas….
Raphael disse:
Ola!
Achei ótimo o post pelo fato de passar pelas mesmas coisas na faculdade.Por mais que seja homem, semrpesofri preconceito, ainda mais por fazer curso de História…onde há uma grande luta contra o capitalismo e pelo consumo excessivo. Smpre fui fanático por moda, artes e coisas que me deixasse feliz, o que fazia e faz muitas pessoas pensarem que é perda de tempo – acham que eu deveria usar todo meu tempo em dinhero financiando passeatas e e panfletos comunistas.
Acredito que há mesmo esse preconceito e que precisa ser quebado, pois não é porque você usa Chanel que você não tem capacidade pra ser um grande intelectual e ter perspectivas de mudanças no mundo e em sua área de trabalho…
Fiquei feliz por esse post…serviu como um próprio desabafo..
Obrigado
Natália disse:
Tudo que vocês estão dizendo aí, está bem claro no filme LEGALMENTE LOIRA. O preconceito que os alunos da faculdade tinham em relação à loirinhapatyrosa da turma, e que no final surpreendeu (MUITA!) gente. Estou tãaao triste que só conheci o De Chanel na Laje agora.. queria estar participando e opinando na mesma época em que os posts são publicados! ótimo blog, que não fala nem de beleza (eu gosto do dia de beauté sim, ok?) moda (leio alguns que vocês citaram como fúteis em posts passados, e sei muito bem filtrar o que serve p. mim e o que é exagero fa$$hion), mas este é um blog que de fato nos faz PENSAR! e isso é muito bom.. natalia, 15, goiania
Nívea disse:
Super me identifiquei com o depoimento porque também estudo biologia.Já sofri um pouco desse preconceito por ser jovem,de boa aparência e vaidosa.Mas a resposta a vida tratou de dar,sou funcionária pública federal,e consegui esse emprego competindo com umas 200 cabeças e estudando muito.Ou seja provei para os outros e para mim mesma que dá pra conciliar vaidade e intelecto.Trabalho,estudo mas nunca deixo de cuidar de mim,e tenho muito orgulho disso!
Mah disse:
Gente,
achei o post super apropriado.
ja cursei engenharia , nunca sofri prenconceito descarado, porem sinto que as pessoas te tratam um pouco diferente e até mesmo se afastam no ambiente academico, por você usar salto alto e bolsas extravagantes.
Mas preciso fazer um desabafo, acho crocs branco com mini saia, blusinha estilo abercrombie e oculos grande super adequado pra um sabado a tarde por exemplo. ahahahah #prontofalei !
Vivi disse:
Nossa vc abandonou o blog hein, tem 3 meses que este post esta ai se for fechar o blog avisa igual a garota do it girl!deixa um post de despedida!!!!!
Beatriz disse:
Bom, agora ela deixou. Vou ficar em luto pelo resto da minha vida, porque nem um novo blog para ficar no lugar desse existe.
Renata Duarte Moreira disse:
Como dizia Saint Exuperry… Somos responsáveis por aquilo que cativa…
E acho que você plantou uma semente, e a mesma está dando frutos…
Precisamos de sua voz! De seus belos textos!
Eu gostaria de ter o dom de escrever como você, mas não tenho… Vc pode não ter tempo, mas tem dom…
Já pensou em trabalhar por aqui? Quantos blogs dão 193 visitas? Não sei a visitação diaria deste blog, mas pelos comentários não deve ser pouco… Se essas meninas fúteis ganham dinheiro escrevendo asneiras, quiçá você com esses belos textos …Menina, seus textos são incríveis. Não sei ao certo que tipo de midia você atrairia, mas é certo que você é sem dúvida, é uma formadora de opinião, e formadora honesta.
Hoje mesmo estou tão indignada com um post de blog que li… Mas a quem recorrer? Cadê a menina deliciosamente malvada?
Excessivamente honesta?
POr favor, publique minha indignação!
Ou nomeie alguém para manter esse blog, por favor!!!!!!
Arrume um tempo, uma noite, 01 vez ao mês pelo menos, mas não se vá, precisamos de você…
Seja a nossa voz!
Um beijo!!!!
lizotori disse:
Olá, De Chanel.
Primeiro queria dizer que amo o teu blog, e é uma pena que tenha nos deixado… #lutoforever
Então, sou desenhista não-profissional, super vaidosa e apaixonada por moda e a pouco entrei em curso de desenho para me aprimorar. Desenho não é muito atrativo para mulheres, já no primeiro dia de aula eu percebi que os rapazes da sala de uma forma descarada apontavam e cochichavam sobre mim (já que eu era a única moça da turma)deu pra perceber q atraí um pouco de atenção. De inicio ninguém se aproximava
de mim. Eu percebia que pra eles eu só mais uma patricinha (nem sou patricinha). Até aí tudo bem. Até que o professor resolveu separar a sala e queria que todos trouzessem seus artbooks para avaliação para ser criado uma espécie de aula mais avançada. Bom, eu já desenho há mais de 10 anos e modéstia a parte (hehe) eu me
garanto demais no que faço, embora eu não leve muito a sério a minha arte. E no dia em questão TODOS os rapazes ficaram surpresos pois o meu artbook era o melhor da turma e logo começou a discursão: ‘é ela msmo que desenha?’, então aquele ar chato pairou sobre mim durante algumas semanas. No final das contas eu já nem me sentia mais a vontade, nunca pensei que homens fossem tão despeitados. Eu achava que mostrando que não sou só ‘um rostinho bonito’ ia conseguir mais respeito – doce ilusão – no final das contas abandonei o curso pela metade e resolvi criar um blog: http://www.thpaper.blogspot.com e quando fui divulgar nas redes sociais nas comunidades de desenho que participo; um tópico sobre ‘divulge seu blog’ virou espaço de discursão sobre eu ser ‘real’ por acharem que eu sou bonita demais para saber desenhar tanto…
mas enfim, cá estou eu mostrando a minha indignação e mostrar o meu pesar tanto pelo luto do blog DCNL e pelo preconceito no mercado (seja ele qual for)
em que a predominancia ainda são os homens.
Abrçs a todas. =D
T.Maciel disse:
Poxa!
Pena descobrir o blog qnd acabaou… Achei MUITO bom.
Graduada e pós graduada em moda com vários cursos sobre artes plásticas e desenho artístico, sou estilista e ilustradora profissional. Apesar de hoje em dia trabalhar com moda, viver isso, diariamente e conviver nesse meio ERRADO, sou apaixonada por artes plásticas e história da arte.
Me identifiquei com este post, pois tive muita dificuldade por causa dessa minha, dita, “inclinação fútil” . Filha de historiadora (marxista roxa), e um pai que me ‘criou’ pra ser arquiteta, tive uma educação que sempre me puxou para o lado social, antropológoco, racional e humanitário da coisa, e agradeço SEMPRE por isso. Mas minha mãe e eu vivemos muito tempo em pé de guerra, pois ela condanava minhas atitudes, minhas roupas, minha paixão pela boneca Barbie (que eu só consegui ganhar aos onze anos de idade depois de muita luta! auihauih). Demourou provar pra minha mãe e amigas (q na maioria das vezes tbm eram filhas de intelectuais) que se arrumar não é um problema.
Antes de decidir fazer moda, estava certa de que faria artes plásticas, pois já cursava ha tres anos um curso de artes plásticas extra-curricular no antigo CEFET. Minha tutora me orientou, a fazer moda, pelo meu estilo, pois eu era um “icone” no colegio. Mas nada pro lado fashion, era uma metida a clubber (coisas fluor, cabelo espetado, rockeira que começava a conhecer clubs e technomusic).
Sofri muito preconceito na faculdade de moda, pois lá, não era fashion o suficiente.
E havia a discriminação do curso de moda pelos alunos e professores dos outros cursos, artes plásticas, cenicas, música (a sede do curso é a faculdade de artes). Nós viviamos escutando “Quer moleza? Vai fazer moda!”.
Perdi muitas amigas antigas que acharam q eu tinha vendido a alma pro diabo. Rs… E talvez eu tenha mesmo! Perdi outras amigas porque sempre fui a “doidona”, mas precisei “ficar chic” e dar uma revisada no estilo pra poder trabalhar, porque era muito nova e meu jeito rebel-kidult não ajudava. A bomba estourou de vez qnd resolvi ser loira! aauhauiah E já fazem 5 anos. Hoje meus pais me respeitam muito, pela profissional que me tornei. Não tenho vergonha de ler Vogue, nem de usar MAC.
Mas é bom saber dosar as coisas, tento não me contaminar com devaneios. Ao contrário do que os tolos pensam, pra viver de moda, a pessoa tem q sacar de tudo, e minha educação acadêmica e todos os livros “borings” que minha mãe me fez ler hoje me trazem uma bagagem sem limites ou rótulos. As pessoas ditas estudadas, são cheias de preconceitos que impõem a si mesmas.
Hoje, eu e minha mãe nos damos super bem, ela adora os programas de estilo da Discovery Home and Healt, ‘cultivamos’ juntas uma caixa de manicure cheeeeeeia de esmaltes trends e de vez enquando eu até a convenço a ir ao salão! aiuahiauh
Desculpem o depoimento – livro, mas não resisti! Abraços!
Lauren Siega disse:
Identifiquei… Tenho problemas com personalidades multiplas dependendo de como eu acordo, e nisso ficou estabelecido de uma hora para outra que eu ñ possuo estilo ‘-‘. Juro que até gostei um pouco de saber que era isso que as pessoas pensavam e viam em mim pela controversia que eu causei e causo, porém, at the other hand… Poxa vida, pq eu não sou a goth, ou a rockr, ou a girly, ou a nerd, etc. eu não tenho estilo. Meio chato… Nisso acaba que as pessoas pensam ou despensam coisas sobre mim antes de me conhecer. Exemplo, se eu apareço muuito arrumadinha, maquiadinha esbanjando glam é pq eu sou burra, fútil e mimimi. Caso eu apareça com uma revista em quadrinhos (adoro) na mão, é pq eu sou nerd e ñ tenho amigos e blebleble. Aí um dia eu estou de abrigo esportivo, tênis sem graaandes maquiagens; virei a desleixada. E se eu apareço arrumadinha, com a revista,sem chapinha no cabelo e tiro da bolsa um cd do Papa Roach… DEUS DO CÉU FUJAM PARA AS COLINAS, eu ñ existo! Pronto, desabafei tbm e amei saber que existem mais pessoas que sofrem o mesmo tipo de preconceito u.u
Anônimo disse:
Esse tipo de preconceito sim que é fútil. Certa vez ouvi alguém falando que uma pessoa que se incomoda com certas características de outra pessoa, sem nenhum motivo aparente, é porque gostaria de possuir as mesmas características. Muitos chamam isto de inveja, e pode até ser… Acredito que algumas pessoas passaram por momentos complicados por sentir-se “feias” (aos padrões de nossa sociedade), talvez sentiam-se excluídas na escola por ser tímidas ou estudiosas, estas pessoas quando passam a fazer parte do mundinho acadêmico e ganham um certo destaque, sendo aceitas, sentem-se terrivelmente ameaçadas por aqueles esteriótipos que as excluia no passado. Eu entendo esse comportamento, mas não o aceito. Sou loira, alta, magra, olhos claros (isso tudo é genético, ora..), gosto de me vestir bem, uso maquiagem, acessórios, sou muito bem resolvida com o meu estilo, sou simpática, comprimento as pessoas, não dou bola se o estilo delas é diferente do meu, enfim… isso em certos ambientes é uma super vantagem, mas não no curso de história, no mestrado, nos congressos, em eventos acadêmicos em geral. Já vi comportamentos muito rídiculos, comentários grotescos, principalmente de mulheres. No entanto prometi que não iria mudar, não sou perua, sei que no que se refere ao estilo, tem hora e lugar, mas, por favor, não vou deixar de ser feminina para me enquadrar num molde machista e preconceituoso.
Lauren Rupalanite disse:
Eu acredito que mais facil aprender e continuar lembrando de eventos historicos quando voce aprende a historia do come o at os tempos atuais.
katia silva disse:
(nao tenho acentos neste computador) Bom, tudo é relativo né? Quando eu fazia meu bac em Artes Visuais (Montreal), por exemplo, pela propria necessidade do contexto, maos & cabelos com tintas é normal, mesmo se vc os lava varias vezes por dia, e como minha unica preocupacao era continuar o trabalho até o fim, nao dava p ficar na mesma estética de todo mundo por falta de tempo mesmo (e prq isso realmente vira futilidade pois p quem ama o que faz, a maior preocupacao, tesao e obsessao é continuar o trabalho). Mas quando fui ter cursos de ilustracao no departamento de Design, 99% dos estudantes se vestiam chiques e quem sofria discriminacao era eu (que nao ligava pois meu trabalho era mais interessante do que o deles – eu fui a segunda estudante em arte a frequentar o departamento de Design na época mas depois varios estudantes de arte seguiram o mesmo caminho, o que influenciou totalmente o visual e a forma de trabalhar dos estudantes em Design e eles ficaram mais creativos e interessantes mesmo na forma de se vestir!!!).
Minha opiniao é que preconceituosa é a menina que escreve; ela ataca tanto as pessoas falando do “gosto (muito) duvidoso, e muitos desses (claro, não todos) se acham melhores que todas as pessoas fúteis que gastam seu tempo cuidado da pele! “. Eu nunca na minha vida iria gastar o meu tempo cuidando da minha pele, eu prefiro procurar comer bem, beber muita agua e fazer uma higiene normal, mas gastar todo meu tempo… NAO! E tenho uma pele otima!
Ela diz: “Rola um super preconceito com quem se veste bem”. Mas o que é se vestir bem? Bem é do jeito dela? Mas tem o bem de cada um, e isso é que ela nao consegue respeitar. Hoje em dia eu tenho tempo, mas quando estava na universidade, pintar as unhas era futilidade sim exatamente por falta de tempo!!! mas nao me incomodava se os outros tinham tempo p isso —adoro unhas vermelhas! Mas me lembro que quando estudava video, tinha uma estudante que vinha com salto alto, muita maquiagem, etc. Isso nao é pratico prq ela levava muito tempo p fazer tudo, p pegar os materiais etc (tem que correr nos corredores p as gravacoes, tem que sentar no chao, etc) e eu preferia nao te-la na minha equipe prq ela atrapalhava mais do que ajudava.
“…acham o máximo falar em alto e bom som que não tem tempo para futilidades como pintar as unhas ou se maquiar de manhã”. Eles estao atacando ela talvez prq ela faz figura de pavao no meio deles; entendo que é triste p ela …
“Pelo que me contaram tem muito essa bobagem nos EUA, onde uma pesquisadora com decote não tem o mesmo respeito que uma vestida que nem homem”. OOOps… aqui a gente ve o nivel de preconceito dela pois acha que uma mulher que nao tem decote se veste como homem!!! Mas sou totalmente de acordo que quem ler Darwin pode usar batom e que vaidade não tem correlação inversa com inteligencia! Mas este preconceito aparente pode ser a frustacao que ela esta sentindo….
Renata disse:
Nossa, quanta diferença… faço doutorado em Portugal e aqui, definitivamente, NÃO ACONTECE ISSO! Todos meus colegas e professores são super arrumados. Mas há diferença cultural, pois elas não ligam pra dentes e unhas, enquanto estão com cabelos lindo e roupas de marca. Vejo mais preconceito com os temas das teses… as de moda, por ex., são vistas com estranheza.
Jimmy Norrick disse:
That is the suitable blog for anybody who wants to find out about this topic. You understand so much its virtually hard to argue with you (not that I really would want…HaHa). You definitely put a new spin on a subject thats been written about for years. Great stuff, just great!
J. disse:
O desrespeito não acontece só porque a pessoa é “fashion”. A questão é que a moda coloca a mulher numa situação muito complicada. O depoimento diz:
“Pelo que me contaram tem muito essa bobagem nos EUA, onde uma pesquisadora com decote não tem o mesmo respeito que uma vestida que nem homem.”.
Já pararam para analisar como é a roupa de trabalho dos homens? O homem mostra somente três partes do corpo: o rosto, parte do pescoço e as mãos. Só!!!! Se o ambiente de trabalho é muito descontraído, ele pode ir trabalhar de manga curta e o primeiro botão da camisa aberto. Neste caso, o homem mostra: o rosto, o pescoço, as mãos, os antebraços, os cotovelos e parte dos braços. Quase sempre o sapato do homem é fechado e ele não mostra os pés nem tornozelos. E a roupa do homem nunca é colada no corpo, sempre cai meio soltinha, não é?
Agora olhem as mulheres. Em qualquer ambiente de trabalho, rígido ou descontraído, o que ela mostra? Pés, tornozelos, canelas, joelhos, muitas vezes mostra as coxas também. Mãos, antebraços, cotovelos, braços, ombros, pescoço e rosto… às vezes um decote no colo, às vezes um decote nas costas. Se a pele não está à mostra, a roupa é justa no corpo, para mostrar bem os contornos.
Eu nunca vi um homem trabalhar de regata, bermuda e sandália num ambiente sério. Mas por que as mulheres trabalham com saia no joelho, blusa sem manga e sandália neste mesmo ambiente?
A moda transformou a nudez da mulher na coisa mais natural do mundo. Nós estamos NUAS em todos os lugares, e ninguém mais percebe! No festa do Oscar, os homens estão de smoking, camisa fechada até o pescoço, gravata, manga comprida, pés cobertos. Eles usam várias camadas de tecido – camisa, colete, casaco estruturado… E nós, mulheres? Tomara-que-caia, braços a mostra, axilas, ombros, decotes profundos na frente e nas costas, transparências e sandálias.
Comparem a roupa do homem da época antes da revolução industrial com a roupa do homem de hoje… O estilo pode ter mudado, mas a essência não. O homem continua mostrando as mesmas partes do corpo que sempre mostrou: rosto, parte do pesçoco e mãos.
Agora examinem a evolução do vestuário feminino neste mesmo período. A mulher no inicio mostrava exatamente as mesmas partes do corpo que um homem, porém usava saia longa e blusa fechada até o pescoço. E o que a mulher usa hoje? E só abrir os olhos e ver… Revistas, livros e blogs chamam isso de “libertação feminina”. Será mesmo uma libertação? Infelizmente acho que não. Mais do que nunca, as mulheres são escravas da moda e precisam seguir e consumir o padrão ditado por ela.
Experimentem sair pra trabalhar de blusa fechada até o pescoço, manga fechada até o punho, saia longa e sapatos fechados. Anh, claro, e nada justo no corpo. Vocês vão ser chamadas de loucas, puritanas, antiquadas, radicais, crentes… etc. Mas isso seria o equivalente feminino da roupa de trabalho do homem… Será mesmo que somos livres pra escolher nossas roupas?
E será que nosso estilo “fashion” representa mesmo liberdade de pensamento e reflexão?
Um abraço!